Em mais um esfor�o para tentar aprovar a reforma da Previd�ncia, o presidente Jair Bolsonaro avisou que vai reservar grande parte da sua agenda para receber parlamentares �s ter�as, quartas e quintas-feiras, em seu gabinete, no Planalto, quando o Congresso est� em pleno funcionamento.
Na busca de votos pela aprova��o da reforma, o presidente j� avisou tamb�m que quer apressar a libera��o de pelo menos R$ 3 bilh�es de emendas parlamentares individuais ainda neste semestre. Assim, ajudaria os prefeitos e os parlamentares, que t�m reclamado na necessidade de recursos para tocar obras em suas bases.
Esse gesto se juntar� � decis�o de Bolsonaro de ampliar o convite a parlamentares para acompanh�-lo em viagens pelo Pa�s afora. Al�m disso, continuar� a abrir espa�o para receber os presidentes dos partidos, iniciada na semana passada e intensificada esta semana.
Bolsonaro resolveu fazer gestos at� mesmo para a oposi��o, a quem j� sinalizou que est� disposto a conversar. O objetivo tentar assegurar os 308 votos m�nimos para aprovar o texto nas comiss�es e na C�mara, o mais r�pido poss�vel, para a mat�ria seguir para o Senado.
A negocia��o de cargos nos Estados tamb�m est� em discuss�o. Nesta quinta-feira, 11, em outra iniciativa de boa vizinhan�a, Bolsonaro participar� de um almo�o no Rio de Janeiro, com chefes dos Poderes e o Conselho de Ministros Evang�licos, a convite do pastor Silas Malafaia.
Bolsonaro vai dar carona n�o s� para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tofolli, como tamb�m para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, (DEM-AP). O presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), est� fora do Pa�s. Outros parlamentares tamb�m convidados para o almo�o integrar�o a comitiva. Alcolumbre vai tamb�m na sexta-feira ao Amap�, seu Estado, ao lado do presidente Bolsonaro e outros parlamentares amapaenses para a inaugura��o do aeroporto de Macap�.
Antes de embarcar para o Rio, o presidente comandar� uma cerim�nia, no Pal�cio do Planalto, de balan�o dos cem primeiros dias de seu governo. A solenidade ser� �s 8h30 da manh� e cerca de 400 pessoas foram convidadas para o evento. Bolsonaro havia convocado a Empresa Brasileira de Comunica��o (EBC) para gravar um pronunciamento em cadeira de r�dio e TV falando dos seus primeiros atos. Acabou, no entanto, desistindo da iniciativa, atropelado pela agenda que previa encontro com cinco partidos pol�ticos PSL, Podemos, Novo, PSC e Avante.
Na ter�a, recebeu os presidentes do PR e Solidariedade. Na semana passada j� havia recebido tamb�m PSDB, DEM e PSD. Seus auxiliares informaram que "n�o deu tempo" porque o presidente estava "concentrando todos os esfor�os" no atendimento aos parlamentares.
Ao assumir o governo, Bolsonaro tinha dito que s� negociaria com bancadas e assim o fez nos primeiros momentos. Mas, agora, perto de completar os primeiros cem dias e diante de derrotas e duros embates no Congresso, rendeu-se aos presidentes dos partidos e a alguma das antigas metodologias, tentando dar uma nova roupagem a elas, evitando o toma l� d� c�. Mas, em busca dos 308 votos, Bolsonaro prometeu aos prefeitos e parlamentares que vai liberar emendas e deixar espa�o na agenda.
Um dos respons�veis pela articula��o no Planalto contabiliza que o presidente Bolsonaro tem "poss�veis" 360 votos, o que seria uma margem bastante folgada para aprovar o texto na C�mara. A conta vem, por exemplo, da uni�o de votos das bancadas ruralistas, que tem 260 parlamentares e da sa�de, que tem 21, entre outras bancadas.
Mas na verdade pol�ticos mais experientes sabem que a matem�tica n�o � t�o exata quando se trata de votos no Congresso e por isso, esse enorme esfor�o do presidente para atrair deputados e senadores para a base, seja com distribui��o de emendas, convites para viagens e atendimentos em audi�ncias. H� disposi��o at� mesmo de distribui��o de cargos nos Estados.
Ser�o destinados entre R$ 3 bilh�es e R$ 4 bilh�es para atender aos pedidos de deputados governistas. A decis�o de apressar a libera��o de verbas de emendas, algo a partir de R$ 3 bilh�es, � um pleito de deputados e senadores que querem ajudar os prefeitos de suas bases eleitorais nas elei��es municipais do ano que vem.
A import�ncia da libera��o dos recursos logo � para que d� tempo de os prefeitos tocarem as obras e poderem inaugur�-las antes das elei��es municipais de 2020. Essa libera��o r�pida tamb�m permitiria que os parlamentares aprovassem a reforma da Previd�ncia no mais breve tempo poss�vel. O governo quer o texto pronto ainda neste semestre.
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