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Estado de Minas

Bolsonaro n�o d� sinais de que pretende abandonar discurso radical

Bolsonaro desafia presidente da OAB a saber ''a verdade'' sobre o desaparecimento do pai durante a ditadura militar. Em rela��o � morte a facadas de duas pessoas por um morador de rua no Rio de Janeiro, o presidente afirmou: "N�o tinha ningu�m armado para dar um tiro nele, n�? Tudo bem."


postado em 30/07/2019 09:53 / atualizado em 30/07/2019 10:33

Presidente corta o cabelo e faz live sobre diversos temas polêmicos . Durante o dia, falou sobre OAB, ditadura, vazamentos e até sobre uso de armas(foto: Facebook/Reprodução)
Presidente corta o cabelo e faz live sobre diversos temas pol�micos . Durante o dia, falou sobre OAB, ditadura, vazamentos e at� sobre uso de armas (foto: Facebook/Reprodu��o)

O presidente Jair Bolsonaro n�o d� sinais de que vai deixar de adotar o discurso de radicaliza��o, t�nica da atual gest�o. Em um dia de declara��es pol�micas, desafiou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, a saber “a verdade” sobre o desaparecimento do pai, Fernando Santa Cruz, durante a ditadura militar.

Os posicionamentos causaram desconforto. O PT informou que vai entrar com uma a��o na Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) para que ele seja responsabilizado, inclusive criminalmente. Potencial advers�rio para as elei��es de 2022, o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), classificou o coment�rio como “inaceit�vel”.

Santa Rosa, por sua vez, chamou de “crueldade e falta de empatia” e afirmou que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir que Bolsonaro conte o que ele sabe sobre a morte do pai. “Quero saber do presidente o que ele efetivamente sabe, se ele soube nos por�es da ditadura, o que � muito grave, porque ele diz que soube � �poca quando era militar, ent�o ele reconhece rela��o com os por�es da ditadura”, disse.

A manifesta��o de Bolsonaro a respeito de Santa Cruz decorreu de uma cr�tica � postura da OAB no caso da investiga��o sobre Ad�lio Bispo, autor da facada no ent�o candidato � Presid�ncia pelo PSL, durante a campanha. O homem foi considerado inimput�vel e, por isso, ficar� em um hospital psiqui�trico, n�o em um pres�dio.

“Por que a OAB impediu que a Pol�cia Federal entrasse no telefone de um dos car�ssimos advogados (do Ad�lio)? Qual � a inten��o da OAB? Quem � essa OAB?”, questionou o presidente, referindo-se � oposi��o da Ordem ao cumprimento de mandados de busca e apreens�o em endere�os ligados ao advogado Zanone Manuel de Oliveira J�nior, que defendeu Ad�lio, ainda pela manh�, na sa�da do Pal�cio da Alvorada.

O coment�rio sobre o pai de Santa Cruz veio depois. Disse que a “viv�ncia” o fez chegar a “conclus�es” sobre o desaparecimento e manifestou que “um dia” poderia contar ao mandat�rio da OAB como o pai desapareceu. N�o demorou muito tempo. Ainda na tarde desta segunda-feira (29), em uma transmiss�o ao vivo em rede social, Bolsonaro deu sua vers�o da hist�ria. Disse que Fernando era militante do grupo A��o Popular, movimento contr�rio � ditadura militar classificado pelo capit�o reformado como “terrorista”. Segundo o capit�o reformado, n�o foram os militares que o mataram, mas, sim, um “n�cleo” do movimento.

Em nota oficial, a OAB repudiou as declara��es de Bolsonaro. “Apresentamos nossa solidariedade a todas as fam�lias daqueles que foram mortos, torturados ou desaparecidos, ao longo de nossa hist�ria, especialmente durante o Golpe Militar de 1964, inclusive a fam�lia de Fernando Santa Cruz, pai de Felipe Santa Cruz, atingidos por manifesta��es excessivas e de frivolidade extrema do senhor presidente da Rep�blica.”

Defesa dos militares


O A��o Popular, segundo Bolsonaro, “era o grupo terrorista mais sanguin�rio que tinha”. O grupo tinha, de acordo com o presidente, “ramifica��es” pelo Brasil. “E tinha uma grande (ramifica��o) no Rio de Janeiro. E o pai dele, bastante jovem ainda, veio para o Rio de Janeiro”, comentou. Teria sido esse n�cleo o respons�vel pela morte. “O pessoal da AP (A��o Popular) do Rio de Janeiro ficou estupefato: ‘como pode esse cara vir do Recife se encontrar conosco aqui?’. O contato n�o seria com ele, seria com a c�pula de Recife. E eles resolveram sumir (com) o pai do Santa Cruz. Essa � a informa��o que eu tive na �poca sobre esse epis�dio”, explicou.

