O Minist�rio P�blico Federal (MPF) informou que vai recorrer da decis�o que soltou o ex-presidente Michel Temer (MDB), o ex-ministro Moreira Franco e Jo�o Baptista Lima Filho, o coronel Lima, na tarde desta segunda-feira, 25. Segundo a procuradora M�nica de R�, que integra a for�a-tarefa da Lava-Jato da Procuradoria Regional da 2ª Regi�o, o grupo vai pedir a manuten��o da pris�o preventiva dos acusados ou a pris�o domiciliar, com a coloca��o de tornozeleira eletr�nica.
A procuradoria tem at� cinco dias para entrar com o recurso no Tribunal Regional Federal da 2ª Regi�o (TRF-2). No agravo, segundo a procuradora, o MPF vai reiterar os motivos que j� constavam no pedido de pris�o preventiva feito ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, e fundamentar a quest�o da contemporaneidade dos atos praticados pela suposta organiza��o criminosa.
A expectativa do �rg�o � que o recurso contra os habeas corpus sejam julgados pela 1ª Turma do TRF-2. A quest�o estava na pauta deste colegiado para a sess�o da pr�xima quarta-feira, 27, a pedido do desembargador federal Antonio Ivan Athi�, relator do caso. Por�m, ele antecipou uma liminar que soltou os acusados, alegando que no pedido h� "suposi��es de fatos antigos, apoiadas em afirma��es do �rg�o acusat�rio".
A procuradora afirmou que existem fatos mais recentes que podem justificar a manuten��o da pris�o, como a tentativa de dep�sito em esp�cie de R$ 20 milh�es, em outubro do ano passado, na conta da Argeplan, do coronel Lima, que seria operador de Temer, identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
"A lavagem � um crime permanente. Ele continua porque n�o sabemos at� hoje onde est� a maior parte desse dinheiro de propina. Os acusados continuaram operando por meio da Argeplan. Essa organiza��o criminosa atua h� muito tempo. Temer s� n�o foi preso antes porque era presidente", afirmou a procuradora.
M�nica tamb�m ressaltou que, apesar de dizer que estaria � disposi��o da Justi�a, Temer nunca prestou esclarecimentos e se recusou a depor, na �ltima sexta feira, na Pol�cia Federal. Al�m disso, a procuradora alegou que o ex-presidente est� bem de sa�de e que as condi��es da sala em que foi colocado na superintend�ncia da PF no Rio "s�o muito boas".
"N�o teriam motivos para ele ser solto antes do caso ser analisado pela turma (1ª turma do TRF-2). Era a possibilidade de fazermos o contradit�rio, com os outros desembargadores da turma e para a argumenta��o da pr�pria defesa. � um caso grave e existem v�rios precedentes parecidos de an�lise pela turma e n�o monocraticamente. Esse prende e solta gera instabilidade", afirmou.
J� os procuradores que integram a for�a-tarefa da Lava-Jato da primeira inst�ncia do MPF divulgaram uma nota afirmando que receberam com serenidade a decis�o de revoga��o da pris�o do grupo. Por�m, o reafirmou que as raz�es para a pris�o preventiva "s�o robustas e consistentes", mas respeita que a decis�o liminar monocr�tica do desembargador federal e que analisar� as medidas judiciais que poder�o ser tomadas.