Moro: Justi�a Eleitoral � boa para elei��es, n�o para julgar crimes complexos

O ministro da Justi�a, S�rgio Moro, afirmou nesta segunda-feira, dia 1� de abril, que a Justi�a Eleitoral � boa para "julgar elei��es", mas n�o para crimes mais complexos, como os de corrup��o. Uma das raz�es, segundo ele, � que h� muitos ju�zes tempor�rios. Sobre seu projeto anticrime, o ministro afirmou que foi ao Congresso e sente "receptividade". "Existe um clima positivo para tanto", disse ele.

"Acredito que o Projeto de Lei anticrime ser� aprovado. N�o sei se inteiramente ou at� com mais coisas", afirmou durante debate, ressaltando que o "tempo vai dizer" e que a decis�o final cabe ao Congresso. "Com di�logo e respeito, podemos ir adiante com o projeto anticrime."

"Se for aprovado pelo Congresso, teremos um grande avan�o", disse Moro ao falar de seu projeto. "Tenho conversado com os parlamentares. Pessoalmente, sinto receptividade", disse ele. "O projeto anticrime � importante, mas talvez o governo tenha que mandar uma mensagem."

Moro afirmou no debate que est� trabalhando para refor�ar a Pol�cia Federal e as pessoas envolvidas no �mbito da Opera��o Lava Jato. "Embora sejam ineg�veis estes avan�os, o trabalho precisa ser consolidado, tem que se estender", disse ele.

O ministro ressaltou, ainda, que o crime organizado � uma amea�a real e que tem crescido. Ele citou o exemplo dos ataques no Cear�, este ano.

Lava Jato

O ministro tamb�m afirmou que a Lava Jato est� sujeita a cr�ticas, como qualquer outra institui��o. Ele disse ter ouvido nestes �ltimos cinco anos "cr�ticas pesad�ssimas" e algumas "excessivas e irrespons�veis" sobre os rumos da opera��o. "Mas prosseguimos com o trabalho."

"N�o existe a entidade Lava Jato. Todas as institui��es est�o sujeitas a cr�ticas", disse ele durante debate. "O que deve ser reprovado � a cr�tica agressiva e mal-educada", afirmou Moro.

O ministro minimizou as cr�ticas de que a Lava Jato coloca a opini�o p�blica contra institui��es. "Ao contr�rio, o enfrentamento da corrup��o serve ao fortalecimento das institui��es", disse ele. "� demanda da popula��o que tenhamos governo de leis, n�o de interesses especiais."

"Houve um despertar do setor privado brasileiro em rela��o � corrup��o", disse ele, falando do avan�o das medidas de transpar�ncia e compliance. "O setor privado est� mais atento � corrup��o e pode impulsionar o combate."

Moro participou nesta segunda-feira de debate durante o evento "Estad�o Discute Corrup��o", realizado na sede do jornal O Estado de S. Paulo em parceria com o Centro de Debate de Pol�ticas P�blicas (CDPP) e a editora Companhia das Letras, para discutir as opera��es Lava Jato e M�os Limpas.