
Entre as v�rias iniciativas desenvolvidas nos �ltimos meses para reverter a fragmenta��o da oposi��o ao governo Jair Bolsonaro, a rec�m-criada Unidade Progressista tem chamado a aten��o entre lideran�as da centro-esquerda pelo perfil de seus integrantes e, principalmente, por n�o ter a participa��o formal de partidos pol�ticos.
Composta pelos ex-candidatos � Presid�ncia Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL); o governador do Maranh�o, Flavio Dino (PCdoB), o ex-governador da Para�ba Ricardo Coutinho (PSB) e a vice de Boulos, Sonia Guajajara, a Unidade Progressista se reuniu uma vez e produziu dois artigos.
A pr�xima reuni�o ser� em maio e a expectativa � atrair outras lideran�as importantes como os tamb�m ex-presidenci�veis Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) e o ex-senador Roberto Requi�o (MDB-PR).
Embora ainda esteja longe de ser relevante no cen�rio nacional, a Unidade Progressista � vista como uma op��o de m�dio prazo aos desgastados partidos pol�ticos de esquerda, principalmente por causa do perfil de seus criadores, quase todos relativamente jovens e com grande potencial de ampliar seu campo pol�tico. Boulos e Sonia Guajajara t�m fortes v�nculos com movimentos sociais de rua.
Os nordestinos Dino e Coutinho representam experi�ncias administrativas aprovadas pelas urnas e com abertura para o di�logo com o centro e a centro-direita.
Dino foi um dos art�fices do apoio do PCdoB � elei��o de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e participa de f�runs com governadores do Nordeste, Norte e Brasil Central. Haddad recebeu 47 milh�es de votos em 2018, � pr�ximo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e integra o maior partido de esquerda do Pa�s.
Outro sinal do potencial da Unidade Progressista � a onda de ci�mes velado gerada pela articula��o. Lideran�as do PT, PSOL, PCdoB e PDT avaliam, em conversas privadas, que o objetivo final � a cria��o de uma frente eleitoral ou at� de novo partido de centro-esquerda. Os integrantes do grupo negam.
"O que a gente quer � ter visibilidade p�blica de que existe um campo de for�as a ser considerado", disse Haddad. "Temos que trabalhar essa ideia de campo independentemente do desfecho. Temos que trabalhar o caminho", completou o petista.
"Um dos objetivos � fazer um gesto simb�lico a favor da unidade dos progressistas", disse Boulos.
Dino avaliou que fatos recentes, como a elei��o de Bolsonaro - e a desarticula��o pol�tica do governo - e a queda de lideran�as do PT abatidas pela Lava Jato deixam "um vazio enorme" no campo democr�tico que precisa ser ocupado.
A ideia do maranhense � criar um grande campo pol�tico aberto ao debate de ideias com o centro e o empresariado, com perspectiva nacional desenvolvimentista, que promova uma repactua��o institucional em defesa do estado democr�tico de direito. "A gente leva at� 2022 para em 2022 decidir."
Fragmenta��o
A Unidade Progressista � mais uma tentativa de reagrupar a esquerda depois da fragmenta��o ocorrida na elei��o de 2018, quando Ciro se recusou a apoiar Haddad no segundo turno, aprofundada na elei��o para a presid�ncia da C�mara e com as distintas t�ticas de atua��o contra Bolsonaro. "Tudo se insere no esfor�o para acabar com a divis�o da oposi��o", disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.