O presidente Jair Bolsonaro foi barrado pelo mau tempo e n�o conseguiu chegar � cidade de Capanema, no oeste do Paran�, nesta quinta-feira, 23, para participar da inaugura��o da Usina Hidrel�trica Baixo Igua�u. O avi�o do presidente chegou a descer em Cascavel, de onde ele seguiria de helic�ptero at� a usina, mas foi informado de que n�o havia teto para o voo.
De acordo com assessores, o presidente se preparou para fazer o percurso de 122 km de carro, mas foi desaconselhado por quest�es de seguran�a. A rodovia tem grande parte do trecho em pista simples e est� em obras. O tr�fego de caminh�es � intenso e h� muitos desvios. De manh�, a estrada ficou totalmente interditada durante meia hora devido a um acidente. De Cascavel, Bolsonaro retornou para Bras�lia.
O prefeito de Capit�o Le�nidas Marques, Claudio Quadri (MDB), lamentou a impossibilidade da presen�a do presidente. Ele pretendia levar a Bolsonaro uma reivindica��o de cerca de 60 fam�lias que tiveram as propriedades atingidas pela constru��o do lago da hidrel�trica e ainda n�o foram indenizadas. "Pretendia falar com ele aqui, mas se n�o tiver uma solu��o, vou a Bras�lia", disse.
A usina opera desde fevereiro, quando foram produzidos os primeiros megawatts. Em abril, entrou em opera��o total. A barragem foi erguida no trecho final do rio Igua�u, entre os munic�pios de Capanema e Capit�o Le�nidas Marques, a um custo de R$ 2,3 bilh�es. A pot�ncia geradora � de 350 megawatts, suficiente para atender 1 milh�o de pessoas.
A obra vinha sendo planejada desde 2002. O leil�o que deu aval � constru��o aconteceu em 2008, ainda no governo de Luiz In�cio Lula da Silva (PT) - o governador do Paran� era Roberto Requi�o (MDB). As obras s� come�aram em 2013 - ano em que deveriam estar conclu�das - na gest�o de Dilma Rousseff (PT). A obra � do Cons�rcio Energ�tico Baixo Igua�u, formado pelo grupo Neoenergia e pela Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Ambientalistas contestam projetos
A obra acumulou pol�micas. Os ambientalistas contestaram o projeto por estar instalado a apenas 500 metros do Parque Nacional do Igua�u, �rea de prote��o federal classificada como Patrim�nio Natural da Humanidade pela Unesco. Foram alegados os danos ambientais causados pelo alagamento. As prefeituras lindeiras defenderam a obra, de olho no pagamento de compensa��o financeira (royalties).
Os cinco munic�pios que dependem do turismo das Cataratas do Igua�u tamb�m se posicionaram contra, alegando o risco de redu��o na vaz�o das quedas d'�gua, prejudicando o turismo. O governo e defensores da obra alegam que o funcionamento da hidrel�trica Baixo Igua�u vai regular a vaz�o que alimenta as cachoeiras, garantindo espet�culo permanente aos turistas - 1,8 milh�o visitaram as Cataratas em 2018.
O conjunto de cachoeiras radicais, incluindo a parte argentina, � considerado uma das sete maravilhas naturais do mundo. A Baixo Igua�u � a �ltima de uma sequ�ncia de seis usinas instaladas no rio. O reservat�rio ocupa 31 km�, dos quais 18 km� no leito original. A obra esbarrou tamb�m no patrim�nio hist�rico: foram encontrados 58 s�tios arqueol�gicos na �rea atingida pelo reservat�rio, entre eles alguns com escritos rupestres.
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