A vers�o contada por Bolsonaro � fruto do que ele chama de “viv�ncia” da �poca. “De onde obtive as informa��es? Com quem eu conversei na �poca, ora bolas. Conversava com muita gente na fronteira”, declarou. O presidente defendeu os militares, ressaltando que eles n�o tiveram responsabilidade no desaparecimento de Santa Cruz. “N�o foram os militares que mataram ele n�o, t�? � muito f�cil culpar os militares por tudo o que acontece”, ponderou.

Mesmo negando a inten��o de polemizar, Bolsonaro continuou. Sugeriu que o presidente da OAB est� equivocado em acreditar na “vers�o” de que o pai foi morto pelos militares.

“N�o quero mexer com os sentimentos do senhor Santa Cruz, pois n�o tenho nada de pessoal no tocante a ele. Eu acho que ele est� equivocado em acreditar em uma vers�o apenas do fato, mas ele tem todo direito de me criticar, etc, etc. Mas essa � a vers�o minha do contato que tive com quem participou ativamente do nosso lado naquele momento para evitar que o Brasil se transformasse em uma Cuba”, sustentou. �, segundo ele, um testemunho do que “viu acontecer naquele momento”. “At� porque ningu�m duvida que havia justi�amentos. “Pessoas da pr�pria esquerda, quando desconfiavam de algu�m, simplesmente executavam”, acusou.

Live na hora de encontrar franc�s


As declara��es do presidente Jair Bolsonaro em “live” numa rede social nesta segunda-feira (29) foram feitas durante o corte de cabelo, no hor�rio em que deveria estar reunido com o chanceler franc�s, Jean-Yves Le Drian, ministro da Europa e dos Neg�cios Estrangeiros do pa�s.

O encontro com um dos principais atores do acordo entre o Mercosul e a Uni�o Europeia foi cancelado por Bolsonaro sob alega��o de “problema de agenda”. O governo minimizou o cancelamento, sustentando que o ministro franc�s havia se reunido, pela manh�, com o chanceler brasileiro, Ernesto Ara�jo. “Em fun��o do estabelecimento dessa reuni�o, o presidente decidiu, em raz�o de outras agendas, declinar de receber esse ministro aqui”, justificou o porta-voz da Presid�ncia da Rep�blica, Ot�vio R�go Barros. No encontro com Ara�jo, Le Drian sinalizou que seu pa�s n�o ter� pressa em aprovar o acordo.

Insinua��o sobre crime de Greenwald


Pol�micas n�o faltaram para o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (29). Outro coment�rio controverso foi dito em rela��o ao jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site The Intercept Brasil. Depois de ter dito, no s�bado, que o comunicador “talvez” pegasse uma “cana” no Brasil, ele voltou a comentar o assunto, sugerindo que possa ter havido transa��es financeiras em torno da publica��o das reportagens sobre os di�logos vazados entre o ministro S�rgio Moro e procuradores da for�a-tarefa da Lava-Jato.

Sem dizer se teve acesso ou n�o �s investiga��es envolvendo a pris�o de supostos hackers na Opera��o Spoofing, Bolsonaro usou de ila��es para insinuar que Greenwald possa ter cometido crimes. “Eu estou achando que, no meu entender, ele cometeu um crime, porque, em outro pa�s, ele estaria j� numa outra situa��o. Espero que a Pol�cia Federal ligue os pontos todos”, sustentou.

Um dos presos na opera��o, Walter Delgatti, admitiu, em depoimento, ser a fonte que repassou os di�logos para Greenwald. Contudo, negou ter recebido dinheiro em troca do fornecimento dos di�logos ao jornalista. Ainda assim, Bolsonaro deixou clara a d�vida sobre a veracidade das declara��es.

O The Intercept n�o confirma se recebeu as informa��es de Delgatti nem como teve acesso aos registros dos di�logos. Para Bolsonaro, s�o criminosos. Questionado sobre quais seriam os crimes cometidos por Greenwald, o governo se eximiu de responder.

O porta-voz da Presid�ncia da Rep�blica, Ot�vio R�go Barros, limitou-se, em mais de uma ocasi�o, em diferentes questionamentos de jornalistas no in�cio da noite desta segunda-feira (29/7), a se posicionar por meio de nota oficial. “O presidente tem se pronunciado no entendimento dele, pessoal, com rela��o a essa invas�o de hackers”, afirmou.

Armas


“N�o tinha ningu�m armado para dar um tiro nele, n�? Tudo bem”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro, no primeiro pronunciamento sobre a morte a facadas de duas pessoas por um morador de rua domingo, no Rio de Janeiro.

“Tava drogado o cara, n�”, disse Bolsonaro sobre o morador de rua. “Tem que buscar a solu��o para essas coisas, eu estou fazendo o poss�vel aqui”, completou. Como j� declarou v�rias vezes, ele � defensor da legalidade do posse e da porte de armas. “Se voc�, cidad�o armado, em leg�tima defesa de sua vida e de terceiros, da sua propriedade, voc� pode atirar, n�o interessa quantos tiros vai ser, voc� entra no excludente de ilicitude”, pontuou.


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