A Pol�cia Federal acredita ter encontrado um ind�cio que pode ajudar a desvendar a principal d�vida que ainda paira sobre os suspeitos de hackear as principais autoridades do Pa�s: se eles venderam as mensagens que obtiveram de forma ilegal. Numa conversa trocada via aplicativo, Walter Delgatti Neto, que confessou chefiar o grupo, diz a Danilo Cristiano Marques, seu suposto "testa de ferro", que "acabou a tempestade", "veio a bonan�a".
A conversa, destaca o jornal O Estado de S. Paulo, consta num relat�rio de 13 p�ginas em que a PF sustenta para a Justi�a a necessidade da manuten��o das pris�es de Delgatti e Gustavo Henrique Santos, o DJ de Araraquara tamb�m suspeito de participar dos crimes. No relat�rio, ao qual o jornal teve acesso, os investigadores dizem que a troca de mensagens ocorreu em 10 de abril de 2019, dois meses antes de conversas entre o ministro da Justi�a, S�rgio Moro, e de procuradores da Lava Jato serem divulgadas. S�o conversas que "sugerem algum feito", conclui a PF, numa sinaliza��o de que Delgatti poderia estar comemorando a venda das mensagens. A conversa entre os dois � acompanhada pela descri��o "@chefedeestado".
No documento, a pol�cia diz que Danilo Marques e Suelen Priscila de Oliveira, namorada de Gustavo, n�o oferecem mais riscos para a obten��o de provas, podendo, assim, ser soltos.
Os investigadores da PF conclu�ram na semana passada parte da per�cia dos materiais apreendidos na Opera��o Spoofing. At� o momento, al�m das suspeitas de que Delgatti teria recebido pelas mensagens que vazou, tamb�m dizem ter encontrado elementos que indicam fraudes banc�rias.
Os quatro suspeitos foram presos pela Pol�cia Federal no dia 23 de julho, na investiga��o sobre a invas�o de telefones celulares de autoridades, incluindo o do presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, o do ministro da Justi�a, S�rgio Moro, e o do procurador da Rep�blica e coordenador da for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato no Paran�, Deltan Dallagnol.
Defesa
Como revelou o Estado na �poca das pris�es dos suspeitos, Delgatti afirmou em depoimento � Pol�cia Federal ter repassado o conte�do das supostas mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, que tem divulgado reportagens com base nas conversas desde junho. O hacker disse que n�o cobrou contrapartidas financeiras para repassar os dados.
Procurada, a defesa de Delgatti afirmou que at� o momento, a PF n�o apresentou nos autos do caso os supostos arquivos acessados pelo seu cliente. "Considerando todo material apreendido h� mais de um m�s, tempo h�bil para o delegado apresentar provas concretas dos supostos acessos, uma mera tentativa de acesso, sem comprova��o de invas�o, com c�pia de dados, n�o justifica o acautelamento provis�rio. Ressalte-se que Walter Delgatti Neto � estudante de Direito e at� o momento n�o apresentou nenhum risco � continuidade das investiga��es, sempre colaborando com a autoridade policial", afirmam os advogados. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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