(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas POL�TICA

Mour�o: 'Estou apenas cuidando do meu quadrado'

Vice-presidente deixou de dar entrevistas di�rias sobre os diversos assuntos da Rep�blica


postado em 21/08/2019 12:11 / atualizado em 21/08/2019 13:14

Mourão também contemporizou as recentes falas de Bolsonaro(foto: VALÉRIA GONÇALVEZ/ESTADÃO CONTEÚDO)
Mour�o tamb�m contemporizou as recentes falas de Bolsonaro (foto: VAL�RIA GON�ALVEZ/ESTAD�O CONTE�DO)
O vice-presidente Hamilton Mour�o interrompeu seu per�odo de sil�ncio e, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que o presidente Jair Bolsonaro decidiu "tratar pessoalmente" da comunica��o. E que ele, Mour�o, "est� cuidando" do seu "quadrado". Alvejado pela ala ideol�gica do governo, que o acusou de tentar ofuscar o presidente, Mour�o deixou de dar entrevistas di�rias sobre os diversos assuntos da Rep�blica.

Ao jornal, o general afirmou que "antes reclamavam que ele (Bolsonaro) n�o falava com a imprensa e agora, reclamam do que ele fala". Sobre as cr�ticas ao tom adotado pelo presidente em declara��es recentes, Mour�o contemporizou. "N�o espere que ele v� tecer compara��es pensando em grandes mestres da filosofia. Ele vai se expressar com a linguagem dele, usando sujeito, verbo e predicado", declarou o vice-presidente.

O sr. est� calado e o presidente falando muito.

Eu n�o estou calado. Eu estou apenas cuidando do meu quadrado. O presidente est� falando porque tomou para si a comunica��o, assumiu o protagonismo. � uma estrat�gia que ele tra�ou.

Como o sr. avalia o tom dessa comunica��o?

Reclamavam que ele n�o falava, que fugia da imprensa. Agora que ele est� falando, o pessoal reclama tamb�m? Ele tem procurado a imprensa. Ele tem expressado a opini�o dele sobre diferentes assuntos e est� cuidando pessoalmente da comunica��o. � uma estrat�gia que ele tra�ou.

A forma como fala, usando at� palavras chulas, palavr�es, tem motivado cr�ticas. O sr. acha que o presidente tem exagerado?

� a natureza do presidente Bolsonaro. O presidente � um cara simples e direto. N�o adianta esperar que ele v� tecer compara��es pensando em grandes mestres da filosofia. N�o. Ele n�o vai fazer isso. Ele vai se expressar com a linguagem dele, usando sujeito, verbo e predicado. Podem n�o ser as melhores palavras, mas � o jeito dele.

O deputado Marco Feliciano (Podemos-SP) disse que o sr. ficou mais calado depois que ele apresentou um pedido de impeachment contra o sr. E que isso tamb�m teria levado o sr. a se alinhar com o presidente Bolsonaro. Vai respond�-lo?

N�o respondo a ele. � tudo t�o fora do contexto que eu n�o respondo.

O deputado sugere que houve um desentendimento anterior (entre Mour�o e o presidente)?

Nunca houve qualquer desentendimento.

Houve interfer�ncia indevida do presidente Bolsonaro na Pol�cia Federal e na Receita Federal?

O presidente tem uma vis�o hierarquizada, que � uma vis�o que n�s, militares, temos. Ele julga que determinadas altera��es devem ser feitas. Ele sugeriu um nome para a Pol�cia Federal do Rio. A PF n�o concordou com esse nome, trouxe outro nome, eles se acertaram e tudo bem. Sem ru�dos.

Mas isso foi um problema para o ministro da Justi�a, S�rgio Moro. Ele est� prestigiado?

O ministro S�rgio Moro � um quadro emblem�tico do nosso governo. Ele � um cara que veio para o governo pela bagagem que tem. � um homem respeitado no Pa�s. Ali�s, respeitad�ssimo, n�o �? E � obvio que ele tem o respeito do presidente.

O governo est� com problema de caixa. Talvez as For�as Armadas tenham de antecipar a dispensa de recrutas do Ex�rcito. O presidente e o vice s�o militares. N�o era para ser diferente?

