Presidente do BNDES nega inger�ncia pol�tica no Fundo Amaz�nia

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) negou nesta quinta-feira, 23, que haja inger�ncia pol�tica no Fundo Amaz�nia. Na semana passada, o banco afastou a chefe do Departamento de Meio Ambiente, Daniela Baccas, ap�s o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciar uma an�lise que teria identificado "fragilidades na governan�a e implementa��o" dos projetos do fundo.

O Departamento de Meio Ambiente do BNDES � respons�vel pela opera��o do Fundo Amaz�nia, criado em 2008 com doa��es de R$ 3,2 bilh�es da Noruega e de R$ 200 milh�es da Alemanha.

"O Fundo Amaz�nia para a gente � muito importante", afirmou Levy, ao chegar � feira de neg�cios sustent�veis Green Rio, onde participa de uma sess�o no per�odo da tarde tarde.

Segundo Levy, o Fundo Amaz�nia passa por um "processo de aprimoramento gerencial", durante o qual "estamos conversando muito com os doadores". Questionado por jornalistas sobre o afastamento da funcion�ria da chefia, Levy respondeu: "N�o h� inger�ncia pol�tica. No BNDES, n�o h� inger�ncia pol�tica."

Na sexta-feira, Salles anunciou os resultados de uma an�lise sobre uma amostra de 30% dos 103 contratos j� firmados pelo Fundo Amaz�nia desde 2008. Conforme uma nota oficial do minist�rio sobre o an�ncio, Salles disse que a an�lise revelou que "h� relat�rios de desempenho sem informa��o, aus�ncia de visitas in loco, presta��o de contas sem o respectivo documento e que n�o corresponde aos relat�rios de atividade".

Em nota divulgada no s�bado, o BNDES disse que a decis�o de afastar Baccas da chefia � uma "pr�tica natural enquanto se esclarecem as quest�es levantadas" pelo Minist�rio do Meio Ambiente e n�o representa "qualquer suspeita espec�fica sobre a conduta dos funcion�rios do banco".

A AFBNDES, associa��o que representa os servidores banco, cobrou a recondu��o da funcion�ria ao cargo e organizou um ato de desagravo na �ltima segunda-feira. Para a AFBNDES, a diretoria do banco "destituiu uma funcion�ria exemplar de suas fun��es com base em um blefe do ministro do Meio Ambiente" e seu posicionamento no caso foi "uma racionaliza��o prec�ria para o que de fato � uma inger�ncia do Minist�rio do Meio Ambiente no BNDES". Segundo a associa��o, o afastamento enquanto se apura eventuais problemas n�o � "pr�tica natural".

Embora Levy tenha dito que tem conversado com os doadores do Fundo Amaz�nia sobre um "aprimoramento gerencial", em nota divulgada ainda na sexta-feira, a Embaixada da Noruega no Brasil disse que n�o recebeu "nenhuma proposta das autoridades brasileiras para alterar a estrutura de governan�a ou os crit�rios de aloca��o de recursos".

Na nota, a embaixada rebateu as cr�ticas do ministro Salles, classificando o Fundo Amaz�nia como "uma das melhores pr�ticas globais de financiamento com fins de conserva��o e uso sustent�vel de florestas". "A Noruega est� satisfeita com a robusta estrutura de governan�a do Fundo Amaz�nia e os significativos resultados que as entidades apoiadas pelo Fundo alcan�aram nos �ltimos 10 anos", diz a nota.