O senador Cid Gomes (PDT-CE) tamb�m foi alvo de Walter Delgatti Neto, apontado pela Pol�cia Federal como chefe do esquema dos hackers que tentou ou acessou centenas de mensagens trocadas pelo Telegram por autoridades, entre elas o presidente Jair Bolsonaro.
Informado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Cid disse que isso refor�a sua posi��o de que � preciso investiga��o ampla em uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI). "Ao que parece, s�o quatro pessoas que est�o muito longe de serem especialistas. Se est�o fazendo isso, pessoas com maior conhecimento podem fazer muito mais", afirmou.
A �rea de trabalho de um laptop atribu�do a Delgatti em poder da Pol�cia Federal exp�e dezenas de atalhos com os nomes de autoridades. L� aparecem "Witzel", possivelmente o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), e o ex-governador do Rio Luiz Fernando Pez�o (MDB), preso pela Lava Jato. A PF apura quem teve mensagens capturadas, de fato, ou se houve apenas uma tentativa.
O Estado apurou que o hacker detinha em seu poder os n�meros de telefone de parte da c�pula do governo Bolsonaro - entre eles o do general Luiz Eduardo Ramos, que acabou de ser nomeado ministro da Secretaria de Governo, e do vice-presidente Hamilton Mour�o, al�m do general Augusto Heleno, do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI).
Segundo pessoas que conhecem Delgatti, ele gosta de exibir seus feitos e ostentar. Numa foto que enviou por aplicativo a amigos, � qual o jornal teve acesso, ele posa com um leque de d�lares. "Vou para a Disney dia 13. E depois Las Vegas. Ficar um m�s l�", escreveu a um interlocutor n�o identificado.
O Estado teve acesso ainda a uma lista de 60 nomes que foi encontrada no computador pessoal de Delgatti, al�m de uma s�rie de di�logos trocados por ele com um amigo. As pastas criadas para cada um dos alvos est�o sob an�lise da per�cia da PF. O jornal n�o obteve o conte�do de mensagens trocadas entre os interceptados.
A uma pessoa que lhe pediu o telefone do jogador Neymar, Delgatti escreveu: "Tenho, da Europa". O interlocutor responde: "Manda". N�o � poss�vel saber se o n�mero foi interceptado ou apenas copiado da agenda de um dos alvos de Delgatti. A mensagem � de 16 de junho.
Membros da Justi�a Eleitoral tamb�m tiveram celulares alvo do hacker. H� uma pasta nominada Fl�vio Britto, desembargador do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, e outra Luciana L�ssio, ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral. O empres�rio Ab�lio Diniz � outro que tem o nome relacionado.
Em mensagens trocadas com um interlocutor n�o identificado, Delgatti faz alus�o a uma inten��o de vender o material hackeado. "A gente lucra e ganha moral ainda. Voc� vira presidente do PT em S�o Paulo kkkk", diz ao interlocutor. Ele emenda com um �udio: "Agora � a hora certa porque se a gente fala m�s passado s�, ah, t� mentindo. Agora que explodiu na m�dia � f�cil", afirma Delgatti. Esse di�logo foi revelado pelo site A Cidade On Araraquara.
Nesse contexto, na conversa, o interlocutor publica um v�deo da deputada estadual do PT M�rcia Lia, sem explicar o motivo. "Nunca fui procurada, n�o sei quem � e n�o conhe�o", disse a parlamentar.
Pris�o
A Justi�a Federal manteve nesta quarta-feira, 31, preso Danilo Marques, um dos suspeitos de hackear autoridades. A PF chegou a solicitar a soltura do investigado. Depois reconsiderou ap�s identificar novos elementos que o ligam a Delgatti. A pris�o tempor�ria de Marques, Delgatti, Gustavo Santos e Suellen Oliveira vence nesta quinta-feira, dia 1�. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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