
Com pouco mais de seis meses de governo, a primeira-dama Michelle Bolsonaro j� conseguiu emplacar mais medidas na gest�o do marido, o presidente Jair Bolsonaro, do que muitos ministros. A �ltima foi contrariar a �rea t�cnica e at� a ministra da Mulher, Fam�lia e Direitos Humanos, Damares Alves, para convencer Bolsonaro a incluir perguntas sobre o autismo no Censo 2020.
Diferentemente de algumas de suas antecessoras, Michelle n�o despacha no Pal�cio do Planalto. Desde o come�o deste m�s, ela trabalha em uma sala de apoio no pr�dio onde funcionam os minist�rios da Cidadania, de Osmar Terra, e da pasta de Damares. O espa�o � destinado ao conselho do Programa P�tria Volunt�ria, presidido por Michelle.
O estilo da primeira-dama mudou desde a posse de Bolsonaro. O cabelo j� n�o � mais loiro. Ela est� agora com cabelos pretos. Tamb�m est� mais ativa nas redes sociais e nas decis�es do governo.
Durante o debate da reforma da Previd�ncia, Michelle defendeu a retirada do ponto que previa que deficientes intelectuais deixassem de receber pens�o em caso da morte dos pais. A Comiss�o Especial da C�mara que avaliou a reforma acabou incluindo uma ressalva para o dependente inv�lido, com defici�ncia grave, intelectual ou mental.
Nesses casos, o benef�cio continuar� a ser 100% da aposentadoria recebida pelo segurado. "Voc� sabe que os pedidos da primeira-dama geralmente s�o irrecus�veis e inadi�veis. J� passamos para o Rog�rio Marinho (Secret�rio especial de Previd�ncia do Minist�rio da Economia) e tenho certeza que ele vai atender a primeira-dama", disse Bolsonaro em entrevista.
Na semana passada, o presidente pediu a internautas, em uma transmiss�o ao vivo no Facebook, para seguirem o perfil de Michelle no Instagram. Ele disse que a primeira-dama usar� o perfil para dar "not�cias em primeira m�o no tocante dos deficientes e do trabalho volunt�rio".
"Quem puder se inscrever, o trabalho dela � basicamente voltado para pessoas com defici�ncia no Brasil. N�o � porque � minha esposa n�o, mas ela faz um trabalho maravilhoso antes mesmo de ser primeira-dama."
Na sexta-feira passada, Michelle publicou um v�deo para falar das chuvas que provocaram mortes no Recife. "Acredito que muitos de voc�s tenham testemunhado a destrui��o causada pelas chuvas na Grande Recife. Povo pernambucano, receba a minha solidariedade e meu carinho nesse momento dif�cil.
Em momentos como esse devemos ajudar ainda mais aqueles que precisam. O trabalho volunt�rio � um dos mais importantes pilares de um mundo mais justo e de uma na��o mais volunt�ria", declarou. Fez o gesto depois que Bolsonaro se viu numa saia-justa ao ser acusado por governadores da regi�es de desrespeit�-los usando o termo pejorativo "para�ba" para se referir aos nordestinos.
Libras
A mensagem, com tradu��o simult�nea em Libras, repete o modelo usado por Jair Bolsonaro nas transmiss�es ao vivo que faz nas redes sociais, tamb�m atendendo a uma recomenda��o da primeira-dama. Ela � autodidata na L�ngua Brasileira de Sinais e quebrou o protocolo e fazer um discurso em l�ngua de sinais na posse presidencial. Numa das lives, Bolsonaro contou que foi uma exig�ncia da mulher.
Ainda na semana passada, Michelle foi apontada como a principal respons�vel pela vit�ria dos autistas na quest�o do Censo. Representando entidades ligadas a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o apresentador Marcos Mion destacou que "nada seria poss�vel" sem a primeira-dama. "Continuaremos trabalhando para dar mais visibilidade �s causas das pessoas com defici�ncia", escreveu a Michelle ao compartilhar fotos do momento em que Bolsonaro assinou a lei.