O Pal�cio do Planalto j� avalia dois nomes para substituir Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) da lideran�a do governo no Senado, apesar do apoio de parlamentares � sua perman�ncia no posto. Bezerra colocou o cargo � disposi��o anteontem, ap�s ter se tornado alvo de uma opera��o de busca e apreens�o da Pol�cia Federal, que vasculhou dois gabinetes do emedebista em uma investiga��o sobre suspeitas de que ele e seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), receberam R$ 5,5 milh�es em propinas.
Os dois nomes cogitados para ocupar o cargo de Bezerra devem ser discutidos por aliados com o presidente Jair Bolsonaro quando ele retornar dos Estados Unidos, onde participa da Assembleia-Geral da ONU na pr�xima semana. "Essa quest�o ele (Bolsonaro) vai abordar, se assim desejar, no retorno dessa viagem", afirmou ontem o porta-voz da Presid�ncia, Ot�vio do R�go Barros, quando questionado sobre a perman�ncia de Bezerra na Lideran�a do Governo. "O presidente hoje tem foco. O foco � Nova York. Nova York � importante para o nosso pa�s", completou.
Enquanto agentes da Pol�cia Federal ainda faziam buscas nas depend�ncias do Senado, anteontem, Bezerra Coelho recebia apoio do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e dos senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Jos� Serra (PSDB-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) em reuni�o na resid�ncia oficial do Senado.
"Seria muito injusto neste momento o presidente (Bolsonaro) abandonar o Fernando, porque na hora que eles mais precisaram o Fernando foi muito leal a eles", disse Braga, que � l�der do MDB no Senado e chegou a ter o nome citado por colegas como poss�vel substituto de Bezerra. O l�der da bancada, por�m, recha�ou essa hip�tese.
Senadores classificaram Bezerra como um l�der que permitiu ao Planalto ter uma articula��o pol�tica no Senado, apesar do perfil de Bolsonaro de n�o se aproximar dos congressistas, e destacaram que o emedebista tem bom tr�nsito entre os parlamentares, inclusive os de oposi��o. "O senador transita bem na Casa, mas cabe a ele, primeiro em foro �ntimo, e ao presidente da Rep�blica essa escolha", disse o vice-l�der do Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), auxiliar de Bezerra na lideran�a. "Ele tem sido um bom l�der, tem conduzindo bem a articula��o e dialogado com todas as correntes", afirmou o l�der do PSD na Casa, Otto Alencar (BA), cr�tico do governo.
Ap�s a decis�o do ministro Lu�s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a opera��o da PF, Alcolumbre anunciou que a Casa vai questionar a medida na Corte. Na segunda-feira, o presidente do Senado e aliados devem se reunir com advogados da Casa para tra�ar a estrat�gia jur�dica. "J� imaginou se vira usual um delegado pedir diretamente a um ministro do Supremo busca e apreens�o no Senado?", afirmou Braga.
Integrantes do Supremo consideraram que a decis�o de Barroso tensionou a rela��o entre o Judici�rio e o Legislativo, mas avaliam que, por ora, n�o h� risco concreto de o Senado retaliar o tribunal com a abertura da CPI da Lava Toga. O entendimento � o de que o epis�dio n�o abalou a rela��o entre o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, com as c�pulas do Senado e da C�mara, o que reduz as chances de abertura de uma investiga��o sobre os magistrados. Ap�s a opera��o contra Bezerra, Alcolumbre manteve o tom cr�tico em rela��o � CPI.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, Barroso n�o informou previamente a Toffoli o aval dado para que policiais federais entrassem no Senado - o presidente do Supremo passou a semana na Col�mbia, em um encontro anual de Cortes da Am�rica Latina.
'Autonomia'
Em resposta �s cr�ticas � opera��o no Senado, o ministro da Justi�a, S�rgio Moro, defendeu ontem as atribui��es e a autonomia da PF. "A Pol�cia Federal � uma institui��o com autonomia e suas a��es s�o controladas pela Justi�a, n�o tendo o ministro da Justi�a qualquer envolvimento em investiga��es espec�ficas", afirmou Moro ao Estado.
Anteontem, a defesa de Bezerra disse que a opera��o da PF foi uma "retalia��o" pela atua��o do senador contra "abusos" de �rg�os de investiga��o. "� uma retalia��o no contexto pol�tico de tudo que est� acontecendo", afirmou o advogado do parlamentar, Andr� Callegari. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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