O ex-presidente da Rep�blica Michel Temer, preso nesta quinta-feira, 21, recebeu R$ 1,091 milh�o em propina da Engevix por meio de uma empresa controlada pelo coronel Jo�o Baptista Lima Filho, seu amigo pessoal, segundo afirmou a For�a-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro no pedido de pris�o autorizado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7� Vara Federal Criminal.
Segundo os investigadores, a propina foi paga no final de 2014 com transfer�ncias da empresa da Alumi Publicidades para a empresa PDA Projeto e Dire��o Arquitet�nica, controlada por Lima. Para justificar as transfer�ncias de valores, foram simulados contratos de presta��o de servi�os da empresa PDA para a empresa Alumi.
Foram presos nesta quinta-feira Temer, o Coronel Lima, o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco, a arquiteta Maria Rita Fratezi, Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale e Carlos Alberto Montenegro Gallo - este �ltimo ligado � Construtora. Al�m disso, h� a pris�o tempor�ria de Rodrigo Castro Alves Neves e Carlos Jorge Zimmermann.
Para justificar as pris�es, o MPF afirmou que os fatos "apontam para a exist�ncia de uma organiza��o criminosa em plena opera��o, envolvida em atos concretos de clara gravidade".
A filha de Temer, Maristela, tamb�m foi alvo da opera��o. No caso, foi determinada busca e apreens�o nos endere�os dela e do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva - que foi preso na primeira fase da investiga��o sobre a Eletronuclear.
Na opera��o Radioatividade foi identificada organiza��o criminosa que atuou na constru��o da usina nuclear de Angra 3, praticando crimes de cartel, corrup��o ativa e passiva, lavagem de capitais e fraudes � licita��o.
Nos processos relacionados � mencionada opera��o houve a condena��o de, dentre outros, Othon Luiz Pinheiro da Silva, Ana Cristina da Silva Toniolo e Jos� Antunes Sobrinho, por diversos fatos, inclusive lavagem de dinheiro em raz�o de repasses embasados em contratos fict�cios da Engevix Engenharia e Link Projetos.
Segundo o MPF, s�o apurados crimes de corrup��o, peculato e lavagem de dinheiro, em raz�o de poss�veis pagamentos il�citos feitos por determina��o de Jos� Antunes Sobrinho para o grupo criminoso liderado por Michel Temer, bem como de poss�veis desvios de recursos da Eletronuclear para empresas indicadas pelo referido grupo.
Para a execu��o do mencionado servi�o, a Eletronuclear contratou a empresa AF Consult Ltd, que se associou �s empresas AF Consult do Brasil e Engevix. A empresa AF Consult do Brasil conta com a participa��o da empresa finlandesa AF Consult Ltd e Argeplan, que, conforme as investiga��es revelaram, est� ligada a Michel Temer e ao Coronel Lima.
Em raz�o de a AF Consult do Brasil e a Argeplan n�o terem pessoal e expertise suficientes para a realiza��o dos servi�os, houve a subcontrata��o da Engevix. No curso do contrato, conforme apurado, Coronel Lima solicitou ao s�cio da empresa Engevix o pagamento de propina, em benef�cio de Michel Temer.
Defesas
O advogado Eduardo Carnel�s, que defende Michel Temer, afirmou que a pris�o do ex-presidente "� uma barbaridade".
O MDB, por meio de nota, "lamenta a postura a�odada da Justi�a � revelia do andamento de um inqu�rito em que foi demonstrado que n�o h� irregularidade por parte do ex-presidente da Rep�blica, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justi�a restabele�a as liberdades individuais, a presun��o de inoc�ncia, o direito ao contradit�rio e o direito de defesa".
A reportagem est� tentando ouvir os outros envolvidos na opera��o deflagrada nesta quinta-feira. O espa�o est� aberto para as manifesta��es.
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