Nos gabinetes do Senado Federal, o indicado de Jair Bolsonaro para comandar a Procuradoria-Geral da Rep�blica, Augusto Aras, apresentou um discurso que foi bem recebido at� por senadores da oposi��o, incluindo cr�ticas aos m�todos da Lava Jato. Aras pregou uma "Lava Jato positiva", sem criminalizar a pol�tica.
O p�riplo iniciado nesta segunda-feira, 9, pelo subprocurador j� contou com reuni�es privadas com senadores, almo�o com a bancada do MDB e uma reuni�o com os l�deres da Casa, na tarde desta ter�a-feira, 10.
As vis�es e planos que Aras expressa s�o de um Minist�rio P�blico Federal "moderno e cl�ssico", com unidade nos posicionamentos, que ajude o desenvolvimento do Pa�s, sem cor ideol�gica, e que analise bem os efeitos econ�micos antes de agir. Segundo senadores, o subprocurador disse que o formato da Lava Jato pode ter levado a preju�zos, n�o s� para reputa��es, mas tamb�m para a economia.
Escolhido por um presidente que espera de um PGR alinhamento ao governo e colabora��o para impedir entraves na �rea ambiental, Aras tem se esfor�ado para n�o ficar com a imagem de que aceitar� degrada��o do meio ambiente. Tem dito que � importante conferir prote��o e seguran�a ambiental.
Aras foi questionado sobre os protestos de integrantes do MPF � sua indica��o, por n�o ter participado da elei��o interna da categoria, e tamb�m sobre as afirma��es do presidente Jair Bolsonaro de que queria um PGR alinhado ao governo.
Em resposta, ele desqualificou as queixas referentes � politicagem e garantiu que agir� com "independ�ncia absoluta" em rela��o ao Executivo.
"Se algu�m pensa que vou dever gratid�o, n�o vou. Vou fazer o trabalho que o MPF tem de fazer, um MPF moderno", disse Aras a l�deres do Senado, nesta tarde. "N�o vou aceitar imposi��o de quem quer que seja", acrescentou ele, segundo relato de um senador.
O indicado tamb�m foi questionado se n�o seria imoral continuar atuando como advogado, embora isso seja permitido pela Constitui��o Federal. Em resposta, disse que a atua��o como advogado � normal para os procuradores indicados antes da Constitui��o Federal de 1988 e que, nas a��es em que trabalhou, sempre agiu de acordo com o que a lei permitia. O senador que o questionou ficou satisfeito.
As conversas fazem parte do trabalho de convencimento para que seu nome seja aprovado na sabatina e na vota��o no Senado, que deve acontecer daqui a duas semanas. A data mais prov�vel, no momento, � 25 de setembro, mas ainda n�o h� confirma��o.
Se uma das cr�ticas do MPF � que falta clareza nos planos dele para a institui��o, Augusto Aras optou por n�o responder �s perguntas feitas pela imprensa reunida no Senado lhe fez ap�s a reuni�o com os l�deres. Disse que s� falar� na sabatina.
"Quero agradecer a todos voc�s jornalistas pela cobertura da minha visita ao Senado. Quero comunicar a todos que as conversas tem sido muito proveitosas, mas neste momento estou com as minhas ideias e as minhas produ��es sendo observadas, decididas e apreciadas pelo Senado Federal. Aqui me encontro � espera da sabatina, e por estar sendo julgado pelo Senado Federal, respeitosamente n�o posso responder a perguntas como todos gostar�amos de responder, tendo em vista que somente ao Senado, na sabatina, caber�o todas as respostas que os senhores pretendem. As perguntas que me fazem agora ser�o respondidas na sabatina. N�o responderei aos senhores", disse.
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