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Estado de Minas POL�TICA

'Voltei ao baixo clero. Sou o 081 do Senado', diz Renan


postado em 14/03/2019 11:45

Quarenta dias ap�s ser derrotado na disputa pela presid�ncia do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) voltou a vestir o figurino do "velho Renan" e n�o deixa d�vidas de que pretende liderar a oposi��o. Com um discurso cr�tico ao governo, o senador do MDB afirmou que a gest�o de Jair Bolsonaro "parece sem rumo" e vive um momento de "autoflagela��o".

Apesar de classificar Paulo Guedes como "bem intencionado", Renan argumentou que, sozinho, o ministro da Economia nada poder� fazer e mostrou resist�ncias ao modelo de reforma da Previd�ncia enviado pelo Executivo ao Congresso. Mesmo assim, n�o deu pistas de como ser� sua atua��o daqui para a frente. "Eu voltei para o baixo clero. Sou o 081 do Senado", disse Renan ao jornal O Estado de S. Paulo.

O senador andava apressado no "t�nel do tempo", como � conhecido o corredor que liga o pr�dio do Congresso a um anexo do Senado, quando parou para cumprimentar uma antiga colega. "Lula mandou um forte abra�o para voc�", afirmou a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT. Era ter�a-feira e Renan combinou com ela que em breve visitaria novamente o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, preso em Curitiba desde abril do ano passado.

Nas conversas com correligion�rios, a portas fechadas, o senador alagoano n�o deixa d�vidas de que sua articula��o ser� contra o governo. Na noite desta quarta-feira, 13, por exemplo, ele participou de um jantar no qual muitos se queixaram do estilo do presidente.

"Bolsonaro, com todo respeito, ganhou a elei��o e eu respeito bastante quem ganha elei��o. Mas essa renit�ncia de manter a divis�o da sociedade pela rede social, n�o deixando que �dios sejam superados, � uma coisa muito complicada. Cada vez mais o presidente vira sin�nimo da velha pr�tica pol�tica", insistiu o senador.

Ao definir o que chama de "autoflagela��o", Renan disse que o Pal�cio do Planalto � "insuper�vel" na produ��o de fatos negativos. "O ministro da Educa��o (Ricardo V�lez Rodr�guez) � um horror, o das Rela��es Exteriores (Ernesto Ara�jo) n�o fica atr�s. Mas n�o d� para predizer o que vai acontecer com o governo at� porque seria uma competi��o insustent�vel com o cientista pol�tico Olavo de Carvalho", ironizou.

No dia anterior, em seu gabinete, Renan tamb�m ouviu cr�ticas a Bolsonaro ao receber alguns senadores do MDB. "Me ligue com o Gustavo Bebianno", pediu ele � secret�ria. Bebianno ocupava a Secretaria-Geral da Presid�ncia, mas foi demitido no m�s passado, ap�s ser chamado de "mentiroso" pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

At� agora, Bebianno era a "ponte" de Renan com o Planalto. Desafeto do senador, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, fez campanha para Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se elegeu presidente do Senado. A elei��o foi marcada por suspeita de fraude e, na segunda vota��o, Renan desistiu, retirando a candidatura ao perceber a derrota iminente.

Guedes

Hoje, o interlocutor do senador no governo � justamente Paulo Guedes, que pretende apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para acabar com os gastos obrigat�rios previstos nos or�amentos da Uni�o, dos Estados e dos munic�pios. "Essa reforma do pacto federativo n�o tem nada de pacto federativo", protestou Renan. "Em portugu�s claro, essa medida significa a autoriza��o para cortar na sa�de e na educa��o. Se o Paulo n�o acertar a m�o no que vai fazer, n�o chegaremos a lugar algum. Ser bem intencionado n�o resolve o problema".

No Sal�o Azul, o homem que j� comandou quatro vezes o Senado sempre conversa com colegas de oposi��o e n�o quer falar sobre a elei��o que perdeu. Questionado sobre a investiga��o interna referente ao voto de n�mero 82 depositado na urna, que levou a uma segunda vota��o - j� que s�o apenas 81 senadores -, ele muda de assunto. "N�o estou acompanhando."

Renan tamb�m � econ�mico nos coment�rios sobre o relacionamento com Alcolumbre. "Normal", resume. "Ele at� assinou a peti��o que eu encaminhei ao Tribunal de Contas da Uni�o, pedindo a susta��o do acordo celebrado entre a Petrobras e representantes do Minist�rio P�blico." Ao mostrar a rubrica em c�rculo de Alcolumbre, por�m, deixa escapar: "� uma assinatura com estilo."

Alvo da Lava Jato, Renan est� no grupo dos parlamentares que defendem o endurecimento da lei de abuso de autoridade. Acha que deputados devem agora encaixar o tema no pacote anticrime apresentado � C�mara pelo ministro da Justi�a, S�rgio Moro. Quando lhe perguntam se a estrat�gia n�o seria uma revanche pelo fato de ser investigado, o senador tem uma resposta na ponta da l�ngua. "Diziam isso porque tentavam me amorda�ar. Havia uma persegui��o contra mim porque eu era presidente do Congresso, uma esp�cie de chefe da pol�tica." Antes de se despedir, ele refor�a: "Hoje, sou apenas o 081." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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