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Estado de Minas POL�TICA

Assessor de Bolsonaro pede apoio contra 'velha pol�tica'


postado em 23/03/2019 08:11

O assessor especial do presidente Jair Bolsonaro para assuntos internacionais, Filipe Martins, usou o Twitter ontem para defender que alas do governo se unam e articulem uma mobiliza��o popular para proteger a Lava Jato, promover reformas econ�micas e quebrar "a velha pol�tica". Em uma s�rie de postagens na rede social e sem citar nomes, Martins afirmou que "h� uma flagrante tentativa de isolar" o grupo "anti-establishment" do governo, no qual ele se insere.

Segundo ele, � "ilus�o" acreditar que ser� poss�vel avan�ar sem "romper com a forma convencional de fazer pol�tica no Brasil". Por isso, em sua avalia��o, � preciso que o governo trabalhe para aquecer seu eleitorado. "A �nica forma de ativar a l�gica da sobreviv�ncia pol�tica � por meio da press�o popular, por meio da mesma for�a que converteu a campanha eleitoral do PR Bolsonaro em um movimento c�vico e tornou poss�vel sua vit�ria. � necess�rio, em suma, mostrar que o povo manda no Pa�s", escreveu.

As publica��es foram feitas no momento em que a rela��o do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com o Executivo ficou estremecida por causa de ataques ao deputado postados nas redes sociais por partid�rios do presidente.

Considerado um disc�pulo do escritor Olavo de Carvalho e ligado ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), Martins se tornou um dos principais auxiliares e uma esp�cie de conselheiro de Jair Bolsonaro. As mensagens foram publicadas por ele enquanto estava no Chile acompanhando o presidente em miss�o oficial.

Na postagem, ele alerta que h� em curso uma tentativa de isolar sua ala com o objetivo de torn�-la "t�xica e mal vista" pelos demais grupos. "A situa��o revela a urg�ncia de uma coordena��o efetiva entre as diferentes alas do governo para trazer o apoio popular para dentro da equa��o, de modo que o povo tenha um papel ativo na prote��o da Lava Jato, na promo��o das reformas econ�micas e na quebra da velha pol�tica."

Martins n�o nomeou quais seriam esses grupos, mas fez men��o direta � equipe econ�mica, comandada pelo ministro Paulo Guedes, e � equipe do Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica, comandada pelo ministro S�rgio Moro. Segundo ele, "tentam vender" a esses dois grupos que o caminho mais adequado � o que passa pelo di�logo e pela negocia��o pol�tica - o que ele considera um erro.

A declara��o contribuiu para aumentar a ciz�nia entre governo e Maia. "Uma pessoa que afronta a democracia brasileira nas redes sociais, voc� me desculpa, ou ele � autorit�rio, ou ele tem algum problema. E n�s n�o podemos aceitar. A gente n�o pode brincar com a democracia no Brasil", disse Maia ao Estado ao ser questionado sobre a publica��o.

"� por isso que o Twitter � t�o importante para eles. Essa disputa do mal contra o bem, do sim contra o n�o, do quente contra o frio � o que alimenta a rela��o deles com parte da sociedade. S� que agora eles venceram as elei��es. Num Pa�s democr�tico, n�o � essa ruptura proposta que vai resolver o problema", completou Maia.

As mensagens tamb�m repercutiram mal no Congresso. Deputados cobraram do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, explica��es sobre o conte�do publicado por Martins.

O Pal�cio do Planalto tentou minimizar o impacto da mensagem. Segundo um integrante do governo, a publica��o feita no momento em que o governo tenta debelar uma crise com o Congresso "n�o ajudou", mas n�o ir� modificar a estrat�gia da articula��o pol�tica. Essa fonte afirmou que "a grande for�a da natureza", capaz de moldar decis�es do governo, chama-se Carlos Bolsonaro. Martins, argumentou essa fonte, tem maior influ�ncia em assuntos internacionais e n�o internos.

Interlocutores do assessor afirmaram que o intuito com as mensagens n�o foi criticar membros do Congresso, mas questionar a estrat�gia de comunica��o do pr�prio Bolsonaro. A ideia � defender que o presidente use o seu "diferencial" da campanha, com forte atua��o e mobiliza��o na internet, e n�o aceite o discurso de que apenas a articula��o pol�tica pode viabilizar a aprova��o de reformas e outras medidas relevantes para o governo.

Martins � hoje um dos funcion�rios civis no terceiro andar do Pal�cio do Planalto com mais acesso a Bolsonaro. Atualmente, a maioria das salas pr�ximas ao gabinete presidencial � reservada a militares que comp�em o governo. Ele e Bolsonaro mant�m clima amistoso. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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