Deputados do bloco conhecido como Centr�o retomaram a ofensiva para liberar a abertura de cassinos no Pa�s, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. O presidente Jair Bolsonaro chegou a ser consultado para saber se o governo apoiaria um projeto com esse teor, mas n�o deu resposta definitiva. Bolsonaro disse aos interlocutores que, antes, seria preciso consultar a bancada evang�lica. O grupo � contra o projeto, mas j� admite discutir uma alternativa. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, defende a autoriza��o do jogo de azar, mas apenas para estrangeiros.
Em conversa com deputados, na semana passada, Bolsonaro afirmou que tudo pode ser "conversado", desde que passe pelo crivo dos evang�licos. Avisou, no entanto, que n�o concorda com a libera��o do ca�a n�quel porque "pais de fam�lia" podem usar o dinheiro do sal�rio para jogar. Mesmo sendo contr�rio aos jogos, o presidente j� deu sinais de que h� a possibilidade de deixar cada Estado decidir o assunto por conta pr�pria.
A ideia foi discutida durante almo�o, na quarta-feira, entre Bolsonaro, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e v�rios deputados - na lista estavam, por exemplo, o l�der do DEM, Elmar Nascimento (BA), o presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva (SP), e Cl�udio Cajado (PP-BA). Bolsonaro fez o convite para a reuni�o, no Pal�cio do Planalto, com o objetivo de se reaproximar dos deputados, que ali reclamaram, mais uma vez, do atraso no pagamento das emendas parlamentares. Mas o bate papo foi al�m e chegou aos jogos de azar.
O presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), � favor�vel � legaliza��o de cassinos, mas restrita a resorts. Um projeto de lei com relat�rio apresentado em 2016, autorizando a explora��o de jogos de azar em todo o territ�rio nacional, est� pronto para vota��o em plen�rio. Duas propostas com conte�do defendido por Maia foram anexadas ao mesmo texto e ele se mostra inclinado a pautar a medida.
O coordenador da Frente Parlamentar Evang�lica na C�mara, Silas C�mara (Republicanos-AM), disse que o grupo - formado por 195 dos 513 deputados - � majoritariamente contra a ideia, mas n�o descartou o debate de op��es. "A bancada ouviria, dependendo de quem vier com a explica��o", afirmou C�mara, citando o exemplo do prefeito do Rio. "Sendo ele (Crivella) um evang�lico, n�o seria dif�cil ouvi-lo. A gente dialoga. Agora, dialogar e trazer uma proposta que n�o seja correta � complicado", completou.
O deputado citou a possibilidade de v�cio, prostitui��o e corrup��o como justificativas para o veto, mas o jornal apurou que a tend�ncia do Republicanos � liberar a bancada, se esse assunto for votado.
Crivella � a favor da libera��o de cassinos apenas para estrangeiros e tenta atrair um empreendimento para a capital fluminense. A Secretaria Municipal de Urbanismo do Rio preparou um parecer, ao qual o Estado teve acesso, a favor de liberar a instala��o de um cassino em Porto Maravilha - �rea portu�ria revitalizada na cidade -, se o Congresso permitir os jogos por lei.
A inten��o � autorizar a constru��o de um cassino associado a um resort integrado, que, al�m de hot�is, abrigaria centro de conven��es, shoppings, cinema e teatro. "Eu sou favor�vel a que se fa�a isso. A princ�pio, apenas para os estrangeiros, at� que o Brasil tenha certeza de controles e normas para n�o haver nenhuma possibilidade de lavagem de dinheiro da criminalidade ou da corrup��o", afirmou Crivella, em nota encaminhada � reportagem.
Campanha
No ano passado, antes do segundo turno da elei��o, o ent�o candidato Bolsonaro negou que fosse favor�vel a liberar a abertura de cassinos. "Vou legalizar cassinos no Brasil? D� para acreditar em uma mentira dessas?", disse Bolsonaro, em v�deo postado nas redes sociais. "N�s sabemos que o cassino aqui no Brasil, se tivesse, seria uma grande lavanderia, serviria para lavar dinheiro. E tamb�m para destruir fam�lias. Muita gente iria se entregar ao jogo."
O tema, que desperta pol�mica, foi objeto de idas e vindas na C�mara. Em 2015, a Casa instalou uma comiss�o especial para avaliar propostas de legaliza��o de cassinos, bingos e jogo do bicho, entre outras modalidades.
Investidores de multinacionais e lobistas entraram em a��o, � �poca, na tentativa de destravar as discuss�es, mas nada foi para frente. A Associa��o Brasileira de Bingos, Cassinos e Similares estima que o setor - ao lado de loterias e todas as atividades que envolvem apostas - pode aumentar a arrecada��o em R$ 30 bilh�es por ano. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA