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Estado de Minas POL�TICA

S�nodo da Amaz�nia � um evento pol�tico, diz Bolsonaro


postado em 31/08/2019 19:13

O presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, disse que o S�nodo da Amaz�nia � um evento pol�tico. "Tem muita influ�ncia pol�tica l� sim", afirmou neste s�bado, 31, em almo�o com jornalistas.

Questionado se o evento est� sendo monitorado pela Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia (Abin), Bolsonaro confirmou e disse que a ag�ncia monitora todos os grandes grupos.

Um dos jornalistas perguntou ainda se o presidente considerava se o papa Francisco era de esquerda, ao que o presidente respondeu: "N�o vou arrumar confus�o com os cat�licos. S� posso dizer que o papa � argentino", brincou.

Em resposta a cr�ticas do governo Bolsonaro, a Igreja Cat�lica afirmou que os bispos envolvidos na organiza��o do S�nodo da Amaz�nia est�o sendo "criminalizados" e tratados como "inimigos da P�tria".

Em carta, religiosos rebateram avalia��es de que o evento, que tem em sua pauta quest�es ambientais, represente alguma amea�a � "soberania nacional", como argumenta o Pal�cio do Planalto e alas conservadoras do clero.

"Lamentamos imensamente que hoje, em vez de serem apoiadas e incentivadas, nossas lideran�as s�o criminalizadas como inimigos da P�tria", diz documento publicado na sexta-feira, ap�s tr�s dias de reuni�es em prepara��o ao S�nodo - que est� marcado para outubro, em Roma. Cerca de 120 religiosos cat�licos participaram do encontro em Bel�m.

A carta foi encomendada pelo cardeal d. Cl�udio Hummes, nomeado pelo papa Francisco como relator do S�nodo e porta-voz do pont�fice para o tema, para desfazer o que os bispos consideram vis�es distorcidas sobre as inten��es do Vaticano. Na �nica entrevista que deu ap�s sua nomea��o, d. Cl�udio disse que o papa quer "pressionar" os governos locais a agir, entre eles, o Estado brasileiro, e defende ajuda internacional aos pa�ses afetados pelas queimadas - "criminosamente provocadas", nas palavras da Igreja.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, a realiza��o do S�nodo � vista com ressalvas por integrantes do governo brasileiro. O Pal�cio do Planalto quer conter o que considera um avan�o da Igreja Cat�lica na lideran�a da oposi��o a Bolsonaro, no v�cuo da derrota e perda de protagonismo dos partidos de esquerda.

Na avalia��o da equipe do presidente, a Igreja � uma tradicional aliada do PT e estaria se articulando para influenciar debates antes protagonizados pelo partido no interior do Pa�s e nas periferias.

No evento em Roma, bispos de todos os continentes v�o discutir a situa��o da Amaz�nia e tratar de temas considerados pelo governo brasileiro como uma "agenda da esquerda", como situa��o de povos ind�genas, mudan�as clim�ticas provocadas por desmatamento e quilombolas. Procurado, o Pal�cio do Planalto n�o quis comentar a carta.

Ex-ministro do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI) no governo Fernando Henrique Cardoso, o general da reserva Alberto Cardoso contestou o tom da carta dos religiosos. Segundo o general - que n�o faz parte do atual governo, mas � voz influente entre os militares -, os integrantes da Igreja "est�o sendo criminalizados pelas atitudes deles de tentar interferir em quest�es da soberania".

Para o ex-ministro, o grupo que trabalha no S�nodo da Amaz�nia apresenta como uma das metas da Igreja "uma nova ordem social e pol�tica" e "isso n�o � papel da Igreja, que tem como papel fazer orienta��o espiritual aos seus fi�is".

Soberania

A reda��o da carta foi coordenada pelo bispo em�rito do Xingu (PA), d. Erwin Krautler. O documento relata que os bispos est�o "angustiados" com a degrada��o ambiental e "horrorizados" com a viol�ncia na Amaz�nia. E afirma que foram os bispos brasileiros que solicitaram ao papa uma assembleia especial dedicada � floresta tropical.

A defesa da "responsabilidade mundial" pela preserva��o da Amaz�nia tamb�m � refor�ada na carta divulgada ao final do encontro em Bel�m. Os bispos afirmam, no entanto, que a soberania dos pa�ses sobre os territ�rios n�o estaria em quest�o. "A soberania brasileira sobre essa parte da Amaz�nia � para n�s inquestion�vel. Entendemos, no entanto, e apoiamos a preocupa��o do mundo inteiro a respeito deste macrobioma que desempenha uma important�ssima fun��o reguladora do clima planet�rio."

O "curr�culo" da Igreja na Regi�o Norte virou um argumento dos bispos para justificar a participa��o deles num movimento de press�o pol�tica para mobilizar o governo a intervir na crise ambiental, agravada pelos recentes inc�ndios florestais. O arcebispo metropolitano de Bel�m, d. Alberto Taveira Corr�a, disse que a Igreja � a institui��o que tem mais conhecimento dos problemas amaz�nicos, um recado indireto aos militares que questionaram a prepara��o do S�nodo.

Almo�o

Bolsonaro participou nesta s�bado de um churrasco no quartel-general do Ex�rcito, em Bras�lia. Pouco depois de entrar, Bolsonaro mandou os seguran�as convidarem um grupo de jornalistas e motoristas da imprensa que o esperavam na porta para participar do evento. Ele conversou por cerca de uma hora e meia com seis jornalistas. Os jornalistas n�o puderam gravar a conversa e foram orientados a deixarem os celulares do lado de fora.

O almo�o foi uma confraterniza��o com funcion�rios de gabinetes do Bolsonaro. Foi servido churrasco, arroz, vinagrete, farofa e chope. Bolsonaro disse ter tomado "apenas um golinho" j� que teria uma cota de "uma lata de cerveja por m�s". "A Michele n�o deixa, mas tenho uma escondida pra tomar quando ela sai", brincou.


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