Imagens de um encontro em um restaurante mostram uma "rever�ncia" de Cl�ber Isa�as Machado, ex-superintendente dos Correios no Rio, ao ex-deputado federal Indio da Costa, suspeito de apadrinh�-lo na empresa para manter supostos esquemas de corrup��o na companhia. Ambos chegaram a ser presos na Opera��o Postal Off, que mira fraudes e desvios que causaram preju�zo de R$ 13 milh�es.
Nesta quinta-feira, 12, Indio da Costa foi solto, ap�s habeas corpus concedido pelo desembargador Jo�o Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o (TRF-4). Ele j� foi candidato ao governo fluminense e � prefeitura da Rio e concorreu � vice-presid�ncia na chapa de Jos� Serra (PSDB) em 2010.
Segundo a Pol�cia Federal, o grupo investigado na Postal Off negociava cargos nos Correios pelo valor de uma mesada de at� R$ 250 mil. Parte da c�pula dos Correios era apadrinhada pelo ex-deputado federal, dizem os investigadores.
De acordo com a representa��o da Pol�cia Federal pelas pris�es, Indio da Costa foi citado por Cleber como o pol�tico que teria dado o aval � sua nomea��o para o cargo de Superintendente dos Correios no Rio de Janeiro e que cobrava de Cleber "de 30 a 50 mil reais mensais para assegurar sua manuten��o no cargo".
Para refor�ar a liga��o entre o ex-parlamentar e seu superintendente apadrinhado, a PF tamb�m analisou uma grava��o ambiental entre Cleber e outro superintendente dos Correios, Marciano da Silva. Segundo a PF, a "narrativa demonstra que Cleber Isa�as Machado foi indicado ao cargo de Superintendente dos Correios no Rio de Janeiro por Miguel Martinho dos Santos Junior, que foi assessor do ent�o presidente dos Correios, Guilherme Campos". "Precisou ser sabatinado pelo Deputado Federal Indio da Costa, que teria dado a �ltima palavra sobre sua nomea��o para o cargo. A sabatina se deu durante a campanha de Indio da Costa para a prefeitura do Rio de Janeiro (fato que ocorreu em 2016)".
"Cleber informa que a cadeira no Rio de Janeiro (certamente a de Superintendente), custava de 200 a 250 mil reais por m�s. Ao que tudo indica tamb�m dependeria de ajudar empresas ligadas a ele... (o pol�tico, ao que indica o contexto da conversa)", diz a PF.
Em dilig�ncias, por meio de intercepta��o telef�nica, a Pol�cia Federal descobriu que Cleber e Indio se encontrariam em um restaurante. "Assim, com a breve liga��o telef�nica captada e o encontro registrado, o v�nculo entre Cleber e Indio da Costa restou refor�ado. Tais fatos tamb�m d�o credibilidade ao conte�do do �udio ambiental de Cleber".
Por meio de sua defesa, o ex-deputado, que afirma inoc�ncia, alegou � Justi�a n�o ter nenhuma liga��o com os demais acusados. A organiza��o criminosa, afirmou a defesa, teria origem em Santa Catarina, onde ocorreram todos os crimes, regi�o muito distante da �rea de atua��o do ex-deputado, que � o Rio de Janeiro.
Os advogados argumentaram ainda que o pol�tico � prim�rio, tem bons antecedentes, tem resid�ncia fixa e exerce atividade profissional l�cita. Tamb�m disseram n�o haver motivo concreto que justificasse a decreta��o da pris�o preventiva.
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