
A primeira estrat�gia � a retirada de assinaturas, movimento que n�o � permitido pelo regimento interno da Casa. De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa, depois que � publicado o requerimento para a instala��o de uma CPI, os nomes n�o podem mais ser alterados. Foram atingidas 175, quatro a mais do que o m�nimo necess�rio para abertura da comiss�o.
Tr�s deputados disseram � reportagem que colocaram seus nomes sem entender que a CPI mirava o ministro S�rgio Moro. O l�der da chamada Bancada da Bala, Capit�o Augusto (PL-SP), est� telefonando para mais deputados defendendo que recuem nas assinaturas.
Apoiadores de Moro buscam construir um entendimento que torne poss�vel uma exce��o para conseguir a retirada de nomes. Eles avaliam que o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), poderia autorizar as mudan�as. T�cnicos da Casa, no entanto, dizem que isso n�o � poss�vel.
Cabe a ele decidir pela abertura ou n�o, a depender da an�lise sobre os requisitos legais - exist�ncia de fato determinado e de relevante interesse p�blico que justifique a instala��o da CPI. Capit�o Augusto disse � reportagem que se reunir� com Maia na pr�xima semana e ir� pedir para que o presidente respeite a vontade dos parlamentares que solicitarem a retirada das assinaturas.
Desistentes
Logo ap�s a Secretaria-Geral da Mesa da C�mara conferir a autenticidade de 175 assinaturas, quatro a mais do que o m�nimo necess�rio para abrir uma CPI, os deputados Lucas Verg�lio (Solidariedade-GO), Alexis Fonteyne (Novo-SP) e S�stenes Cavalcante (DEM-RJ) disseram que v�o pedir a retirada de seus nomes, alegando que n�o sabiam do foco da CPI na atua��o de Moro e de integrantes da Lava Jato.
Dizendo-se "apoiador" de Moro, S�stenes Cavalcante disse n�o se recordar de ter assinado o requerimento. "Jamais apoiaria nada que � contra Lava jato. Eu quero entender o que aconteceu, porque assinamos muitas coisas. Pedi a meu gabinete para fazer requerimento solicitando retirada de assinatura e reconhecer a autenticidade", disse.
Alexis Fonteyne disse que lhe foi vendida a ideia da CPI como algo que investigaria um "objeto mais amplo". "Conversei com o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) entendendo que iria investigar todos os fatores, incluindo o pr�prio Intercept. Quando vejo que est� focado s� para Lava Jato, estou pedindo para retirar, porque eu sou contra. Eu fui �s ruas para apoiar a Lava Jato. N�o � aquilo que eu busco."
O primeiro a protocolar o pedido de retirada de nome foi Lucas Vergilio. Ele disse que n�o foi induzido ao erro e que sabia que a CPI iria investigar as a��es do procurador Deltan Dallagnol. "Pedi retirada porque acredito que a CPI quer ser um instrumento pol�tico somente contra o governo e contra o ministro S�rgio Moro pessoalmente. N�o posso dizer que fui induzido ao erro. O erro foi meu de ter assinado", disse Lucas Vergilio.
A l�der da minoria, Jandira Fegali (PSOL-RJ), que protocolou o requerimento para instala��o da CPI, afirmou � reportagem que n�o � poss�vel a retirada de nomes agora. Ela defendeu tamb�m a import�ncia da comiss�o para apurar "den�ncias graves". "N�o existe essa de que n�o estavam informados. N�o � CPI contra Lava Jato. H� um fato determinado para a abertura da investiga��o. As den�ncias divulgadas sobre o comportamento de Dallagnol e Moro e outros procuradores em fun��o das informa��es vazadas pelo The Intercept", disse.
A deputada ironizou tamb�m deputados que assinaram e agora dizem n�o ter entendido o objeto. "N�o posso crer que algum parlamentar assine sem saber o que est� assinando. Todos t�m responsabilidade p�blica e respeito ao eleitor", afirmou.