PT cogita n�o ter candidato a prefeito em S�o Paulo em 2020

A dire��o do PT cogita pela primeira vez n�o ter candidato pr�prio em S�o Paulo. Na segunda-feira passada, o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do partido realizou a primeira reuni�o para iniciar a prepara��o rumo �s elei��es municipais de 2020. Em um balan�o preliminar, ele avaliou que deve crescer nas cidades de porte m�dio, com mais de 200 mil eleitores, mas tem candidatos competitivos em s� quatro das 27 capitais.

Com a falta de quadros competitivos e a orienta��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, o PT deve priorizar o apoio a candidatos dos demais partidos de centro-esquerda (PSB, PDT, PSOL e PCdoB) que tenham mais chances de vit�ria. "Quem estiver pior precisa apoiar o aliado que estiver melhor", disse Lula a v�rios interlocutores que foram visit�-lo em Curitiba, onde cumpre pena.

De acordo com dirigentes petistas, essa � tamb�m a vontade da maioria do partido, mas a viabiliza��o da ideia vai depender do poder de convencimento sobre lideran�as locais e bancadas de vereadores, que devem fincar posi��o em defesa de candidaturas pr�prias mesmo em cidades onde os petistas t�m poucas chances de vencer.

O cen�rio levou a dire��o do partido a cogitar a possibilidade de, pela primeira vez em sua hist�ria, o PT n�o lan�ar candidato a prefeito de S�o Paulo, maior cidade do Brasil governada tr�s vezes pela legenda. Embora tr�s nomes estejam colocados - os dos deputados Carlos Zarattini e Paulo Teixeira e do ex-deputado Jilmar Tatto - o partido admite a hip�tese de apoiar o ex-governador M�rcio Fran�a (PSB) ou o l�der do Movimento dos Sem Teto Guilherme Boulos (PSOL).

H� algumas semanas, dirigentes do PT paulista se encontraram com Fran�a para falar sobre a elei��o do ano que vem. Ao contr�rio do ano passado, quando o ent�o candidato a governador recusou o apoio p�blico do partido temendo ser v�tima do antipetismo, desta vez Fran�a deu sinal positivo.

O apoio ao ex-governador � defendido por caciques petistas pr�ximos de Lula. Por outro lado, aliados da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disseram preferir o nome de Boulos. A bancada de vereadores e a dire��o municipal defendem uma candidatura pr�pria.

A dire��o nacional do PT avalia que os tr�s nomes colocados em S�o Paulo n�o t�m chances de vit�ria. Lula defendeu a candidatura do ex-ministro Aloizio Mercadante, mas ele tem dito com clareza que n�o deseja disputar a Prefeitura.

Simpatizantes do PT na "sociedade civil", como a professora Ana Estela Haddad, mulher do ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad, foram procurados. Ana Estela chegou a se empolgar com a ideia, mas desistiu. Profissionais liberais e artistas tamb�m foram sondados, mas recusaram. Um dos motivos � a for�a de Tatto e sua fam�lia no PT paulista.

De acordo como presidente municipal do PT de S�o Paulo, Paulo Fiorilo, o plano hoje � ter candidato pr�prio, mas isso vai depender da capacidade do partido de viabilizar uma candidatura competitiva. "Vamos fazer caravanas com os candidatos e montar uma chapa forte de vereadores. N�o est� em nosso horizonte n�o ter candidato", disse Fiorilo. A decis�o final, por�m, sair� de Curitiba.

Plano

No balan�o preliminar, o GTE petista avaliou que o partido tem grandes chances de vit�ria em Rio Branco (AC), com o ex-senador Jorge Viana; Manaus (AM), com o deputado Jos� Ricardo Wendling; Fortaleza (CE), com a deputada e ex-prefeita Luizianne Lins; e Recife (PE), com a deputada Mar�lia Arraes. Pode parecer pouco para um partido que at� 2015 governava o Pa�s, mas � uma melhora em rela��o a 2016, quando o partido caiu de 630 para 256 prefeituras e venceu em apenas uma capital, Rio Branco.

Agora, ao contr�rio de 2016, a ordem � seguir a orienta��o de Lula, apoiar aliados mais bem colocados e fortalecer a unidade dos partidos de centro-esquerda em n�vel nacional.
Al�m da possibilidade de apoiar Fran�a ou Boulos em S�o Paulo, o partido deve se aliar com Manuela D'�vila (PC do B) em Porto Alegre e com candidatos do PSOL no Rio, Belo Horizonte e Bel�m. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.