O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) deve enfrentar resist�ncia para assumir a embaixada de Washington caso sua indica��o seja confirmada pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro. Dos atuais 17 integrantes da Comiss�o de Rela��es Exteriores do Senado - respons�vel por analisar o nome -, seis disseram ao Estado ser contr�rios, outros sete afirmaram ser favor�veis, tr�s preferiram n�o comentar e apenas um n�o se manifestou, a senadora Renilde Bulh�es (PROS-AL).
Para ter sua nomea��o como embaixador confirmada, Eduardo dever� passar por uma sabatina na comiss�o e, em seguida, ser submetido a uma vota��o secreta. Depois, � a vez de o plen�rio do Senado dizer se aceita ou n�o o escolhido pelo presidente. Ele precisar� do voto favor�vel da maioria dos 81 senadores - tamb�m em vota��o secreta.
Conforme registros da Comiss�o de Rela��es Exteriores, apenas uma indica��o presidencial para embaixador foi rejeitada ao longo da hist�ria. Em 2015, a ent�o presidente Dilma Rousseff enviou o nome de Guilherme Patriota, irm�o do ex-chanceler Ant�nio Patriota, para a vaga de embaixador do Brasil na Organiza��o dos Estados Americanos (OEA), mas ele n�o teve aval da maioria dos senadores.
O Estado apurou que o irm�o mais velho de Eduardo, o senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ), entrou em contato com colegas para medir a "temperatura" do Senado em rela��o � indica��o. Fl�vio n�o faz parte da Comiss�o de Rela��es Exteriores. Os partidos, por�m, podem trocar os nomes dos integrantes a qualquer momento.
O principal argumento dos que rejeitam a indica��o � a falta de experi�ncia de Eduardo. Segundo parlamentares, o filho "03" de Bolsonaro n�o tem o perfil adequado para assumir a embaixada americana, considerada a mais representativa do Pa�s no exterior. "Para assumir a embaixada de Washington precisa de muitos outros atributos, como no m�nimo 30 anos de carreira e n�o apenas falar bem o ingl�s", disse o senador Marcos do Val (Cidadania-ES), vice-presidente da comiss�o.
Senadores afirmaram ainda que a confirma��o do nome do filho daria ao presidente a sinaliza��o que ele poderia "fazer o que quiser". "�s vezes, parece que Bolsonaro brinca de ser presidente e isso � muito s�rio", disse Mara Gabrilli (PSDB-SP).
Outros, por�m, alegaram que o fato de ser filho do presidente pode representar uma vantagem para Eduardo no cargo. "O tratamento ser� bem diferente do que seria dado a qualquer outro embaixador", declarou Rom�rio (Podemos-RJ).
Ressalvas
Mesmo parlamentares que declaram apoio fizeram ressalvas � indica��o. "N�o seria adequado, mas n�o � ilegal", disse o senador Mecias de Jesus (PRB-RR), representante do seu partido na Comiss�o de Rela��es Exteriores. "Se fosse eu o presidente da Rep�blica n�o convocaria meu filho, mas, se ele convocou, deve ser porque o rapaz tem condi��es", afirmou Zequinha Marinho (PSC-PA), integrante do colegiado.
Presidente da comiss�o, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) disse que vai trabalhar para que a indica��o seja aprovada em at� 60 dias. Antes, por�m, precisar� limpar a pauta e analisar as indica��es de quatro embaixadores que est�o na fila: Rom�nia, Hungria, Cingapura e Mal�sia.
Trad se reuniu ontem com o ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, para tratar do assunto. "O Eduardo n�o chegou onde chegou s� pelo sobrenome. Ele tem as virtudes dele tamb�m", disse o senador. "Vou votar a favor e vou ajudar para que o nome dele passe." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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