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Estado de Minas POL�TICA

'O PSL vai ser o primeiro partido a ter compliance', diz Karina Kufa


postado em 21/04/2019 08:18

O escrit�rio respons�vel pela defesa do presidente Jair Bolsonaro, que recorre da condena��o por ofensas � deputada Maria do Ros�rio (PT-RS), � chefiado, quem diria, por uma feminista. Aos 39 anos, a advogada Karina Kufa exp�e suas credenciais n�o s� com palavras mas com a��es concretas voltadas a uma inclus�o mais efetiva de mulheres no masculino ambiente da pol�tica - como o projeto Eleitas, criado para dar assessoria t�cnica e jur�dica a interessadas em se candidatar a cargos eletivos.

Ao Estado ela garantiu, com a sinceridade de uma advogada de defesa, que Bolsonaro e seu filho, Eduardo - a quem tamb�m presta servi�os - n�o s�o machistas e at� se interessam por suas pautas.

Especializada em direito eleitoral, Kufa tamb�m advoga para o PSL nacional, onde hoje trabalha na reestrutura��o dos diret�rios estaduais, a maioria ainda provis�rios, para viabilizar candidaturas no ano que vem. A seguir os principais trechos da entrevista.

Como se deu a aproxima��o com o PSL e com Bolsonaro?

O PSL prestou contas de forma incompleta e a Justi�a Eleitoral declarou como n�o prestadas e suspendeu o diret�rio. Precisavam de um bom escrit�rio em S�o Paulo. Meu nome foi recomendado por ex-clientes. Eu tinha certas restri��es aos Bolsonaro, mas pensei: "o PSL � um partido e partido n�o tem problema". Resolvemos o problema em tempo recorde. Se n�o tiv�ssemos vencido, nenhum eleito pelo PSL-SP poderia ser diplomado. Por conta desse trabalho, me pediram pra cuidar da presta��o de contas dele. Depois fiquei como coordenadora da campanha e agora sou a �nica advogada, com minha equipe, das a��es eleitorais e criminais. No come�o fiquei meio assim, mas falei com amigos e com meu filho, que achou o m�ximo. Ainda assim eu disse "mas a quest�o do machismo, ser� que n�o tem problema, por conta da minha imagem?" Ele falou: "Que machismo?" Falei sobre a agress�o a Maria do Ros�rio e ele disse: "Que agress�o, m�e? Assiste o v�deo". A� assisti.

Como uma feminista defende a seguinte frase: "eu n�o te estupraria porque voc� � feia"?

Acho que dentro de um contexto de provoca��o, acho que ele n�o deveria ter falado, mas houve uma provoca��o em que ele acabou ali se perdendo no contexto. N�o deveria ter falado aquilo, mas ele foi provocado. E hoje, como presidente, ele tem sido mais comedido.

Ele repetiu a frase no plen�rio.

No plen�rio eu n�o vi. Na quest�o da frase, n�o sei qual foi a inten��o ali, mas ele acabou se comportando de uma forma em rea��o a uma provoca��o. Ele n�o � um estuprador, essa � uma acusa��o muito grave. Mas essa era uma provoca��o que ela fazia. A rixa dos dois sempre foi muito grande e ela foi muito provocativa.

Essa defesa � pessoal ou t�cnica?

Depois que entrei na campanha, fui vendo que ele n�o � nada do que imaginava. Pelo contr�rio. Teve falas inadequadas, sim, mas n�o fruto de machismo e sim de falha na comunica��o, de uma provoca��o e de uma pessoa que n�o sabe lidar com provoca��o, mas n�o de machismo. Acho que o machismo est� mais em a��es do que em palavras. Se ele fosse um estuprador, eu falaria que ele � um machista, mas n�o tem nenhuma conduta dele de falta de respeito, agress�o. Quem trabalha com ele sabe que ele � uma pessoa doce, sens�vel, brincalhona e alegre. Totalmente o oposto do que foi plantado durante a campanha.

Qual � sua linha de atua��o na defesa do presidente?

A recomenda��o do advogado anterior era de bater na imprensa. A minha � o oposto, de concilia��o. Acho que deve ter di�logo e n�o deve ficar entrando com a��o contra jornalista. Tem a quest�o da liberdade de express�o, uma coisa que ele sempre primou, mas incentivado pela antiga assessoria, acabou entrando com uma a��o ou outra. Mas o interesse dele � de conciliar. Teve recomenda��o do Olavo de Carvalho de entrar com diversas a��es, mas isso n�o vai acontecer.

E no PSL?

O PSL vai ser o primeiro partido a ter compliance. Tivemos reuni�es com o vice-procurador eleitoral para assinar um termo de boas pr�ticas partid�rias. O PSL era um partido pequeno que n�o tinha dinheiro, mas agora come�ou a ter. N�s procuramos a PGE para nos orientarem a gastar bem o dinheiro. Dessas reuni�es sa�ram algumas sugest�es, como o compliance. � uma seguran�a para dirigentes, filiados e at� para o presidente. O PSL veio com essa ideia do compliance. O Minist�rio P�blico teve total liberdade para propor sugest�es para serem adotadas no estatuto. Qual partido se coloca � disposi��o do MP para dar pitaco interno? Isso tudo garante que vai ser um partido diferente.

Ele n�o paquera outro partido?

N�o. Essa hist�ria da UDN n�o existe. O CNPJ foi extinto. Eles n�o conseguiram se registrar. A UDN nem sequer � uma associa��o ou tem CNPJ. N�o tenho nenhuma informa��o de troca de partido.

Como fica Minas e a hist�ria das candidaturas laranjas?

N�o advogo em Minas nem conhe�o o ministro do Turismo. Tem um advogado que est� cuidando do processo e a gente n�o tem conhecimento. O PSL est� se reestruturando de hoje para o futuro, para n�o ter esc�ndalo, corrup��o ou candidatura laranja. A ideia � fazer toda reestrutura��o para eleger candidatos no maior n�mero de munic�pios, concomitante ao trabalho de conscientiza��o de mulheres para termos o maior n�mero de candidatas.

Essa forma��o de candidatas ser� t�cnica ou ideol�gica?

Aula t�cnica. O que uma candidata precisa, desde a comunica��o, orat�ria, coaching, media training, o que pode ou n�o fazer, como ser zeloso pela presta��o de contas. Ou seja, preparar a candidata para a qualifica��o para quando ela for pleitear a candidatura, verba. Seria como trazer o Eleita para o PSL. A gente vai criar cotas para dirigentes partid�rios. Se conseguirmos ter mais mulheres como dirigentes, teremos mais mulheres brigando pela pauta feminina.

O partido � aberto a pautas femininas?

Fico empolgada porque j� trabalhei com outros partidos e ningu�m pediu sugest�o de projeto para aumento de participa��o da mulher na pol�tica. No PSL sinto envolvimento e abertura. Se quiserem falar que n�o sou mais feminista, tudo bem. Mas estou ali defendendo a mesma pauta que defendia antes de Bolsonaro.

A sra. j� come�ou a pensar em entrar formalmente na pol�tica?

N�o. Gosto muito da pol�tica, mas prefiro ficar nos bastidores.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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