
Na pr�tica, assuntos que precisam do aval de Bolsonaro est�o suspensos, aguardando seu retorno �s atividades para uma decis�o final. Al�m de mandar segurar, "at� segunda ordem", nomea��es e dispensas no segundo escal�o em reparti��es federais, para conter brigas por cargos entre aliados, Bolsonaro n�o bateu o martelo sobre a melhor proposta para a reforma da Previd�ncia.
O n�cleo pol�tico do governo diverge da equipe econ�mica, por exemplo, em rela��o �s regras de transi��o para o novo modelo de aposentadoria. Al�m disso, outro projeto que depende da alta de Bolsonaro para ter continuidade � a medida provis�ria do recadastramento de armas de fogo.
Segundo o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que auxiliou o Planalto na prepara��o do decreto regulamentando a posse de armas, o governo s� espera Bolsonaro voltar �s suas fun��es para editar a medida. "Estamos aguardando o presidente sair do hospital para tratar disso", disse Fraga.
O acordo sobre a cess�o onerosa do excedente da Petrobr�s � outra agenda que est� em compasso de espera. L�deres do governo no Senado e no Congresso tamb�m n�o foram escolhidos ainda porque precisam passar pelo crivo do presidente.
Cirurgia
Bolsonaro completar� 15 dias de interna��o na pr�xima segunda-feira. Ele se submeteu a uma cirurgia para reconstru��o do tr�nsito intestinal no �ltimo dia 28. Ontem, segundo os m�dicos, o presidente retirou dreno e sonda, mas continua se recuperando de uma pneumonia. � �poca da cirurgia, Mour�o chegou a assumir o comando do governo por 48 horas. Extrovertido, deu v�rias entrevistas, mas acabou desagradando a filhos de Bolsonaro, que aconselharam o pai a n�o prolongar a licen�a m�dica.
A expectativa inicial era de que o presidente deixasse o hospital na semana passada, mas, com as complica��es ocorridas, como a pneumonia diagnosticada anteontem, ainda n�o h� prazo definido para a alta. Aliados esperam que at� o meio da pr�xima semana Bolsonaro volte a despachar no Planalto. A previs�o dos m�dicos � de que ele fique hospitalizado de cinco dias a uma semana.
Mour�o est� isolado em seu gabinete e s� �s ter�as-feiras coordena a reuni�o do Conselho de Governo com ministros. O clima de indefini��o no Planalto � alimentado pela falta de um canal direto permanente tanto do n�cleo pol�tico quanto do grupo de militares com Bolsonaro.
Na semana passada, por exemplo, a reuni�o ministerial com Mour�o terminou apenas com um balan�o geral, sem decis�es relevantes. O objetivo era debater o plano de cortar 21 mil cargos, comiss�es e fun��es gratificadas. A proposta faz parte do pacote de metas para os primeiros cem dias do governo, mas ainda n�o avan�ou.
Nos bastidores, a avalia��o de filhos do presidente e at� mesmo de alguns militares � a de que Mour�o busca protagonismo desde o per�odo de transi��o. Com isso, Bolsonaro teria sentido o seu espa�o invadido. No Planalto, os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, tamb�m foram contr�rios � interinidade do general. O vice diz ser leal a Bolsonaro e fica muito aborrecido com o que chama de "intrigas".
De qualquer forma, o receio � tamanho que Bolsonaro optou por retomar o trabalho no hospital ainda ontem, um dia ap�s ser diagnosticado com pneumonia. Ele se reuniu com o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio Gomes de Freitas, e com o subchefe de Assuntos Jur�dicos da Casa Civil, Jorge Oliveira.
A viagem dos dois para S�o Paulo foi decidida na �ltima hora. Tudo porque o presidente ficou preocupado com not�cias de que o governo estava paralisado e decidiu mostrar que est� se recuperando. "Sem sonda, alimentado, em recupera��o plena, necess�ria e sem distor��es. Agora, despachando com o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio Gomes, e com o subchefe de Assuntos Jur�dicos, Jorge Francisco de Oliveira. O Brasil n�o pode parar!", escreveu Bolsonaro no Twitter.
Um ministro disse que Bolsonaro est� sendo "poupado" de boa parte das atividades de governo, mas se queixa de "especula��es" de que estaria desligado da fun��o. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.