A for�a-tarefa da Lava Jato deflagrou, na manh� desta quinta-feira, 5, a Opera��o Expertus para prender preventivamente o perito judicial Charles Fonseca William, que teria recebido ao menos R$ 4,9 milh�es em propinas de empresas de �nibus do Rio de Janeiro para produzir laudos favor�veis �s companhias e interceder em benef�cio do setor, em casos em que era assistente t�cnico.
Os agentes realizam ainda buscas contra Charles, por determina��o do Ju�zo da 7� Vara Federal. A a��o � realizada pela Procuradoria, pela Pol�cia Federal e pela Receita. As informa��es foram divulgadas pelo Minist�rio P�blico Federal do Rio.
A investiga��o � baseada nos relatos de delatores da ligados � Rio �nibus e � Federa��o das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio de Janeiro (Fetranspor). Segundo a Procuradoria, os R$ 4,9 milh�es em propinas est�o registrados nas planilhas do doleiro �lvaro Novis, operador financeiro da Fetranspor.
Os pagamentos teriam ocorrido entre maio de 2012 e maio de 2015. Os procuradores dizem ainda que o dinheiro foi entregue no escrit�rio do perito em Niter�i sob o codinome "Charles".
Os investigadores encontraram, em um dep�sito de documentos contratado pela transportadora de valores Transexpert, registros de pagamentos realizados nos mesmos endere�os indicados na planilha de Novis.
Al�m disso, a Procuradora identificou liga��es telef�nicas entre Charles William e o empres�rio de �nibus Jos� Carlos Lavouras, que vive em Portugal, foragido da Justi�a desde a Opera��o Ponto Final.
Segundo a Procuradoria, Charles teria atuado favoravelmente �s empresas de �nibus em processos da Justi�a Estadual relativos aos decretos de 1999 que rebaixaram as tarifas das empresas intermunicipais em 15%.
O Tribunal de Justi�a do Rio entendeu que a redu��o das tarifas eram nulas, o que levou as empresas a apresentarem mais de 100 a��es judiciais para reaver seus preju�zos, aponta o Minist�rio P�blico Federal.
"Nessas a��es, inevitavelmente foram realizadas per�cias cont�beis para definir o montante que cada empresa teve de preju�zo com essa redu��o declarada ilegal", dizem os procuradores.
A investiga��o tamb�m destacou as opera��es financeiras milion�rias identificadas nas contas do perito. Segundo o MPF, algumas delas foram realizadas por empresas com s�cios "laranjas" ou offshores no Panam�.
An�lise da Receita Federal sobre o patrim�nio de Charles, que inclui im�veis de luxo de acordo com o MPF, indicou "poss�vel omiss�o de rendimentos". No pedido de pris�o, os procuradores ressaltaram ind�cios de "pr�ticas insistentes e sistem�ticas de corrup��o e lavagem de dinheiro" e apontaram que Charles seria "um agente que deveria estar a servi�o do Estado e da Justi�a, mas que na verdade pautava sua atua��o em favor das empresas de �nibus em troca de vertiginosas quantias, utilizadas para custear uma vida de luxo e ostenta��o".
Defesa
A reportagem busca contato com o perito Charles Fonseca William. O espa�o est� aberto para manifesta��es.
POL�TICA