Partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL n�o vai entrar na linha de defesa do ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, Sergio Moro, que teve seu celular interceptado por hacker e supostas comunica��es mantidas com integrantes do Minist�rio P�blico divulgadas pelo site The Intercept. A Ordem dos Advogados do Brasil cobrou o afastamento do ministro e dos procuradores para apura��o de poss�veis irregularidades na condu��o da Opera��o Lava Jato e das a��es penais. O site afirma que recebeu o material de uma fonte an�nima.
"O Moro nem � filiado ao PSL, t� certo?", justificou o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PSL-PE). Segundo ele, cada parlamentar � livre para, individualmente, se manifestar sobre o caso, mas n�o haver� uma a��o conjunta ou em nome da sigla governista.
Na manh� desta ter�a-feira, 11, deputados e senadores do PSL se reuniram em Bras�lia. Eles terminaram o encontro sem discutir qualquer manifesta��o em defesa pol�tica do ministro. O encontro serviu para lan�ar uma campanha pela aprova��o da reforma da previd�ncia.
A divis�o sobre sair ou n�o em defesa do ministro evidenciou-se quando a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) conclamou os parlamentares a irem juntos � sede da Pol�cia Federal e � Procuradoria-Geral da Rep�blica cobrarem uma investiga��o sobre o ataque hacker em dispositivos m�veis do ministro e de procuradores da Lava Jato. A deputada recebeu a sugest�o de representar para que o caso seja enquadrado na Lei de Seguran�a Nacional, uma vez que o ve�culo que divulgou as conversas � estrangeiro.
"Vai ter mais reuni�o? O que voc�s acham de os deputados irem l� na Pol�cia Federal pedir uma investiga��o do vazamento? Voc�s querem ir?", disse Zambelli. Alguns deputados responderam ironicamente que ela fosse e falasse tamb�m de tentativas de intrus�o nos celulares deles.
Sem ades�o, Zambelli disse � reportagem que pretende ir sozinha aos �rg�os investigadores ainda nesta ter�a-feira. "Eu vou entrar na PGR com pedido de investiga��o pela Lei Carolina Dieckmann (sobre delitos inform�ticos)", disse ela. Zambelli diz que a rede de ativistas e militantes de que faz parte - o movimento Nas Ruas - est� pronta para protestar em apoio a Moro.
CPI
Ao fim do encontro, o vazamento das supostas conversas foi tema de bate-papo entre os parlamentares. Eles ponderavam que a PGR e a PF j� haviam aberto procedimentos de apura��o e avaliavam que o caso pode virar uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI). H� duas em funcionamento atualmente na C�mara. Deputados disseram, por�m, que os fatos n�o t�m gravidade para tanto.
"As informa��es est�o t�o cristalinas, n�o tem nada que seja n�o republicano", disse Bivar. "Acho que tem de abrir uma CPI ao contr�rio, para investigar quem vazou", opinou Zambelli. "A gente pensou nisso, mas pode ser um desgaste e prolongar um assunto que daqui a pouco pode morrer."
Senadores do PSL viram digitais do senador Renan Calheiros (MDB-AL) na rea��o de �rg�os de controle, como o Conselho Superior do Minist�rio P�blico (CNMP). Isso porque o ex-secret�rio-geral da Mesa do Senado Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, consultor da confian�a de Renan, foi um dos conselheiros que assinou o procedimento para apurar a conduta dos procuradores da Rep�blica integrantes da Lava Jato. A apura��o foi considerada por parlamentares como uma "rea��o do submundo".
"O Bandeira � membro do CNPM. Ele � um dos que assinou o pedido de investiga��o dos procuradores. A mando do Renan", disse a senadora Ju�za Selma Arruda (PSL-MT).
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