N�o h� como ser diferente. Este � o dilema da economia: canh�o ou manteiga. Ent�o, no momento em que a arrecada��o est� baixa, a atividade econ�mica est� fraca, todos s�o afetados. N�o � s� um problema interno do Brasil, � um problema do mundo inteiro. A vis�o do ministro Paulo Guedes (Economia) � de que, a partir de setembro, conseguir� captar recursos dos bancos p�blicos. Isso levar� ao desbloqueio de parte dos recursos que est� contingenciada. Tenho certeza de que a educa��o ser� priorizada. Pode ser que as For�as Armadas tamb�m o sejam.

Os militares costumam dizer que o governo de Fernando Henrique Cardoso foi o pior para as For�a Armadas. Agora temos um governo oriundo da �rea militar.

O Brasil passava por um momento de ajuste fiscal, tinha de ter um equil�brio entre receita e despesa. J� se tinha aumentado os impostos at� onde podia, tinham criado a CPMF, inclusive. Ele n�o queria contrair d�vida. Eu sofri, eu era comandante de unidade. Ao passar o governo para o Lula, FHC entregou as finan�as p�blicas totalmente equilibradas, inclusive com super�vit. Ao mesmo tempo, entrou o boom das commodities.

N�o � um contrassenso deixar as For�as Armadas � m�ngua?

N�o � deixar � m�ngua. Todo o Pa�s est� vivendo essa situa��o. O dilema de qualquer economia � o canh�o ou manteiga. Ou n�s vamos botar dinheiro na sa�de, na educa��o, na infraestrutura, ou n�s vamos ter as For�as Armadas mais poderosas do mundo e a turma passando fome. E esta op��o n�o � a melhor. As For�as Armadas t�m de ter o que � justo e necess�rio.

O que o sr. chama de "justo e necess�rio" � uma cota de contribui��o das For�as Armadas? O sr. v� comprometimento da fun��o institucional das For�as Armadas com esse corte?

� �bvio que, a partir do momento em que voc� tem uma perda em um or�amento que j� � deficit�rio, isso reduz a operacionalidade das For�as. Os pilotos v�o voar menos.

Isso o preocupa?

Hoje, n�o. Isso preocuparia caso perdurasse por dois anos, tr�s anos, quatro anos. A�, sim, voc� vai reduzindo a capacidade operacional. Se for quest�o de um ano s�, n�o vejo problema.

Sobre a lei de abuso de autoridade rec�m-aprovada na C�mara. H� a necessidade de veto?

H� artigos completamente desnecess�rios. A quest�o das algemas, por exemplo. Isso tem de ser definido na hora, no momento da pris�o. Tamb�m h� a quest�o do crit�rio subjetivo do juiz (na decreta��o de pris�es preventivas). S�o artigos que eu acho que poderiam ser vetados. Mas o presidente est� discutindo isso a�.

O sr. acha que o nome do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada nos Estados Unidos passar� no Senado?

O presidente vem costurando esse assunto. O Eduardo est� circulando pelo Senado, conversando com os senadores, procurando se apresentar. Quando chegar a hora de ele ser sabatinado, ele poder� ter um bom grau, pode tirar 8 e "passar direto".

E se Donald Trump n�o conseguir a reelei��o?

N�o h� problema. O Eduardo n�o ser� embaixador perante um governo, mas perante os Estados Unidos.

O presidente sinalizou que pode n�o indicar mais o filho. Ele ainda n�o tem os votos para conseguir ser aprovado. O sr. o aconselharia a retirar a indica��o de Eduardo Bolsonaro?

A decis�o � do presidente. Eu acompanho 100% o que ele decidir.

No caso do projeto da Previd�ncia dos militares, h� quem defenda a inclus�o dos policiais militares no texto. Isso � vi�vel?

A PM n�o quer os 35 anos de servi�o. Portanto, isso � outra discuss�o.

O procurador-geral da Rep�blica j� est� escolhido? O sr. sugeriu algum nome?

A escolha est� nas m�os do presidente. Acho que ele n�o decidiu ainda. N�o tenho indica��o nenhuma.

Hoje (ontem) vimos um sequestro de um �nibus no Rio, que acabou com a morte do sequestrador e os passageiros salvos. Como o sr. viu essa opera��o?

A a��o foi bem feita. A PM tomou a decis�o que tinha de tomar. Salvou a vida das pessoas.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)