
O perito criminal federal Luiz Spricigo Jr, diretor do Instituto Nacional de Criminal�stica, afirmou nesta quarta-feira, 24, que o celular de um dos presos na Opera��o Spoofing estava vinculado "com o nome Paulo Guedes". A Pol�cia Federal investiga uma suposta invas�o no aparelho do ministro da Economia, cujo celular teria sido hackeado na noite de segunda-feira, 22.
"No momento da busca e apreens�o, no celular do indiv�duo estava uma conta no aplicativo de mensagens vinculada com o nome Paulo Guedes. A gente tem que confirmar isso de forma pericial, mas � um forte indicativo de que a conta seja mesmo realmente a do ministro", afirmou Luiz Spricigo Jr.
A Pol�cia Federal prendeu Walter Delgatti Neto, o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira e tamb�m Danilo Cristiano Marques. A PF investiga supostos patrocinadores do grupo.
Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", confessou � Pol�cia Federal que hackeou o ministro S�rgio Moro (Justi�a e Seguran�a P�blica), o procurador Deltan Dallagnol (coordenador da Opera��o Lava Jato no Paran�) e centenas de procuradores, ju�zes e delegados federais, al�m de jornalistas. "Vermelho" acumula processos por estelionato, falsifica��o de documentos e furto.
Ao decretar a pris�o tempor�ria de quatro investigados, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.º Vara Federal de Bras�lia, apontou para a incompatibilidade entre as movimenta��es financeiras e a renda mensal do casal em dois per�odos de dois meses - abril a junho de 2018 e mar�o a maio de 2019 - movimentou R$ 627 mil com renda mensal de R$ 5.058.
Autoridades
Al�m de Moro, procuradores da for�a-tarefa da Lava-Jato no Paran� e outras autoridades teriam sido alvo de hackers - no mandado de buscas, h� men��o ao desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Regi�o, no Rio, ao juiz Fl�vio Lucas, da 18.ª Vara Federal do Rio e aos delegados da PF Rafael Fernandes, em S�o Paulo, e Fl�vio Vieitez Reis, em Campinas.
Desde 9 de junho, o site The Intercept Brasil divulga supostas mensagens trocadas pelo ent�o juiz federal titular da Lava-Jato em Curitiba com integrantes do Minist�rio P�blico Federal, principalmente com Dallagnol. Foram divulgadas pelo The Intercept e outros ve�culos conversas atribu�das ao ex-juiz e a procuradores no aplicativo Telegram. O site afirmou que recebeu de fonte an�nima o material, mas n�o revelou a origem. Moro nega conluio - ele e Dallagnol afirmam n�o reconhecer a autenticidade das conversas.
O ministro da Justi�a j� afirmou que a invas�o virtual foi realizada por um grupo criminoso organizado. Para ele, o objetivo seria invalidar condena��es por corrup��o e lavagem de dinheiro, interromper investiga��es em andamento ou "simplesmente atacar institui��es".
Em 19 de junho, Moro passou oito horas e meia respondendo a questionamentos de senadores na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a da Casa sobre supostas mensagens que sugerem atua��o conjunta com os procuradores quando ele era juiz.
Falsifica��o
Spoofing, segundo a PF, � um tipo de falsifica��o tecnol�gica que tenta enganar uma rede ou pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informa��o � confi�vel. "As investiga��es seguem para que sejam apuradas todas as circunst�ncias dos crimes praticados", informou a PF. A opera��o mira "organiza��o criminosa que praticava crimes cibern�ticos".
O celular de Moro foi desativado em 4 de junho. O aparelho foi invadido por volta das 18h. Ele percebeu ap�s receber tr�s telefonemas do seu pr�prio n�mero. O ex-juiz acionou ent�o investigadores da PF. O �ltimo acesso de Moro ao aparelho foi registrado no WhatsApp �s 18h23 daquele dia. O suposto hacker teria tentado se passar pelo ministro no Telegram.