Perto de escolher um nome para comandar a Procuradoria-Geral da Rep�blica, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na segunda-feira, 5, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que n�o pretende indicar um "xiita" da quest�o ambiental nem das minorias para o cargo. O mandato de Raquel Dodge, que tenta sua recondu��o por mais dois anos, termina em setembro e Bolsonaro j� disse que far� a escolha at� a semana que vem. Quando assumiu o cargo, em 2017, Raquel colocou a defesa do meio ambiente e dos direitos humanos como suas prioridades.
Sobre a sucess�o na Procuradoria-Geral da Rep�blica, o senhor vem sendo muito sondado?
T�m ministros e autoridades de v�rios Poderes (sondando). Essa decis�o passa pela minha caneta Bic, p�. E � uma fun��o que a responsabilidade vai ser minha. O que eu quero do futuro chefe da Procuradoria-Geral da Rep�blica? Que queira ajudar o Brasil com suas a��es. N�o um cara que fique l� s� preocupado de forma xiita com quest�o ambiental ou de minoria. Quero uma pessoa que v� ao Parlamento e converse comigo, converse contigo da imprensa e ajude a tirar o Brasil dessa situa��o.
E como est� a rela��o com o Congresso?
Continua com muito amor e carinho (risos). (Nesse momento, o presidente v� pessoas paradas na pista e pede que o motorista pare para tirar fotos. Antes, quer saber se tem muita gente. O motorista diz "m�dio". Mas ele decide parar. O ministro Augusto Heleno, do GSI, diz que "ele gosta muito disso". Minutos depois, volta ao carro e retoma a entrevista.)
Como o senhor se informa todos os dias? Recebe muitas coisas dos ministros?
Olha, eu tenho uma rede de "zap" (WhatsApp) que voc� est� vendo aqui, olha (mostra o telefone). No momento eu tenho 64 pessoas para responder.
Logicamente que n�o d� para atender a todo mundo. Mas, de acordo com o grau de amizade e de responsabilidade e confian�a, a gente prioriza as pessoas para ouvir e que tenha not�cias por aqui. Eu n�o preciso procurar o site O Estado de S. Paulo, por exemplo, para saber se tem uma boa ou m� not�cia l�. Algu�m vai passar para mim.
Mas o senhor acessa diretamente os sites tamb�m?
Sim, inclusive O Estado de S. Paulo est� entre os meus priorit�rios aqui (abre no celular no site do Estado e comenta as not�cias do dia). � s� botar o "E" e j� vem (o endere�o do site) O Estado de S. Paulo aqui, � (mostra o buscador no aplicativo do celular. Na sequ�ncia, relembra que colaborou com o Estado quando era adolescente. Bolsonaro teve 21 palavras cruzadas de sua autoria publicadas no jornal entre 1971 e 1976. O presidente tamb�m trabalhou como entregador de jornal).
No caso dos hackers e do vazamento de mensagens de procuradores, o sr. saiu em defesa do ministro S�rgio Moro. Por qu�?
� fazer justi�a, n�o � prote��o. Quer ver uma coisa, � um crime invadir o celular dos outros. Assim com � um crime roubar um carro. Agora, se algu�m rouba um carro e vende o carro, quem recebe est� praticando crime de recepta��o. Eu entendo da mesma maneira. Quem recebe algo que foi recebido de forma criminosa, como os dados dos telefones, est� praticando recepta��o tamb�m, mais nada.
Quanto ao acordo da Uni�o Europeia com o Mercosul, o senhor acredita ser a maior conquista do seu governo at� aqui?
Olha, est� h� 20 anos no papel, n�o �? O governo (Michel) Temer deu um passo muito bom nesse sentido. E n�s simplesmente fechamos. Tinha pequenos acertos para serem feitos, como a quest�o do vinho, a quest�o do leite. E n�s conversamos com os vinicultores, com o pessoal produtor de leite tamb�m. Foi feito um acordo entre n�s, como reduzir imposto por parte deles para n�o perder competitividade. E esse acordo abre espa�o enorme para o com�rcio com a Europa. Os pa�ses do Mercosul e Europa t�m um mercado de quase 800 milh�es de pessoas. Um mercado consumidor enorme. E temos a� 25% do PIB pela frente. Tanto � que o Jap�o e a Coreia do Sul v�o acelerar o acordo conosco. O Donald Trump (presidente dos Estados Unidos) quer conversar e j� est� conversando conosco nesse sentido. Ent�o, o Brasil ganha.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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