O ex-ministro e candidato derrotado pelo PDT nas �ltimas elei��es para a Presidencia, Ciro Gomes, desembarcou nesta sexta-feira em BH com a metralhadora de cr�ticas calibrada, especialmente voltada ao governo de Jair Bolsonaro (PSL).
Em palestra na Faculdade de Direito da UFMG, onde foi ovacionado - em sua esmagadora maioria -, pelo p�blico de estudantes, ele afirmou que nos primeiros 100 dias a administra��o de seu advers�rio no pleito foi “muito ruim”.
Ciro ainda destacou a baixa execu��o or�ament�ria da atual gest�o principalmente nas �reas de educa��o, ci�ncia e tecnologia e at� seguran�a p�blica, principal pauta adotada pelo presidente durante a campanha.
“Ele (Bolsonaro) � um despreparado absoluto, usando palavras moderadas”, afirmou Ciro. Ainda de acordo com ele, que anunciou a cria��o de uma esp�cie de observat�rio do governo que vai atualizar os dados a cada tr�s meses e “fazer uma an�lise cr�tica”, o presidente tem tido a mais baixa execu��o or�ament�ria.
“O que se gastou em educa��o nesses 100 dias � menos do que se gastava em todo o per�odo dos governos que nos antecederam. Portanto estamos caindo em um buraco”, disse.
O pedetista chamou o presidente de “encantador de serpentes” que usa frases e posturas pol�micas para retirar o foco dos problemas. Ele apontou os problemas de seguran�a p�blica como exemplo dessa postura da atual gest�o.
“Se eu digo que minha prioridade � seguran�a e o dinheiro que eu gasto em seguran�a � o menor que todo mundo gastou, eu t� mentido, n�o t� dando prioridade nenhuma”, disparou. A falta de posicionamento de Bolsonaro sobre o fuzilamento do m�sico e da fam�lia dentro de um carro com 80 tiros, feito por militares do Ex�rcito, no Rio de Janeiro, foi lembrado por Ciro como a falta de comprometimento real do presidente dom o assunto.
Sobraram cr�ticas tamb�m para outros integrantes e apoiadores do governo e tamb�m para a oposi��o. Sobre o considerado “guru” de Bolsonaro, o fil�sofo Olavo de Carvalho, Ciro o classificou como “gozador” e que em breve se rebelar� contra o governo.
“Eu conhe�o Olavo de Carvalho h� muito tempo. Ele � basicamente um gozador. E, neste momento, ele deve estar se desdobrando de rir para al�m de ter sua vaidade saciada por ser reconhecido como guru. Mas, logo mais, voc�s v�o ver que o Olavo de Carvalho, que acima de tudo, e antes de mais nada, um grande deboche, um gozador, esculhambar o governo Bolsonaro ao tempo pr�prio e n�o demora”, afirmou.
Ciro Gomes ainda chamou o ministro das Rela��es Exteriores de “tresloucado” por declara��es que colocam em risco parcerias com outros pa�ses, por ter ideias tortas.
Em rela��o a oposi��o, segundo Ciro, representada principalmente pelo PT, age como “patinho” e cai na “conversa fiada” do presidente. Ele colocou na conta do partido o fen�meno que levou a elei��o de Bolsonaro e que reduz o debate ao juntar no mesmo balaio todos os eleitores como pessoas fascistas, mis�ginas e homof�bicas.
Segundo ele, n�o poss�vel dizer que todos os mieniros que optaram por Bolsonaro se enquadram nesses conceitos. “O Bolsonaro � produto das contradi��es dessa burocracia do PT , que n�o perceberam e nem tiveram o m�nimo de humildade de perceber a grave contradi��o que o povo deu a eles a oportunidade por 13 anos”, analisou.
Ele ainda citou como exemplo da falta de foco da oposi��o do epis�dio envolvendo o ministro da Economia, Paulo Guedes, que acabou saindo como “semi-vitorioso” da sess�o da Comiss�o de Cosntitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara no dia em que foi dar explica��es sobre a reforma da Previd�ncia, que tramita da Casa.
A reuni�o terminou em bate-boca, ap�s o ministro ser chamado de “Tchutchuca” pelo deputado Zeca Dirceu (PT). “Foi maravilhoso e fez muito bem para o f�gado de todo mundo e ele (Paulo Guedes) saiu de l� como um pseudo vitorioso porque na m�dia do pensamento brasileiro ele foi simplesmente desrespeitado numa palavrinha engra�ada”, disse.
Previd�ncia
Sobre a Previd�ncia, Ciro Gomes disse que o modelo adotado na Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que trata da reforma ainda mant�m os privil�gios ao n�o atacar de forma profunda os “provil�gios” do setor p�blico e principalmente dos militares.
“Quando voc� olha o deficit por cabe�a dos trabalhadores comuns, do com�rcio, ind�stria, constru��o civil o buraco � de R$ 1.400 reais por cabe�a. Quando voc� vai olhar os funcion�rios p�blicos dos poderes Legislatvo e Judici�rio o buraco vai em R$ 26 mil (...). Quando voc� vai para os militares o buraco � de R$ 125 mil por cabe�a”, disse.