
O presidente Jair Bolsonaro j� assinou a demiss�o do ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Gustavo Bebianno. A dispensa do auxiliar dever� ser publicada no Di�rio Oficial da Uni�o na pr�xima segunda-feira, dia 18. A informa��o foi confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo com dois interlocutores de Bolsonaro.
Nos �ltimos dias, pol�ticos e militares tentaram interceder a favor de Bebianno, mas o presidente est� irredut�vel e, segundo apurou o Estado, planeja nomear um general para o lugar do ministro. Se isso ocorrer, ser� o nono militar a ocupar o primeiro escal�o. O mais cotado para o cargo � o general Floriano Peixoto, secret�rio-executivo da pasta, que esteve neste s�bado, 16, com o presidente.
Em conversas reservadas, Bolsonaro avaliou que o chefe da Secretaria-Geral quebrou a rela��o de confian�a com ele ao "vazar" �udios de di�logos entre os dois. O ministro nega o vazamento.
Preocupados com a alta temperatura da crise, auxiliares do presidente observam, por sua vez, que Bebianno ainda pode criar muitos problemas para o governo, se a demiss�o n�o for revertida, porque seria o que se chama no jarg�o pol�tico de "homem bomba". Um desses interlocutores, que conversou recentemente com Bolsonaro, disse ao Estado, por�m, que a situa��o � insustent�vel e a decis�o do rompimento, "irrevers�vel".
Segundo esse auxiliar, que falou sob a condi��o de anonimato, a decis�o de Bolsonaro n�o se deve � interfer�ncia do vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ). O filho de Bolsonaro chamou Bebianno de "mentiroso" logo ap�s o ministro ter concedido entrevista ao jornal O Globo, na ter�a-feira, dizendo que n�o estava isolado no Pal�cio do Planalto depois da den�ncia, publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, de que teria patrocinado candidaturas laranjas do PSL em 2018, para desviar recursos do Fundo Eleitoral. � �poca, Bebianno presidia o PSL.
Na tentativa de mostrar que n�o havia crise, o ministro afirmou a O Globo que, no dia anterior, falara tr�s vezes com o presidente, ent�o internado no Hospital Albert Einstein, recuperando-se de cirurgia para reconstru��o do tr�nsito intestinal. Carlos Bolsonaro desmentiu essas conversas no Twitter e o presidente endossou a atitude do filho, horas depois, em entrevista � TV Record.
Mais tarde, no entanto, Bolsonaro tamb�m mandou Bebianno cancelar viagem para o Par�, com outros ministros, porque n�o gostou de saber que ele havia convidado um ve�culo de comunica��o para acompanhar a comitiva. A partir da�, o chefe da Secretaria Geral da Presid�ncia teria mostrado a amigos arquivos de �udio com a voz de Bolsonaro ordenando que ele suspendesse a viagem, al�m de outras conversas.
Ao tomar conhecimento dessa atitude, o presidente - que havia resolvido manter Bebianno no cargo - ficou furioso e decidiu dispens�-lo. Na sexta-feira, 15, em conversa r�spida com o ministro, chegou a oferecer a ele uma diretoria na Itaipu Binacional, mas Bebianno recusou. "N�o estou no governo por causa de cargos. Sou uma pessoa leal", afirmou o chefe da Secretaria-Geral.