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Estado de Minas POL�TICA

Militares agem para estancar crise e evitar demiss�o de Bebianno

'Bombeiros do Planalto' est�o agindo para tentar evitar que a sa�da de Bebianno possa aprofundar a crise e espalh�-la para outros setores


postado em 14/02/2019 20:18 / atualizado em 14/02/2019 21:13

Interlocutores do presidente estão convencidos de que 'é preciso estancar' esta ação dos filhos de Bolsonaro(foto: Montagem/EM/D.A press)
Interlocutores do presidente est�o convencidos de que '� preciso estancar' esta a��o dos filhos de Bolsonaro (foto: Montagem/EM/D.A press)
Diante da crise instalada no Pal�cio do Planalto envolvendo o ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, e o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), interlocutores do presidente Jair Bolsonaro, principalmente militares, est�o agindo para tentar conter o imenso problema criado no dia em que o governo quer anunciar qual a proposta da reforma da Previd�ncia vai encaminhar ao Congresso.

A temperatura da crise se elevou ap�s a TV Record exibir na noite de quarta-feira, 13, uma entrevista com o presidente, a primeira ap�s receber alta do hospital Albert Einstein. � emissora, Bolsonaro praticamente rifou Bebianno ao dizer que ele poder� "voltar �s origens" caso fique comprovado seu envolvimento em suspeitas de desvio de recursos eleitorais. O ministro, que foi presidente do PSL, disse � interlocutores que est� "muito magoado". S� que, Bebianno, j� avisou que n�o pede demiss�o e que s� sai demitido pelo presidente. Ningu�m duvida tamb�m que ele pode deixar o governo atirando.

Preocupados com a a��o dos filhos, que em v�rios momentos tem trazido diferentes crises para o governo e com a prote��o que eles t�m recebido do pai, os 'bombeiros do Planalto' est�o agindo para tentar evitar que a sa�da de Bebianno possa aprofundar a crise e espalh�-la para outros setores.

Mais do que proteger Bebianno, esses interlocutores do presidente est�o convencidos de que "� preciso estancar" esta a��o dos filhos de Bolsonaro, que estariam prejudicando o Pa�s. Lembram que misturar fam�lia e governo nunca deu bons resultados e isso, mais uma vez, est� sendo provado com seguidos epis�dios nestes menos de dois meses de nova administra��o.

Nesta quinta-feira, o vice-presidente Hamilton Mour�o, e os ministros do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), Augusto Heleno e da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, est�o agindo para conter essa tempestade que tomou conta de Bras�lia. Eles, no entanto, n�o s�o os �nicos.

Outros ministros e outras pessoas pr�ximas da Bolsonaro estavam buscando o presidente nesta quinta-feira para tentar lhe mostrar as implica��es destes atos, com s�rias consequ�ncias para o Pa�s e a governabilidade. Os desajustes do Executivo imediatamente atravessam a rua levam problemas � j� desarrumada e conflituosa base aliada.

Trump

Os auxiliares do presidente entendem que n�o � poss�vel governar com �mpetos pelo Twitter, repetindo at� um pouco do comportamento do norte-americano Donald Trump. Advertem que isso tem consequ�ncias, normalmente, desastrosas.

A publica��o por Carlos Bolsonaro do �udio enviado pelo presidente a Bebianno pelo WhatsApp foi considerada "inadmiss�vel" porque est� ligado � viola��o da seguran�a das comunica��es do presidente da Rep�blica. Os interlocutores do presidente v�o tentar mostrar a ele que existe uma liturgia do cargo e que ela precisa ser respeitada.

O sentimento comum � de que Carlos Bolsonaro ultrapassou os limites poss�veis e o papel das pessoas que est�o tentando contornar a crise � de descontaminar o presidente do que chamam de a��o t�xica de Carlos Bolsonaro.

O entendimento � de que o vereador pelo Rio de Janeiro voltou suas baterias para Bebiano, de quem � desafeto desde a campanha, e conseguiu o aval do presidente para isso, por conta da sua presen�a dia e noite no hospital, durante a sua interna��o.

Os bombeiros v�o tentar mostrar ao presidente que Carlos s� for�ou que se abrisse fogo neste caso porque era contra seu desafeto direto. Prova disso, lembram, � que o vereador n�o fez o mesmo, contra o ministro do Turismo, �lvaro Ant�nio, que tamb�m foi alvo de den�ncia semelhante, de que teria montado esquema de candidatos laranja no seu estado, Minas Gerais.

Mais um ingrediente neste caldo � que, no caso do ministro do Turismo, ele era o respons�vel pelo diret�rio do PSL em Minas e o coordenador da campanha no Estado, o que lhe deixava mais pr�ximo das den�ncias. Nem por isso ele foi alvo da metralhadora de Carlos. No caso de Bebiano ele era presidente nacional do partido e n�o cuidava de quest�es dos Estados. Com isso, o entendimento � de que tinha menos motivos para os ataques.

Opera��o

Toda a opera��o seguir� ao longo do dia. O ministro Bebiano, pela manh�, preferiu ficar em casa, mas na hora do almo�o j� estava no Pal�cio do Planalto, para se reunir com seus assessores. Permanecia, no entanto, com a agenda suspensa. Bebiano aguarda um chamado do presidente para uma conversa e teme que, com a agenda da tarde voltada para as quest�es da Previd�ncia, ele possa ficar no banco de espera, o que n�o � bom, nem para ele, nem para o pr�prio Planalto, porque passa um recado ruim aos demais aliados.

A press�o � para que o presidente fa�a um gesto em favor de Bebiano, n�o por ele exatamente, mas porque ele pode sair atirando pelo papel preponderante que teve na campanha e porque consideram que n�o se pode mais ficar gastando capital pol�tico com o que n�o � essencial para o Brasil.

Interferir em quest�es familiares era uma barreira que os militares n�o queriam ultrapassar. Mas, diante da eleva��o da crise e da necessidade de conter as a��es dos seus filhos, os militares decidiram deixar as barreiras de lado para ajudar a diminuir a temperatura, tentando mostrar a Bolsonaro que ele � presidente do Pa�s e tem de separar as coisas. O problema � que todos sabem como Bolsonaro � muito pr�ximo aos filhos, principalmente de Carlos.


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