'Tem contas no exterior?', pergunta Gleisi a Moro, que diz: 'Isso � maluquice'

A deputada Gleisi Hoffmann (PT/PR), presidente nacional do seu partido, questionou o ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, Sergio Moro, nesta ter�a-feira, 2, sobre suas rela��es com o advogado trabalhista Carlos Zucolotto, a quem o doleiro Tacla Duran, denunciado na Lava Jato, atribui supostos di�logos para intermediar sua dela��o.

"Sua esposa teve escrit�rio com Carlos Zucolotto? Sim ou n�o? O senhor ou a esposa tiveram ou t�m conta no exterior? O senhor j� fez viagem ao exterior acompanhado do advogado Zucolotto? Ele j� fez pagamentos em favor do senhor nessas viagens?", indagou a petista, na audi�ncia da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a da C�mara.

Ela foi incisiva. "N�o � verdade que o senhor sempre age corretamente. Temos algumas a��es judiciais que j� cassaram a��es suas."

"Em rela��o �s contas no exterior, isso � maluquice", afirmou Moro, que disse "repudiar" a pergunta sobre Zucolotto. "N�o sou eu que sou investigado por corrup��o".

Gleisi � um dos parlamentares alvo da Lava Jato que compareceram � Comiss�o de Constitui��o e Justi�a para questionar o ex-juiz da maior opera��o j� deflagrada no pa�s contra a corrup��o.

A petista responde a den�ncia por supostas propinas da Odebrecht, em sua campanha do governo do Paran� em 2014.

Seu marqueteiro de campanha admitiu ter ido a reuni�es na empreiteira sobre o financiamento da candidatura da petista. No pr�dio da ag�ncia de publicidade, um entregador do doleiro usado pela construtora deixou sua foto registrada na portaria.

Gleisi nega a acusa��o, com veem�ncia.

Rodrigo Tacla Duran � acusado de intermediar propinas para o MDB e para o suposto operador do PSDB, Paulo Vieira de Souza.

Lula

Indagado sobre nulidades em processos do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, o ministro afirmou: "� de se perguntar, realmente, Quem defende ent�o S�rgio Cabral, Eduardo Cunha, Renato Duque, todos esses inocentes que teriam sido condenados segundo esse site de not�cias".

"Sobre anula��o de casos do ex-presidente. N�s precisamos de defensores ent�o dessas pessoas para defender que elas sejam imediatamente colocadas em liberdade j� que foram condenados pelos malvados procuradores da Opera��o Lava Jato, os desonestos policiais, e o juiz parcial", questionou.

Moro ainda afirmou ser v�tima de "revanchismo". "Eu tenho certeza de que se durante a condu��o da Opera��o Lava Jato eu tivesse me omitido, deixado a corrup��o florescer, virado os olhos para o outro lado, eu n�o sofreria esses ataques como sofro atualmente. Eu tenho certeza de que n�o aconteceria".

O ministro participa nesta ter�a, 2, de uma audi�ncia na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara dos Deputados para falar sobre o vazamento de supostas conversas entre ele e o procurador Deltan Dallagnol.

As conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil teriam acontecido quando Moro ainda atuava como juiz federal em Curitiba. Por causa delas, Moro tem sido alvo de cr�ticas por sua conduta na Opera��o Lava Jato. No m�s passado, ele prestou esclarecimentos sobre o caso no Senado.

Moro n�o reconhece a autenticidade das mensagens e diz ter sido v�tima de um crime praticado por hackers. Ele diz n�o ver ilegalidades nos trechos divulgados at� agora. No domingo, 30, atos em defesa de Moro aconteceram no Pa�s. "Minha opini�o informal � que algu�m est� por tr�s dessas informa��es e o objetivo principal � invalidar decis�es da Lava Jato e impedir novas investiga��es".