
O primeiro nomeava, para cargos de confian�a, pessoas para repassar parte dos vencimentos em troca das nomea��es. O segundo recolhia e distribu�a o dinheiro. E o terceiro era formado pelos nomeados, que repassariam parte dos sal�rios. O pedido da Promotoria resultou na quebra dos sigilos de dezenas de pessoas f�sicas e jur�dicas ligadas a Fl�vio e a sua assessoria na Alerj.
A organiza��o, segundo os promotores, agia desde 2007. O Minist�rio P�blico identificou supostos ind�cios de que a quadrilha tinha a participa��o de "dezenas de assessores", em declara��es do ex-motorista de Fl�vio na Alerj, Fabr�cio Queiroz. Considerou, por�m, n�o ser "cr�vel a insinua��o da defesa de que a lideran�a da organiza��o criminosa" caberia a Queiroz, "um assessor subalterno, que teria agido sem conhecimento de seus superiores hier�rquicos durante tantos anos". Tamb�m considerou fr�gil a defesa apresentada pelo ex-assessor, que alegou recolher os sal�rios para redistribu�-los e contratar mais gente, sem conhecimento de Fl�vio. O parlamentar e seu assessor s�o alvos de Procedimento Investigat�rio Criminal do MP do Rio, assim como a mulher de Queiroz, Marcia Aguiar, e as filhas do ex-motorista, Evelyn e Nathalia.
Os promotores identificaram no caso ind�cios da pr�tica conhecida como "rachadinha". "Rachid" ou "esquema dos gafanhotos" - repasse irregular de sal�rios dos assessores a seus superiores. Viram ainda sinais da contrata��o de funcion�rios fantasma e tamb�m do crime de "lavagem de dinheiro" em dep�sitos fracionados em contas.
Ind�cios do mesmo crime de lavagem foram apontados pelos promotores tamb�m nas diversas "transa��es imobili�rias realizadas pelo ent�o deputado estadual (Fl�vio) como a venda de salas comerciais para pessoa jur�dica cujo s�cio mant�m sede em para�so fiscal (Panam�), transa��es imobili�rias realizadas com dinheiro em esp�cie em quantias superiores a R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e com ind�cios de superfaturamento ou subfaturamento nas opera��es ". Segundo a Promotoria, Fl�vio lucrou R$ 3 milh�es com compra e venda de im�veis entre 2010 e 2017, quando adquiriu 19 apartamentos e salas comerciais por R$ 9,4 milh�es.
No documento, os promotores apontam ainda supostos "ind�cios de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas" e "constante uso de recursos em esp�cie nos pagamentos", o que "lan�a suspeitas" de que os neg�cios "possam ter sido registrados com valores fraudados" para "encobrir o enriquecimento il�cito decorrente dos desvios de recursos da Alerj".
Outro lado. O senador Fl�vio Bolsonaro defendeu-se por meio de nota divulgada por sua assessoria. Negou as acusa��es de patrim�nio il�cito.
"N�o s�o verdadeiras as informa��es vazadas acerca de meu patrim�nio", afirmou, no texto. "Continuo sendo v�tima de seguidos e constantes vazamentos de informa��es contidas em processo que est� em segredo de justi�a. "Sempre declarei todo meu patrim�nio � Receita Federal e tudo � compat�vel com a minha renda.", prosseguiu. "Tenho meu passado limpo e jamais cometi qualquer irregularidade em minha vida. Tudo ser� provado em momento oportuno dentro do processo legal. Apenas lamento que algumas autoridades do Rio continuem a vazar ilegalmente � imprensa informa��es sigilosas querendo conduzir o tema publicamente pela imprensa e n�o dentro dos autos."
O advogado Paulo Klein, defensor de Queiroz e sua fam�lia, tamb�m rebateu as acusa��es.
"O MP afirma que a defesa � fr�gil pois depois 3 meses n�o conseguiu comprovar suas alega��es", afirmou, em nota. " O que dizer ent�o do MP que depois de 1 ano e 5 meses n�o tem ind�cios m�nimos de pr�tica criminosa? Tanto � assim que n�o existe den�ncia at� agora. Quem tem que provar que houve crime � a acusa��o e n�o a defesa fazer prova negativa."
"As alega��es de que existem funcion�rios fantasmas � desprovida de qualquer elemento m�nimo de prova, tanto � assim que se de fato isso tivesse provado ou houvesse ind�cio m�nimo, o MP n�o ia pedir quebra de sigilo e sim ofereceria a den�ncia, delimitaria a acusa��o. O MP promove uma investiga��o sem objeto definido em verdadeira atua��o de um estado policial", atacou.