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Estado de Minas

Agenda de viagens de Bolsonaro vira mais um motivo de decep��o para aliados

Prometida por Jair Bolsonaro ao longo da campanha eleitoral, agenda de viagens pelo Brasil vira mais um motivo de decep��o para pol�ticos aliados


postado em 13/05/2019 10:08

(foto: AFP / MAURO PIMENTEL)
(foto: AFP / MAURO PIMENTEL)

O “tsunami” que pode atingir o governo esta semana, sugerido na sexta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro, tem o pr�prio comandante do pa�s como causa original. A analogia usada pelo chefe do Pal�cio do Planalto � consequ�ncia de suas equivocadas decis�es ao longo do curto mandato.

A resist�ncia em mudar a articula��o pol�tica com os parlamentares e as poucas viagens pelo Brasil jogam contra a constru��o de uma base aliada e a favor da reincid�ncia de derrotas no Congresso.


Quando Bolsonaro come�ou a receber presidentes e l�deres partid�rios, em 4 de abril, e acenou que o importante � a “boa pol�tica”, alguns congressistas acreditaram que, enfim, ele mudaria o di�logo. Imaginaram que o governo, por meio da Casa Civil, finalmente abriria as negocia��es por cargos nos estados, inserindo apadrinhados em superintend�ncias estaduais e regionais da administra��o p�blica indireta nas unidades da Federa��o.


O resultado disso foi decepcionante para parlamentares dispostos a compor uma base governista. Para a maioria, os di�logos por cargos n�o fluem. Sem as indica��es, deputados e senadores ficam enfraquecidos em suas bases eleitorais, sobretudo os novatos, que, em 2019, n�o t�m emendas impositivas a receber — recursos que o governo � obrigado a executar. Com as elei��es municipais de 2020 no horizonte, � uma amea�a ao fortalecimento dos pol�ticos nos estados.

A rela��o poderia ser diferente se Bolsonaro, pelo menos, viajasse o pa�s. Mas nem isso, o presidente tem feito. Desde o encaminhamento da reforma da Previd�ncia, em 20 de fevereiro, at� sexta-feira, 10, ele realizou, dentro do pa�s, um total de 13 viagens oficiais. Foi quatro vezes ao Rio de Janeiro, tr�s vezes a S�o Paulo, duas vezes a Foz do Igua�u (PR) e uma vez a Macap�, Curitiba, Navegantes (SC) e Ribeir�o Preto (SP).

Embora em uma das agendas tenha ido ao est�dio do SBT, na capital paulista, para uma entrevista ao Programa do S�lvio Santos, que garante a ele uma exibi��o em escala nacional na TV aberta, parlamentares julgam que � muito pouco.


Um governo que tem como prioridade aprovar a reforma da Previd�ncia n�o pode se dar ao luxo de, em quase tr�s meses de mandato, percorrer apenas 13 munic�pios. Sobretudo em localidades onde Bolsonaro sagrou-se vencedor nas urnas, nas �ltimas elei��es. Em ambos os turnos, o presidente foi vencedor nos estados de Santa Catarina, Paran�, Amap�, Rio de Janeiro e S�o Paulo, �nicos visitados at� o momento.

 “O presidente est� se preocupando mais em ‘pregar para convertidos’ do que em construir uma base social e parlamentar. Isso � perigoso”, alerta o cientista pol�tico Enrico Ribeiro, coordenador legislativo da Queiroz Assessoria em Rela��es Institucionais e Governamentais.


S� para convertidos

Das 13 viagens feitas no pa�s, Bolsonaro foi a sete solenidades militares e evang�licas. S�o dois grupos que se encontram na base do governo. Ainda que essas duas alas tenham tido entreveros recentes, o presidente prestigia esses eventos h� algum tempo. “Um presidente precisa percorrer o pa�s, afagar a base e construir apoio n�o apenas com quem tende a concordar com ele. A estrat�gia atual, sem visitas ao Nordeste, por exemplo, � equivocada. E o Centr�o e a oposi��o sabem jogar bem em cima disso”, avalia Ribeiro.


O entorno pol�tico de Bolsonaro diz que ele ainda tenta encontrar o melhor arranjo para as viagens. O presidente procura marcar presen�a em lugares que possibilitem a ele alguma entrega do governo ou participa��o em evento de in�cio de algum programa governamental, como na sexta-feira, quando prestigiou o come�o das opera��es do Centro Integrado de Intelig�ncia e Seguran�a P�blica da Regi�o Sul.

Mas ele pode e deve buscar agendas diferentes, sobretudo para construir uma base para a aprova��o da reforma da Previd�ncia, recomenda o l�der do Podemos na C�mara, Jos� Nelto (GO). “Qualquer reforma e plano de governo precisam do empenho do presidente em rodar o pa�s, conversar com governadores, prefeitos e empres�rios”, destaca.


O sucesso da articula��o com o Congresso est� nos detalhes, at� nos gestos mais simples. Resta a Bolsonaro ouvir melhor seus conselheiros. A pr�pria viagem dele ao Nordeste foi reduzida. Em 23 de maio, era previsto que o presidente fizesse um reconhecimento da �rea das obras da transposi��o do rio S�o Francisco, al�m de uma atividade na f�brica da Fiat em Goiana (PE).

Um assessor palaciano afirma, contudo, que ele cumprir� apenas a agenda prevista para o dia 24, onde comandar�, com a presen�a dos nove governadores da regi�o, a reuni�o do Conselho Deliberativo (Condel) da Superintend�ncia de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que votar� o Plano Regional de Desenvolvimento (PRDNE)



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