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Estado de Minas

Candidatas do PSL tinham de devolver 80% do dinheiro que recebiam, diz PF

Policiais federais fizeram buscas na sede do partido e em gr�ficas de BH e interior de MG para verificar se servi�os declarados � Justi�a Eleitoral foram prestados


postado em 29/04/2019 13:47 / atualizado em 29/04/2019 19:12

 

Delegados Renato Madsen e Marinho Rezende, que conduziram a operação contra o PSL(foto: Paulo Filgueiras / EM / D.A. Press)
Delegados Renato Madsen e Marinho Rezende, que conduziram a opera��o contra o PSL (foto: Paulo Filgueiras / EM / D.A. Press)

A opera��o da Pol�cia Federal realizada nesta segunda-feira (29) em Belo Horizonte e interior de Minas Gerais tem como objetivo comprovar se servi�os gr�ficos declarados por candidatas do PSL nas presta��es de contas foram de fato cumpridos. De acordo com a PF, a investiga��o aponta para um esquema em que as mulheres eram chamadas a se candidatar como laranjas, para receber recursos do fundo partid�rio e devolver cerca de 80% da verba � legenda. Um dos alvos das buscas, cuja gr�fica n�o funciona h� dois anos e emitiu notas, � irm�o de um ex-assessor do partido.

De acordo com o delegado Marinho Rezende, a investiga��o come�ou por causa da den�ncia de mulheres que afirmam ter recebido propostas do partido do presidente Jair Bolsonaro para concorrer em 2018 fazendo a divis�o dos recursos recebidos. “O valor a ser despendido era cerca de R$ 70 mil a R$ 80 mil para as candidatas, tendo as mesmas que devolver aproximadamente 80% dessa quantia. E 20% ficaria com elas para custeio pr�prias candidaturas”, explicou.

Um dos ind�cios de que as candidaturas eram laranja, segundo o delegado, � que as campanhas de algumas mulheres, entre as cerca de 200 que concorreram pelo PSL, custaram muito mais caro do que as de pessoas que foram eleitas. Segundo Rezende, enquanto custo m�dio do voto para os eleitos foi de R$ 10, as candidatas do PSL chegaram declarar gastos de R$ 200 a R$ 300 por voto sendo que nem foram eleitas.

'Rachadinha' eleitoral


A pr�tica investigada no PSL de Minas Gerais na elei��o se assemelha � “rachadinha” feita em gabinetes parlamentares e tamb�m investigada no �mbito da legenda em BH, no esquema que levou o vereador Cl�udio Duarte (PSL) � pris�o em BH no m�s passado. Ainda na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o senador Fl�vio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, est� entre os parlamentares investigados por cobrar dos funcion�rios a devolu��o de parte do sal�rio.

A polícia apreendeu material em sete gráficas e na sede do PSL de Minas Gerais, em BH(foto: Paulo Filgueiras / EM / D.A. Press)
A pol�cia apreendeu material em sete gr�ficas e na sede do PSL de Minas Gerais, em BH (foto: Paulo Filgueiras / EM / D.A. Press)

 

Gr�fica fechada h� dois anos 


Os policiais foram atr�s de sete gr�ficas mineiras na Opera��o Sufr�gio Ostenta��o. Uma delas, em Ipatinga, j� n�o funciona h� cerca de dois anos, mas emitiu notas para campanhas eleitorais femininas do PSL. De acordo com a Pol�cia, foram feitas buscas na casa de Reginaldo Donizete Soares, em Ipatinga. Ele � irm�o de Roberto Silva Soares, secret�rio-geral da legenda que foi assessor do ministro do Turismo Marcelo �lvaro Ant�nio. Este Roberto Soares, conhecido como Robertinho, foi apontado por uma das mulheres que denunciou o esquema como quem prop�s que ela recebesse R$ 100 mil para a campanha e ficasse com apenas R$ 10 mil.

De acordo com o delegado Marinho Rezende, o ministro Marcelo �lvaro n�o foi alvo da opera��o de hoje, que era direcionada �s gr�ficas. “Inicialmente estamos verificando as informa��es prestadas pelas candidatas e gr�ficas. Essa quest�o dos dirigentes do PSL (o atual ministro era presidente do PSL em Minas na �poca) ser� verificado em fase posterior.

Tamb�m segundo a PF, o dinheiro que teria desviado supostamente serviu a candidaturas masculinas ou a terceiros. Questionado sobre uma eventual rela��o com a elei��o presidencial, o delegado disse ser improv�vel, j� que os recursos do fundo partid�rio s�o destinados de forma regional.
Segundo a PF, cerca de 40 pessoas j� foram ouvidas no inqu�rito. A investiga��o come�ou no fim de fevereiro por causa da den�ncia de mulheres que alegam ter recebido propostas para se candidatar e dividir o recurso com o partido. “As pessoas que efetivamente receberam valores mais elevados (na campanha) n�o admitiram essas propostas”, diz o delegado.

Foram apreendidos documentos e equipamentos como computadores na sede do PSL de Minas Gerais, na Rua Inconfidentes na Savassi, e em gr�ficas em Contagem, Lagoa Santa e Coronel Fabriciano, al�m da casa do antigo dono do estabelecimento que n�o funcionava em Ipatinga. O delegado informou que, apesar do foro privilegiado, o ministro Marcelo �lvaro Ant�nio pode ser investigado pela Justi�a Eleitoral por se tratar de crime estranho ao mandato.

Se forem comprovadas as den�ncias, as candidatas e os donos de gr�fica ser�o enquadrados em falsidade ideol�gica, cuja pena � de cinco anos de reclus�o. Se comprovada a participa��o dos dirigentes do PSL, ele tamb�m ter�o incorrido no mesmo crime.

De acordo com o delegado, o esquema seria para ludibriar a legisla��o eleitoral que passou a exigir, na elei��o do ao passado, que 30% da verba do fundo partid�rio destinada aos partidos fosse obrigatoriamente para custear candidaturas femininas.

 

Em nota, o ministro Marcelo �lvaro Ant�nio afirma ver a opera��o da PF com naturalidade e que est� � disposi��o dos investigadores. Al�m disso, reafirma que n�o houve candidatura laranja.  

 


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