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Estado de Minas POL�TICA

Bolsonaro e Moro atribuem tens�o a 'rede de intrigas'


postado em 28/08/2019 12:00

Ap�s duas semanas de confronto, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, S�rgio Moro, tiveram nesta ter�a-feira, 27, uma conversa reservada no Pal�cio do Planalto. Interlocutores relataram que no encontro falou-se numa "rede de intrigas" que teria o objetivo de desgastar a rela��o dos dois. Bolsonaro costuma ser municiado por grupos de WhatsApp e, muitas vezes, age de acordo com as informa��es que recebe pelo aplicativo.

Bolsonaro e Moro n�o fizeram coment�rios p�blicos sobre a reuni�o. Mas, poucas horas ap�s o encontro reservado, o ministro afirmou e tuitou que o presidente tem compromisso com o combate � corrup��o. Bolsonaro respondeu na rede social: "Vamos, Moro!". Recebeu de volta: "Estamos juntos, Sr. Presidente. Pelo Brasil e pelo futuro". Interlocutores viram na troca de declara��es o resultado do que teriam combinado a portas fechadas.

Bolsonaro est� incomodado com as cr�ticas de interfer�ncia na Receita Federal e na Pol�cia Federal, o que afeta sua imagem, inclusive entre seus seguidores nas redes sociais. At� esta ter�a, Moro, a quem a PF � subordinada, n�o havia sa�do em defesa do presidente. No Planalto, n�o falta quem lembre que, num dos momentos mais delicados para o ministro, quando vazaram conversas com membros da Lava Jato, Bolsonaro o apoiou publicamente.

Na semana passada, o presidente chegou a responder irritado a um coment�rio de internauta de que ele n�o poderia abandonar Moro. A mensagem dizia: "Jair Bolsonaro, cuide bem do ministro Moro. Voc� sabe que votamos em um governo composto por voc�, ele e o Paulo Guedes". Em resposta, escreveu: "Todo respeito a ele, mas o mesmo n�o esteve comigo durante a campanha, at� que, como juiz, n�o poderia".

Enquanto Bolsonaro � acusado de interferir nos �rg�os de controle que de alguma forma esbarraram em integrantes de sua fam�lia, o ministro aparece como o grande defensor do trabalho de investiga��o. No domingo, o contraponto entre os dois se acentuou. Moro recebeu demonstra��es de apoio em v�rias cidades do Pa�s durante manifesta��o contra corrup��o. J� Bolsonaro foi cobrado a vetar integralmente a Lei de Abuso de Autoridade, movimento que o colocar� em confronto com o Congresso.

Na sexta-feira passada, um antigo aliado de Moro, o procurador da Rep�blica Deltan Dallagnol, coordenador da for�a-tarefa da Lava Jato, disse em entrevista � Gazeta do Povo que o presidente est� se distanciando da pauta de combate � corrup��o. Mais uma vez, o ministro n�o saiu em defesa de Bolsonaro.

Al�m do sil�ncio e da popularidade de Moro nas redes sociais, medida em relat�rios de intelig�ncia elaborados pelo Minist�rio da Justi�a, interlocutores do presidente dizem que ele se incomoda com a resist�ncia do ministro a atender algumas de suas sugest�es. Uma delas foi a nomea��o do delegado Alexandre Saraiva para a Superintend�ncia da PF no Rio, rejeitada pela c�pula do �rg�o com apoio de Moro.

Um interlocutor frequente de Bolsonaro resumiu: "O di�logo do presidente com todos os ministros � muito direto e muito franco. Alguns t�m mais resist�ncia a atender as suas solicita��es do que outros. Moro est� um pouco mais nessa fase, mas n�o tem desgaste capital".

Os dois lados negam, contudo, que a rela��o esteja pr�xima de uma ruptura e admitem que a sa�da de Moro seria ruim para o governo e para o pr�prio ministro. Nesta quinta-feira, 29, eles estar�o lado a lado num evento em Bras�lia para lan�ar um dos programas-vitrine da Justi�a. Denominado de "Em frente Brasil", prev� a uni�o das for�as de seguran�a municipal, estadual e federal para atacar o problema de viol�ncia urbana inicialmente em cinco cidades de m�dio porte.

Defesa

As primeiras palavras de Moro em defesa de Bolsonaro vieram horas depois do encontro a s�s que tiveram na ter�a. Moro abriu um evento da PF no qual reiterou o compromisso do presidente da Rep�blica com o combate � corrup��o e, ao mesmo tempo, qualificou como "extraordin�rio" o trabalho do diretor-geral da corpora��o, Maur�cio Valeixo. Nas �ltimas semanas, Bolsonaro amea�ou demitir Valeixo com o discurso de que � ele "quem manda" na PF.

"O presidente Jair Bolsonaro tem um compromisso com preven��o e combate � corrup��o. Esse foi um dos temas centrais que me levaram a aceitar esse convite, e eu creio que o governo tem avan�ado nessa �rea", disse. "Claro que �s vezes h� alguns reveses, mas n�s temos avan�ado no enfrentamento da corrup��o", complementou.

Desde que assumiu o cargo, Moro sofreu algumas derrotas, como a retirada do antigo Conselho de Controle de Administra��o Financeira (Coaf) da pasta da Justi�a e Seguran�a P�blica. Tamb�m enfrenta dificuldades para conseguir a aprova��o do seu pacote anticrime, que n�o recebeu o respaldo do governo para ser votada com celeridade.

Verba

Tamb�m ap�s o encontro com o presidente, o ministro, que havia reclamado de forma contundente do corte de verba em of�cio ao ministro Paulo Guedes (Economia), manifestou resigna��o. A interlocutores, disse que todos os minist�rios ser�o afetados com redu��o no or�amento em 2020.

Produtividade

O delegado Ricardo Saadi, superintendente da Pol�cia Federal no Rio de Janeiro - cuja substitui��o foi anunciada no dia 15 pelo presidente Jair Bolsonaro, que alegou "quest�o de produtividade" - � um dos mais bem avaliados no �ndice de Produtividade Operacional (IPO), que mede o desempenho das superintend�ncias em todo o Pa�s.

Nesse �ndice, produzido a partir de dados sobre opera��es deflagradas, inqu�ritos resolvidos e atividades administrativas, entre outras vari�veis, a Superintend�ncia do Rio de Janeiro, sob a chefia do delegado Saadi, passou neste ano de 24.� para 4.� no ranking de desempenho.
O �ndice compara os meses de agosto de 2018 a este m�s. O dado � sigiloso para n�o expor os �ltimos da lista.

A produtividade da Superintend�ncia da PF no Rio era uma das mais baixas do Pa�s h� alguns anos. Sob o comando do delegado Saadi, contudo, houve um salto de efici�ncia. Ele assumiu o posto em fevereiro do ano passado e comandou a divis�o em diversas opera��es de grande impacto, como a que levou � pris�o o doleiro Dario Messer.

Al�m disso, a PF do Rio deflagrou a Opera��o Furna da On�a, que apura, entre outros fatos, a chamada "rachadinha" entre servidores e deputados na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Por causa da pol�mica, a mudan�a na superintend�ncia do Rio vai aguardar mais um pouco. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a estrat�gia � evitar mexer neste assunto at� esfriar o clima. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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