Fernando Holiday � chamado de 'macaco de audit�rio' e acusa racismo

O vereador de S�o Paulo Fernando Holiday (DEM), membro do Movimento Brasil Livre (MBL), foi chamado de "macaco de audit�rio" no plen�rio da C�mara Municipal na tarde desta quinta-feira, 5, e diz que ir� denunciar racismo � Corregedoria do Legislativo e ao Minist�rio P�blico Estadual (MPE). O autor da fala � o vereador Camilo Crist�faro (PSB).

Holiday disse que se sentiu "revoltado" ao ouvir as falas. "Mas na hora consegui conter a raiva", afirmou � reportagem. "Os demais vereadores disseram que eu estava sendo dram�tico", afirma o membro do MBL. "Nunca havia sofrido um ataque dessa maneira, ao menos n�o na sess�o plen�ria", disse.

O ataque tem como pano de fundo um clima azedo entre Holiday e outros vereadores desde uma entrevista que ele deu para o apresentador Danilo Gentili, do SBT, na sexta-feira passada. Ele declarou que os vereadores de S�o Paulo "n�o trabalham", o que havia revoltado os colegas. Na quarta-feira, tamb�m no plen�rio, voltou a fazer tais afirma��es.

J� nesta quinta, Crist�faro usou seu tempo de discurso na sess�o para atacar Holiday. "Lamentavelmente o senhor Holiday usa as redes sociais, ele � o grande macaco de audit�rio das redes sociais, dando risada dessa casa, explodindo as redes sociais, porque a popula��o adora ver sangue, maldade e mentira", disse Crist�faro, para completar dizendo que Holiday chamou os colegas de "vagabundos". O vereador do MBL foi chamado tamb�m de "moleque".

� reportagem, o vereador disse que n�o havia feito um coment�rio racista. "N�o tem nada de racismo. Macaco de audit�rio � uma express�o popular", disse. "Trabalho 12 horas por dia. Poderia vender todos os meus bens e dar uma banana para o Brasil", disse Crist�faro.

Ao ver a reportagem conversando com Holiday, no plen�rio da C�mara, ap�s o ocorrido, o vereador Paulo Reis (PT), negro, quis comentar o tema. "Os vereadores trabalham muito, e ficaram muito revoltados com as declara��es do Holiday", disse Reis. "Eu j� dei encaminhando � Prefeitura de 7 mil demandas. O trabalho do vereador � feito na base. A hora que ele fala uma coisa dessas para fora da C�mara, nos ataca", disse. "Cada um que se sente v�tima de racismo ou n�o. E se sentiu, deve tomar as provid�ncias", afirmou, ao ser questionado.

O presidente da C�mara, Eduardo Tuma (PSDB), evitou comentar as afirma��es de ataque racial de Holiday e preferiu engrossar o coro dos ataques ao parlamentar do MBL por causa da alega��o de que os vereadores "n�o trabalham". "Inadmiss�vel", disse Tuma. "Atesto que os vereadores trabalham dia e noite, de segunda � segunda, tanto nas atividades parlamentares quanto naquelas pol�ticas", disse o presidente, por nota.

Crist�faro j� havia se envolvido em pol�mica, quando foi acusado de agress�o, em 2017, quando teria chamado a vereadora Isa Penna (PSOL) de "vagabunda". A parlamentar chegou a representar contra Crist�faro na Corregedoria da C�mara, mas o caso foi arquivado.

O vereador, no entanto, s� se mant�m no cargo por uma decis�o liminar da Presid�ncia do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ele teve o mandato cassado por ter justificado receitas de campanha com a alega��o de que recebeu doa��o de uma eleitora que, na verdade, estava inscrita em programas sociais e n�o teria condi��o de doar para sua campanha.