
O ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, Sergio Moro, disse nesta sexta-feira, 1, que "conclus�o provis�ria" aponta para tentativa de obstru��o de Justi�a nas investiga��es sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes. Moro disse que "talvez seja o caso realmente de federaliza��o" das investiga��es sobre o crime, ocorrido em mar�o de 2018.
Em Curitiba, onde foi inaugurar a Delegacia Modelo de Investiga��o e An�lise Financeira da Pol�cia Federal, Moro disse: "A conclus�o provis�ria � de que houve tentativa de obstru��o e agora surgiu esse novo epis�dio. Foi solicitado da mesma forma, como havia uma refer�ncia falsa ao nome do presidente, foi solicitado que os fatos fossem completamente apurados pela Pol�cia Federal, sendo no caso compet�ncia da Justi�a Federal."
O "novo epis�dio" a que o ministro se refere � a confirma��o pelo Minist�rio P�blico do Rio de que um porteiro do condom�nio Vivendas da Barra, onde reside Bolsonaro, teria mentido ao dizer que �lcio de Queiroz - apontado como um dos matadores de Marielle -, entrou no local afirmando que iria na casa 58, do presidente, e que teria sido o pr�prio "seu Jair" quem teria autorizado seu ingresso.
O ministro destacou que "paralelamente existe um pedido de federaliza��o das investiga��es do assassinato junto ao Superior Tribunal de Justi�a".
"Talvez, sem embargo no trabalho das acusa��es que j� foram feitas no Rio de Janeiro contra as pessoas levantadas como executoras desses crimes, considerando a demora na identifica��o dos mandantes e reiteradas tentativas de obstru��o de justi�a, talvez seja o caso realmente de federaliza��o, com o que o caso passaria integralmente para a Justi�a Federal e a investiga��o pela Pol�cia Federal", anotou.
Ministros do STJ ouvidos pela reportagem disseram que o julgamento sobre a federaliza��o deve ocorrer at� o final do ano, e que o pedido da PGR dever� ser aceito.
Moro falou, tamb�m, que as investiga��es sobre o depoimento do porteiro poder�o contribuir com informa��es que esclare�am os assassinatos de Marielle e Anderson.
O ministro refutou acusa��es de que haveria "press�o pol�tica" para frear o andamento das investiga��es.
"Isso � um pouco de desconhecimento na natureza do trabalho do Minist�rio da Justi�a, que n�o trabalha nessas investiga��es ou nesse inqu�rito. Esse governo tem assegurado absoluta autonomia da PF, assim como tem o Minist�rio P�blico Federal."