Com as rela��es entre Executivo e Legislativo estremecidas, oito ministros devem ser sabatinados nesta semana em comiss�es no Congresso, o que deve servir de teste para o governo medir o tamanho do desgaste pol�tico do desentendimento p�blico entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Nos �ltimos dias, Bolsonaro e Maia discutiram publicamente sobre de quem deve ser a responsabilidade pela aprova��o da reforma da Previd�ncia. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, at� tentou organizar um encontro entre os dois, nesse domingo (24/3), mas Maia disse ao Estad�o/Broadcast que "prefere esperar".
As audi�ncias p�blicas com ministros podem se transformar numa frente de ataques se o governo n�o tiver base aliada para impedir que a oposi��o domine a audi�ncia com perguntas direcionadas a constranger o convidado. No dia mais delicado, quarta-feira (27/3), oito ministros estar�o no Congresso em comiss�es tem�ticas. N�o � comum tantos ministros num mesmo dia no Legislativo, o que j� indica falha na base de apoio, que n�o conseguiu evitar os convites aos titulares do primeiro escal�o.
O primeiro teste ser� na v�spera, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, ir� pela primeira vez na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a e de Cidadania (CCJ) para falar sobre a reforma da Previd�ncia e a proposta de aposentadoria para os militares, que acompanha um pol�mico plano de carreira.
Deputados da oposi��o e at� mesmo governistas preparam uma s�rie de perguntas inc�modas ao "superministro" de Bolsonaro - que j� foi alertado que a audi�ncia pode virar um "corredor polon�s". No dia seguinte, Guedes volta ao Congresso, desta vez na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado, para discutir diretrizes da pol�tica econ�mica. Nesse caso, o ambiente ser� menos hostil.
O ministro S�rgio Moro (Justi�a e Seguran�a P�blica), que deve participar de audi�ncia p�blica com os senadores na quarta-feira na CCJ, tamb�m deve ser alvo de questionamento dos parlamentares. "Dentro do pacote dele a coisa que eu acho mais sens�vel � dar condi��o de a pol�cia, no enfrentamento, matar e n�o dar satisfa��o ao Minist�rio P�blico e � corregedoria. Ou ent�o vai ser uma brincadeira", disse o senador Otto Alencar (PSD-BA).
Convites
Al�m de Guedes e Moro, os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia), Luiz Henrique Mandetta (Sa�de), Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional), Ricardo V�lez (Educa��o), Ernesto Ara�jo (Rela��es Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) participar�o de audi�ncias p�blicas com parlamentares na quarta. Na ter�a, Albuquerque participa de uma sabatina no Senado.
O PSB havia protocolado requerimento de convoca��o de Guedes, mas o l�der do governo na C�mara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), conseguiu transformar o chamamento em um convite - uma medida menos impositiva. O deputado Jo�o Campos (PSB-PE) disse que a ideia � atacar os pontos mais pol�micos da reforma da Previd�ncia, incluindo as mudan�as no Benef�cio de Presta��o Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com defici�ncia de baixa renda, e na aposentadoria rural, al�m de pedir mais explica��es sobre onde e como os recursos com a economia prevista - de mais de um R$ 1 trilh�o - ser�o aplicados.
O l�der do PSL na C�mara, deputado Delegado Waldir (GO), sinalizou que at� a sigla de Bolsonaro ir� cobrar explica��es aos ministros sobre a proposta de reestrutura��o da carreira dos militares. "O governo deixou a reforma para a C�mara fazer mudan�as. Agora ele quer uma economia de R$ 1 trilh�o ou s� 10% disso?", afirmou.