O presidente Jair Bolsonaro acabou nesta quarta-feira, 29, com as d�vidas levantadas por senadores de que poderia devolver o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Minist�rio da Justi�a editando um decreto. Ele afirmou que vai sancionar o texto da forma como foi aprovado pelo Congresso, que decidiu transferir o �rg�o para o �mbito do Minist�rio da Economia. "O Coaf continua no governo, � a mesma coisa. Vou sancionar tudo", afirmou o presidente.
Parte dos senadores votou contrariado para que o Coaf ficasse na pasta da Economia atendendo a um apelo do pr�prio Bolsonaro. A MP precisava ser aprovada pelo Congresso at� a pr�xima segunda-feira. Qualquer altera��o no texto colocaria em risco esse calend�rio e obrigaria o presidente a recriar sete minist�rios.
A defesa para que o �rg�o ficasse no Minist�rio da Justi�a foi uma das principais pautas levadas �s ruas por manifestantes nos atos a favor do governo, no domingo passado. Por isso, parlamentares da base aliada passaram boa parte da sess�o de ter�a-feira, 28, usando o apelo do presidente para justificar o voto que tirou o Coaf de Moro.
Bolsonaro chegou a enviar uma carta, em coautoria com os ministros Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, Paulo Guedes, da Economia, e Sergio Moro, da Justi�a, na qual apelava para que os senadores votassem o texto do jeito que saiu da C�mara - mantendo a redu��o da estrutura administrativa de 29 para 22 minist�rios, mas transferindo o Coaf no Minist�rio da Economia. O documento foi entregue por Onyx ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) antes da sess�o. Houve desconfian�a de que o presidente aproveitaria a oportunidade para faturar com seus eleitores. O Congresso entraria para a hist�ria como quem votou contra Moro e Bolsonaro como o salvador da pauta do superministro editando um decreto que devolveria o Coaf a ele.
Decreto
Durante a sess�o do Senado, alguns parlamentares, como a senadora Selma Arruda (PSL-MT), chegaram a sugerir que Bolsonaro determinasse a manuten��o do Coaf no Minist�rio da Justi�a via decreto presidencial - o que evitaria an�lise pelo Congresso. "N�s aqui n�o vamos discutir o sexo dos anjos, porque n�o � da nossa compet�ncia discutir onde o Coaf deve ou n�o deve ficar. Deixemos (a decis�o) ao presidente da Rep�blica, seja por decreto, se ele assim entender, seja por veto, que tamb�m � cab�vel", disse a senadora.
Auxiliares do presidente, no entanto, negaram que a possibilidade de decreto ou veto a algum trecho da MP esteja em an�lise pelo Planalto. Eles argumentam que Bolsonaro n�o romperia um acordo feito com o Congresso.
Al�m de confirmar o Coaf na Economia, o Senado fez um ajuste na reda��o da medida provis�ria que transferiu a demarca��o de terras ind�genas do Minist�rio da Agricultura para o Minist�rio da Justi�a. A mudan�a tamb�m foi fruto de acordo, costurado pelo l�der do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), como forma de aplacar resist�ncias � MP, mas contrariou parlamentares ligados ao agroneg�cio.
Nesta quarta-feira, em um novo gesto de aproxima��o com o Parlamento, Bolsonaro foi � C�mara para participar de homenagem ao humorista Carlos Alberto da N�brega. Ele deixou o Pal�cio do Planalto caminhando e atravessou a Pra�a dos Tr�s Poderes.
A visita n�o estava prevista. O presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi avisado pouco antes por telefone. "Foi bom o presidente vir aqui prestigiar o homenageado, a C�mara, a gente precisa mais de di�logo e proximidade do que de conflito", disse Maia ap�s a visita. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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