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Estado de Minas

Mour�o tem mais agenda externa do que Bolsonaro

O vice-presidente teve 25% mais compromissos fora do Pal�cio do Planalto do que Jair Bolsonaro desde o in�cio do mandato


postado em 27/04/2019 11:00 / atualizado em 27/04/2019 11:40

(foto: Marcos Correa/PR Brasilia )
(foto: Marcos Correa/PR Brasilia )

O vice-presidente Hamilton Mour�o teve 25% mais compromissos fora do Pal�cio do Planalto do que Jair Bolsonaro desde o in�cio do mandato. No foco de cr�ticas de aliados do presidente, principalmente de seu filho Carlos, vereador no Rio, Mour�o se notabilizou neste in�cio de mandato por ser um vice atuante, com agenda independente. Ontem, o vice-presidente se reuniu com o governador do Piau�, o petista Wellington Dias, no Pal�cio de Karnak, sede do Executivo estadual.

Embora o antipetismo seja uma bandeira de Bolsonaro, Mour�o disse que teve uma conversa "franca, tranquila" com o governador, na qual "debateu, de forma republicana, honesta e sincera, os problemas que atingem o Pa�s como um todo e, em particular, o Estado do Piau�". Em seguida, o vice recebeu o t�tulo de cidad�o piauiense durante solenidade na Assembleia Legislativa.

Nestes quase quatro meses de governo Bolsonaro, Mour�o deixou o gabinete para participar de eventos e reuni�es 97 vezes - em 14 delas, estava exercendo a Presid�ncia enquanto o titular permanecia internado ou em viagem oficial. Bolsonaro saiu do Planalto para 78 compromissos.

O n�mero de compromissos do presidente e vice fora de Bras�lia � similar: Bolsonaro cumpriu 64 agendas oficiais fora da capital federal - esteve no Rio, S�o Paulo, Brumadinho, Foz do Igua�u, Macap� e em quatro pa�ses. Mour�o foi a 71 agendas. Passou por dois pa�ses e esteve em mais cidades brasileiras que Bolsonaro: Rio, S�o Paulo, Sorriso (MT), Caxias do Sul (RS), Carazinho (RS), N�o-Me-Toque (RS), Porto Alegre (RS), Manaus (AM) e Teresina (PI).

O levantamento do Estad�o foi feito com base nas agendas oficiais do Planalto. Foram desconsideradas agendas apontadas como reuni�es particulares, pousos e decolagens e translados. Os n�meros mostram o que talvez seja o motivo das rusgas p�blicas entre o vice e pessoas pr�ximas e aliados de Bolsonaro, como os filhos Carlos e Eduardo (deputado federal pelo PSL) e o escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo.

Mour�o tem aparecido e circulado por ambientes estrat�gicos. Saiu do Planalto para se encontrar 29 vezes com representantes do setor privado. Bolsonaro fez isso tr�s vezes. Em mar�o, em discurso para uma plateia de cerca de 700 dirigentes empresariais ligados � Fiesp, o vice pregou "di�logo" e pediu "confian�a" nos l�deres do governo.

Enquanto Bolsonaro costuma receber pol�ticos em seu gabinete e encontrou l�deres fora do Planalto quatro vezes, Mour�o fez visitas a pol�ticos em dez ocasi�es, incluindo encontros com nomes da oposi��o. A participa��o de Mour�o em eventos com empres�rios e pol�ticos j� rendeu cr�ticas de colegas do pr�prio governo, que veem nesse tipo de movimento a tentativa de assumir um papel de protagonista no governo e se contrapor a Bolsonaro - desde a posse, o vice divergiu publicamente do presidente em algumas ocasi�es.

Durante a semana, Carlos Bolsonaro comandou uma ostensiva onda de ataques contra Mour�o nas redes sociais. Bolsonaro reconheceu o clima de tens�o. A fim de minimizar os problemas, por�m, comparou as dificuldades �s de um casamento. "E esse casamento �, no m�nimo, at� 2022", afirmou. "Vice � sempre uma sombra e, �s vezes, n�o se guia de acordo com o sol. Mas, por enquanto, est� tudo bem."

Ativo. Na avalia��o do cientista pol�tico Marco Ant�nio Teixeira, da FGV-SP, Mour�o ocupou espa�os por causa da sa�de debilitada de Bolsonaro e teve protagonismo porque a interlocu��o da Presid�ncia n�o era "suficientemente adequada". "Mour�o agiu como bombeiro, algu�m que tentava dar uma interpreta��o para declara��es de Bolsonaro que criavam um mal-estar. Por vezes, ele virou um presidente enquanto o presidente agia como deputado."

Segundo Teixeira, nunca houve um vice t�o ativo. "Mas � ativo porque h� uma lacuna." Para ele, o fim da "guerra fria" depende mais da fam�lia do que do vice. "Isso s� se resolve se os atores externos ao governo se comportarem. Essa artilharia n�o � s� contra o Mour�o, � contra o n�cleo mais estruturado e estrat�gico do governo, o militar."

O cientista pol�tico Maur�cio Fronzaglia, do Mackenzie, afirmou que a falta de sintonia se deve � falta de um papel claro de Mour�o no governo. "A fun��o dele n�o parece bem definida."

Ontem, com seguran�a refor�ada, o vice se emocionou ao falar do av�, piauiense que migrou para o Amazonas. A solenidade em Teresina foi prestigiada pelos parlamentares petistas. "Por uma quest�o de urbanidade", afirmou o deputado Franz� Silva. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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