
Sem ocupar nenhum cargo no governo do presidente e pai Jair Bolsonaro, Fl�vio e Eduardo vivem momentos distintos na carreira pol�tica. Enquanto o primeiro assumiu o mandato de senador fragilizado pelas investiga��es das movimenta��es financeiras de um ex-assessor seu pelo Coaf, o segundo assume protagonismo no novo governo mesmo sem ter feito da equipe de transi��o ou integrar a assessoria pessoal do pai. Terceiro dos cinco filhos do presidente e o ca�ula entre os tr�s que se fizeram na pol�tica � sombra do pai, Eduardo, de 34 anos, � o herdeiro que tem se mostrado mais � vontade at� agora no governo.

Sob press�o
Para aliados, recorrer ao Supremo pleiteando foro para uma investiga��o que envolve um assessor e ainda n�o chegou a Fl�vio teria sido um erro do agora senador. Discreto na posse e se mostrando fragilizado, Fl�vio passou por novo constrangimento no s�bado, na elei��o para a presid�ncia do Senado. O senador do PSL afirmou que n�o abriria seu voto nas elei��es secretas para a Mesa Diretora. “Sou a favor do voto aberto, mas nessa ocasi�o espec�fica, por ser filho do chefe de outro Poder, optei por n�o abrir meu voto, para evitar especula��es com intuito de prejudicar o governo”, escreveu no Twitter com a primeira vota��o em curso no plen�rio do Senado.
Recebeu uma saraivada de cr�ticas de seus seguidores nas redes s�cias, que chegaram a acusar o senador de ter a inten��o de votar em Renan Calheiros (MDB-AL) em segredo. Por suspeita de fraude, a primeira vota��o no Senado foi anulada. Fl�vio Bolsonaro ganhou tempo e pouco mais de uma hora ap�s votar de forma sigilosa, voltou � rede social para anunciar: “Ap�s essa fraude na urna e para que n�o pairem d�vidas, declaro meu voto em Davi Alcolumbre para presid�ncia do Senado”, publicou, ap�s declarar o mesmo no Senado. Sua atitude for�ou Calheiros a abrir m�o de sua candidatura, abrindo caminho para a elei��o de Davi Alcolumbre (DEM-AP). Escolhido para ser o protagonista do governo no Senado, Fl�vio perde espa�o.
Como uma esp�cie de 23.º ministro, com o cacife refor�ado pelos la�os familiares com Bolsonaro, Eduardo, ao contr�rio do irm�o, circula com desenvoltura nos corredores do poder, pontifica sobre as diretrizes do governo, faz contatos internacionais em nome do pai, � margem do Itamaraty, e foi o �nico parlamentar a acompanhar o presidente ao F�rum Econ�mico Mundial, em Davos, na Su��a. Nos bastidores, ele manobra como qualquer representante da “velha pol�tica”, para emplacar nomes de seu relacionamento no primeiro e no segundo escal�es e interferir na redistribui��o de �rg�os entre minist�rios.
Ativista
Considerado o representante mais ideol�gico do cl�, ele teve participa��o ativa na nomea��o do ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, cuja indica��o foi atribu�da ao escritor e pensador Olavo de Carvalho, de quem � um fiel seguidor e a quem chama de “o maior fil�sofo brasileiro vivo”. Como ativista inflamado contra o que classifica de “marxismo cultural”, presente, em sua vis�o, nas universidades, nas escolas, na m�dia e no mundo do entretenimento, ele teria se envolvido tamb�m, segundo quem acompanhou a forma��o da equipe de Bolsonaro, na nomea��o do ministro Ricardo V�lez Rodriguez, da Educa��o, outro integrante do governo indicado por Olavo.
Em sua cota pessoal, destacam-se as indica��es de Filipe G. Martins, assessor de Assuntos Internacionais da Presid�ncia, que o acompanha h� anos, e as da empres�ria Let�cia Catelani, sua ex-namorada, e do ex-assessor parlamentar M�rcio Coimbra, para diretorias da Ag�ncia Brasileira de Promo��o das Exporta��es (Apex), com sal�rios na faixa de R$ 40 mil. Antes, com o apoio de Ara�jo, ele j� havia convencido Bolsonaro a manter a Apex com o Itamaraty, contra a demanda do ministro Paulo Guedes, da Economia, que queria o �rg�o sob seu comando.
Fl�vio Bolsonaro continuar� acuado pelas investiga��es envolvendo seu ex-assessor, que foram retomadas na sexta-feira depois de serem suspensas temporariamente pelo presidente do STF, ministro Dias Tofolli. Novos desdobramentos podem atingir o senador e deix�-lo em posi��o ainda mais inc�moda dentro do governo, principalmente em rela��o aos ministros militares do governo. Ter� de ver o irm�o deputado surfar no sucesso pol�tico, enquanto tenta n�o se deixar atingir pelas acusa��es contra seu ex-assessor e que envolvem, al�m dele, uma dezena de deputados estaduais do Rio de Janeiro. S�o dois filhos e dois momentos no cl� Bolsonaro.
Enquanto isso... Carlos � o mais pr�ximo do pai

Vereador no Rio de Janeiro e diferentemente dos irm�os, Carlos Bolsonaro � o filho do meio e o mais pr�ximo do presidente Jair Bolsonaro, segundo pessoas pr�ximas � fam�lia. � tamb�m o mais impulsivo e com hist�rico de avers�o � imprensa e paix�o pelas redes sociais. Foi cogitado para ser o assessor do Comunica��o Social no governo, mas n�o chegou a ficar at� o fim na equipe de transi��o. Saiu acusando e dizendo que morte do seu pai interessaria n�o apenas a sues inimigos como tamb�m a pessoas pr�ximas a ele.
Carlos � quem est� acompanhando o pai na cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia, no Hospital Albert Einstein, em S�o Paulo. � de l� que ele noticiou uma reca�da do pa� na sexta-feira. Bolsonaro continua usando uma sonda nasog�strica (colocada pelo nariz) para retirar l�quido acumulado no est�mago. De acordo com a assessoria do Planalto, Bolsonaro descansou bem � noite e, mesmo com o uso da sonda. Carlos passou a noite no hospital.