
De acordo com uma circular interna, enviada a todos os delegados nesta quinta-feira (18/7), � qual o Correio teve acesso, ficam suspensas dilig�ncias que utilizem dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Receita Federal e do Banco Central obtidos sem autoriza��o judicial. A determina��o foi assinada pelo corregedor-geral substituto da PF, Braulio Cesar da Silva, e tomada mesmo antes de a institui��o ser notificada pelo Supremo.
A orienta��o interna da corpora��o � que as investiga��es em curso sejam submetidas ao Poder Judici�rio. O impacto da determina��o envolve n�o s� investiga��es que sejam embasadas em Relat�rios de Intelig�ncia Financeira (Rifs), que tem dados mais aprofundados de investigados, mas tamb�m a��es que contenham informa��es mais simples.
Organiza��es criminosas
As a��es paralisadas na corpora��o s� ser�o retomadas com aval da Justi�a, o que pode causar grave preju�zo, por causa da urg�ncia, na tentativa de evitar pr�ticas de crimes. Al�m disso, pode retardar a identifica��o de autores acusados de lavagem de dinheiro. "N�o est�o em jogo apenas investiga��es de colarinho branco. Mas tamb�m as que envolvem organiza��es criminosas violentas", diz uma fonte de dentro da corpora��o.
A PF avalia qual ser� a amplitude da decis�o do ministro Toffoli para o trabalho de combate ao crime. As equipes foram orientadas a registrar as a��es que ser�o paralisadas, a fim de que seja realizado um levantamento sobre os preju�zos que foram causados. Na decis�o, o ministro Toffoli atendeu um recurso apresentado pela defesa do senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ), que alega que o cliente foi alvo de investiga��o sem autoriza��o do Poder Judici�rio.
O parlamentar � investigado por movimenta��es financeiras at�picas em sua conta banc�rias. De acordo com o Coaf, o parlamentar recebeu, em sua conta, 48 dep�sitos entre junho e julho de 2017. O valor total foi de R$ 96 mil. As informa��es foram usadas pelo Minist�rio P�blico do Rio para abrir investiga��o contra o senador e seu ex-assessor Fabr�cio Queiroz, que tamb�m � suspeito por movimentar R$ 1,2 milh�o, o que, de acordo com o Coaf, � incompat�vel com sua renda.
Procurada pela reportagem, a PF ainda n�o se manifestou.