A for�a-tarefa da Lava Jato prendeu na manh� desta segunda-feira, 1, o procurador estadual Renan Saad, suspeito de receber propinas da empreiteira Odebrecht relacionadas a obras do metr� no Rio de Janeiro. A informa��o foi divulgada pela Globo News e confirmada pela reportagem do Estad�o.
Agentes deixaram a Pol�cia Federal por volta das 5h30 para cumprir a ordem de pris�o contra Saad em sua casa, em S�o Conrado, na zona sul do Rio.
A Pol�cia Federal cumpre ainda dois mandados de busca e apreens�o - um na resid�ncia do procurador e outro em seu escrit�rio de advocacia, no centro do Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas pela 7� Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, informou a PF.
Renan Saad teria recebido os pagamentos da empreiteira em troca de parecer favor�vel a altera��o das obras da Linha 4 do metr� do Rio, que beneficiaria a organiza��o criminosa liderada pelo ex-governador S�rgio Cabral.
As obras da Linha 4, que liga a zona sul � regi�o da Barra da Tijuca, foram idealizadas em 1998 e retomadas por Cabral em 2009, ap�s a escolha do Rio como sede Olimp�ada de 2016.
O parecer de Saad � mencionado aos 32 minutos da dela��o premiada do ex-diretor de contratos da Odebrecht Marcos Vidigal do Amaral. Segundo ele, o procurador estadual teria exigido um pagamento de R$ 300 mil para produzir o documento. Emitido em dezembro de 2009, o parecer iniciaria a retomada das obras da Linha 4 no Rio.
O delator indica ainda que o valor foi entregue em escrit�rio do procurador localizado na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. Segundo Amaral, a Odebrecht, a Queiroz Galv�o e a Carioca realizaram o pagamento, proporcionalmente. Na primeira, a opera��o foi feita pelo Setor de Opera��es Estruturadas, indicou o ex-diretor da empreiteira.
Cabral e Pez�o r�us por propina na linha 4
Em abril, os ex-governadores do Rio de Janeiro S�rgio Cabral e Luiz Fernando Pez�o se tornaram r�us por propinas relacionadas � linha 4 do Metr� do Rio. Ambos j� se encontram presos e Cabral j� � condenado a 197 anos de pris�o.
O Minist�rio P�blico do Estado do Rio (MP-RJ) acusou Pez�o de fazer, em 2015, um aditivo contratual das obras da linha 4 do Metr� do Rio, pagando mais R$ 852 mil � Odebrecht como retribui��o por doa��es � sua campanha em 2014, al�m de propinas.
Segundo o MP-RJ, a arrecada��o de recursos seria liderada por Cabral com o objetivo de garantir a perman�ncia de seu grupo pol�tico � frente do Executivo fluminense, perpetuando o esquema de corrup��o comandado por ele.
Defesa
A reportagem fez contato com o escrit�rio do procurador Renan. O advogado Gabriel Saad informou que a defesa do procurador vai se manifestar ap�s se interar sobre o caso.
Em nota, a Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ) informa que "j� apura o caso internamente para a ado��o das medidas disciplinares cab�veis e que colabora de modo pleno com as investiga��es do Minist�rio P�blico Federal para a apura��o dos fatos levantados pela Lava Jato no Rio de Janeiro".
A PGE-RJ informa ainda que "os fatos dos quais o procurador � acusado remontam ao per�odo em que ele estava lotado como assessor jur�dico chefe da Secretaria de Estado de Transportes (SETRANS), nomeado na gest�o do ex-governador S�rgio Cabral, cargo do qual foi exonerado em junho 2012."
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