Pe�a-chave na investiga��o do suposto esquema de desvio de dinheiro no antigo gabinete do senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o grupo de elite no combate � corrup��o do Minist�rio P�blico fluminense foi criado em novembro de 2016 para apurar os desdobramentos do esquema do ex-governador S�rgio Cabral descoberto pela Opera��o Lava Jato. Hoje, j� soma cerca de 400 procedimentos investigat�rios envolvendo os chamados crimes do colarinho-branco.
O Grupo de Atua��o Especializada no Combate � Corrup��o (Gaecc) tem acesso a uma rede de informa��es de intelig�ncia do pr�prio MP e de �rg�os externos de investiga��o - amplamente usada na Lava Jato -, e atua em casos de alta complexidade e de grande repercuss�o social de crimes envolvendo pol�ticos e agentes p�blicos.
Antes, esses casos eram atribui��o do Gaeco, grupo especializado em crime organizado e que atua principalmente contra mil�cias e narcotraficantes.
Em tr�s anos de exist�ncia, a a��o do grupo resultou em processos contra tr�s ex-governadores (Cabral, Luiz Fernando Pez�o e Anthony Garotinho), o ex-presidente da Alerj Jorge Picciani, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), prefeitos e outros suspeitos de desvios em contratos como o de obras do metr�, do Maracan� e a m�fia dos transportes. S�o cerca de 400 pessoas e empresas alvo das a��es do Gaecc.
Somados os valores pedidos nos processos, os r�us podem ser condenados pela Justi�a a terem que devolver R$ 2 bilh�es aos cofres p�blicos, por seus crimes e atos de improbidade.
Sob sigilo e esquema de seguran�a rigoroso, os 15 promotores do Gaecc trabalham de portas fechadas no s�timo andar do edif�cio-sede do MP do Rio, no centro antigo da cidade - pr�ximo do hist�rico pr�dio da Alerj. A coordena��o da equipe � da promotora Patr�cia do Couto Villela, que responde diretamente ao procurador-geral de Justi�a, Jos� Eduardo Gussem.
Al�m de atuar dentro de um sistema de procedimentos padronizados e metodologia espec�fica para ampliar o poder de apura��o e de dilig�ncias, o grupo tem uma peculiaridade: centraliza investiga��es que servir�o para acusa��es tanto na �rea criminal e como c�vel a serem apresentadas � Justi�a, o que evita a dupla apura��o sobre mesmo fato.
Caso Queiroz
A atua��o do grupo especializado, que entrou em fevereiro no inqu�rito sobre o suposto esquema de desvio de sal�rio de assessores no gabinete de Fl�vio na Alerj, pr�tica conhecida como "rachadinha", deu novo rumo �s investiga��es que miram a atua��o do ex-assessor Fabr�cio Queiroz, policial militar da reserva e amigo da fam�lia Bolsonaro que movimentou R$ 1,2 milh�o em sua conta no per�odo de um ano de forma considerada at�pica pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). S�o apurados crimes de peculato, lavagem de dinheiro, organiza��o criminosa e atos de improbidade administrativa.
Em cerca de quatro meses, o Gaecc ampliou o escopo da investiga��o e foi respons�vel pela obten��o da quebra de sigilo de 86 pessoas e 8 empresas ligadas ao filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, decretada pela Justi�a Estadual.
Nas �ltimas tr�s semanas, a reportagem buscou posi��o oficial dos integrantes do grupo. Mas o sigilo, mais do que estrat�gia de investiga��o dos promotores, foi uma imposi��o do juiz Fl�vio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27.� Vara Criminal. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA