Em sua primeira viagem oficial ao Nordeste, regi�o onde registra os seus maiores �ndices de rejei��o, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um acr�scimo de R$ 4 bilh�es ao Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), mas n�o foi poupado de cr�ticas dos governadores da regi�o - o FNE � um dos tr�s fundos constitucionais criados para implementar a pol�tica de desenvolvimento entre �reas do Pa�s.
O presidente desembarcou no Recife na manh� desta sexta-feira, 24, com um comitiva de 15 convidados para participar da reuni�o do Conselho Deliberativo de Desenvolvimento do Nordeste (Condel-Sudene).
Para evitar manifesta��es de oposi��o que foram convocadas pelas redes sociais, a comitiva foi dividida em dois helic�pteros que se deslocaram da base a�rea do aeroporto do Recife at� o Instituto Brennan, onde aconteceu o evento.
Durante o evento, um grupo de manifestantes com faixas e cartazes protestou em frente ao port�o do instituto. "Esper�vamos que o presidente, chegando aqui no Nordeste, a exemplo do que acontecia anteriormente, trouxesse mais not�cias boas. As not�cias boas n�o foram tantas", disse � reportagem o governador da Para�ba, Jo�o Azevedo (PSB).
No discurso de abertura, Bolsonaro fez um apelo para que os governadores, majoritariamente de oposi��o, apoiem o projeto de reforma da Previd�ncia enviado ao Congresso. "Fa�o um apelo aos senhores governadores do Nordeste. Temos um desafio que n�o � meu, mas tamb�m dos senhores, independente da quest�o partid�ria, que � a reforma da Previd�ncia, sem a qual n�o podemos sonhar em colocar em pr�tica parte do que estamos tratando aqui", disse o presidente.
Ainda segundo Azevedo, � preciso que "efetivamente" o governo mostre a que veio. "Precisa definir pol�ticas. Isso n�o aconteceu. Esperamos que o Brasil volte a crescer e n�o fique amarrado exclusivamente na pauta da Previd�ncia", concluiu o governador paraibano.
O governador do Maranh�o, Fl�vio Dino (PCdoB), foi na mesma linha. "De um modo geral o governo do presidente Bolsonaro enfrenta dificuldades no Pa�s, n�o apenas no Nordeste. Hoje essa contesta��o de que o governo vem frustrando expectativas � nacional. � um governo inerte no que se refere a pol�ticas p�blicas. Quando rompe a in�rcia, rompe na dire��o errada. � exemplo desse desastrado decreto sobre armas".
Para o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), n�o vai ser f�cil o presidente reverter a viagem em popularidade no Nordeste. "Popularidade n�o se relaciona com dinheiro, mas com a capacidade de liderar", afirmou.
Guedes
Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, 24, ap�s participar da reuni�o do Conselho Deliberativo da Sudene, no Recife, o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre a entrevista do ministro da Economia, Paulo Guedes � revista semanal Veja, na qual disse que deixar� o governo caso a reforma da Previd�ncia vire uma "reforminha".
"Ningu�m � obrigado a continuar como ministro meu. Logicamente ele est� vendo uma cat�strofe, e � verdade, concordo com ele, se n�s n�o aprovarmos a reforma muito pr�xima da que n�s enviamos ao parlamento. O que o Paulo Guedes v�, e ele n�o � nenhum vidente, nem precisa ser, � para entender que o Brasil vai viver um caos econ�mico sem a aprova��o essa reforma", afirmou o presidente.
Bolsonaro fez um apelo a governadores e prefeitos para que trabalhem pela aprova��o da reforma da Previd�ncia, alegando que a proposta � fundamental para reduzir desigualdades no Pa�s.
"Temos um desafio pela frente que n�o � meu. � tamb�m dos senhores governadores e prefeitos, independentemente de quest�o partid�ria. � a reforma da Previd�ncia, sem a qual n�o podemos sonhar em botar em pr�tica algo que estamos sonhando neste momento", afirmou Bolsonaro. "Tenho certeza que todos os governadores torcem pela aprova��o da reforma."
Quando questionado sobre sua alta rejei��o no Nordeste, o presidente respondeu de forma dura: "Fa�a uma pergunta mais inteligente".
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