Em busca de apoio no Senado, o subprocurador Augusto Aras, indicado para a Procuradoria-Geral da Rep�blica pelo presidente Jair Bolsonaro, se reuniu nesta quarta-feira, 11, com a bancada do PT na Casa. O discurso contra uma conduta considerada "punitivista" do Minist�rio P�blico e de independ�ncia em rela��o ao governo agradou aos parlamentares petistas.
Aras iniciou na segunda-feira passada uma maratona no Senado para angariar votos - ele ser� sabatinado na Casa e precisa do apoio de 41 dos 81 senadores para ser confirmado procurador-geral da Rep�blica. Segundo a presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), a previs�o � de que a sabatina seja realizada no pr�ximo dia 25. Antes disso, no dia 18, a comiss�o poder� ler o parecer da indica��o, que ainda n�o teve um relator designado.
O vice-l�der do PT no Senado, Rog�rio Carvalho (SE), afirmou que poderia dar um voto favor�vel ao subprocurador caso houvesse uma avalia��o positiva. "Ajuda algu�m que opera o direito que seja capaz de fazer justi�a respeitando a lei. Essa constata��o s� no contato pessoal", disse Carvalho.
Na ter�a-feira, 10, Aras foi recebido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na ocasi�o, defendeu uma "Lava Jato positiva", que n�o criminalize a pol�tica. De acordo com relatos de senadores, o indicado pregou um Minist�rio P�blico Federal "moderno e cl�ssico", com unidade nos posicionamentos e que ajude o desenvolvimento do Pa�s, sem cor ideol�gica. Segundo parlamentares, o subprocurador disse que o formato da Lava Jato pode ter levado a preju�zos, n�o s� para reputa��es, mas para a economia.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) avaliou que Aras "se colocou muito bem". "Ele disse que a Lava Jato teve um ponto em que extrapolou o limite da lei e cometeu excessos, sem citar nomes", disse.
No corpo a corpo com senadores, Aras foi questionado sobre os protestos de integrantes do Minist�rio P�blico Federal contra sua indica��o, por n�o ter seguido a lista tr�plice eleita pela categoria e pelo fato de Bolsonaro ter declarado que queria um procurador-geral alinhado ao governo. Em resposta, Aras afirmou que, se assumir o cargo, agir� com "independ�ncia absoluta" em rela��o ao Executivo. "Se algu�m pensa que vou dever gratid�o, n�o vou. Vou fazer o trabalho que o MPF tem de fazer, um MPF moderno", disse o indicado a l�deres do Senado na tarde de ter�a.
O subprocurador tem evitado responder a perguntas de jornalistas. Segundo ele, esses questionamentos ser�o respondidos na sabatina. "As conversas (com senadores) t�m sido muito proveitosas, mas nesse momento estou com as minhas ideias e as minhas produ��es sendo observadas, decididas e apreciadas pelo Senado. Aqui me encontro � espera da sabatina e, por estar sendo julgado pelo Senado, respeitosamente n�o posso responder a perguntas como todos gostar�amos de responder. As perguntas que me fazem agora ser�o respondidas na sabatina", declarou .
Expectativa
Para o senador Telm�rio Mota (Pros-RR), os sinais enviados por Aras ao Senado s�o positivos. "Espero que o MPF seja realmente um fiscal, puna os respons�veis, agora sem a��o midi�tica, partid�ria, politizada e sem direcionar o trabalho", afirmou o parlamentar.
O l�der da bancada do PSDB, Roberto Rocha (MA), disse ver em Aras um "progressista". "(Ele) Tem uma cabe�a muito voltada para o desenvolvimento, para destravar a economia e ajudar nesse momento que estamos com a agenda econ�mica muito intensa", afirmou Rocha, "Ele vai ter, sem d�vida, uma larga confian�a do Senado." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA