Numa tentativa de se preservar ap�s ter o nome envolvido na CPI Mista das Fake News e ver assessores voltarem a prestar depoimento na investiga��o sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) sumiu das redes sociais. O "sab�tico" for�ado incomoda o segundo filho do presidente Jair Bolsonaro, que est� sem postar nada no Twitter e no Facebook desde 11 de novembro, mas � recebido com al�vio por ministros e aliados do presidente.
Na semana passada, em entrevista ao jornao O Estado de S�o Paulo, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos comemorou o "momento feliz". Desde janeiro n�o faltaram cr�ticas abertas �s posi��es de Carlos por parte de autoridades do Planalto, mas quem o recriminou acabou perdendo for�a no n�cleo do governo. Interlocutores do presidente dizem que a decis�o foi tomada pelo pr�prio vereador, sem interfer�ncia do pai - Carlos, no entanto, conversa com Bolsonaro por telefone quase todos os dias. Um amigo garante que ele est� se "co�ando" para voltar a postar.
O vereador n�o usou a rede nem mesmo para reagir a ataques. Semana passada, foram seus assessores quem negaram que Carlos jogou o computador fora, numa suposta "queima" de arquivo. O vereador, por�m, se "segura" pelo pai. Ele quer reverter a pecha de que sua atua��o nas redes engessa o Planalto. A aliados pr�ximos, Bolsonaro reclama que os opositores tentam empurrar seu filho para o centro das investiga��es.
Carlos aproveita o momento para repensar seus movimentos pol�ticos. � uma prepara��o, dizem aliados, para 2022 e a volta certa, mas sem data, �s redes sociais. Prestes a completar 37 anos, o vereador mais votado do Rio em 2016 tem dito que n�o pretende disputar, no pr�ximo ano, o sexto mandato consecutivo. Fora da C�mara, ele se dedicaria � campanha pela reelei��o do pai.
O afastamento foi recomendado pelos advogados por conta dos trabalhos da CPI das Fake News. O "02" de Bolsonaro foi citado em praticamente todos os depoimentos ouvidos pela comiss�o, acusado de comandar o "gabinete do �dio", instalado no Pal�cio do Planalto, de onde partiriam ataques a advers�rios da fam�lia.
Um dos respons�veis por administrar as contas do presidente na internet, Carlos criou problemas pol�ticos para o governo por suas postagens. Em 17 de outubro, por exemplo, a conta oficial de Twitter do presidente publicou uma defesa da pris�o ap�s condena��o em segunda inst�ncia e da Proposta de Emenda � Constitui��o sobre o tema que tramita na C�mara. No mesmo dia, o post foi apagado e Carlos pediu desculpas pelo gesto, interpretado como tentativa do Executivo de interferir em outros Poderes.
No Planalto, n�o se discute a import�ncia de Carlos na vit�ria de Bolsonaro. O vereador convenceu o ainda pr�-candidato a criar uma p�gina no Facebook, como forma de deslanchar a candidatura sem dinheiro. A p�gina foi criada em mar�o de 2014 e incrementada a partir de 2017. Hoje, Bolsonaro tem 11,47 milh�es de seguidores no Facebook, 5,5 milh�es no Twitter e outros 14,5 milh�es no Instagram.
Tempo
Carlos tem mais de um milh�o de seguidores no Twitter. Pelas normas da empresa, ele tem at� o dia 11 deste m�s para reativar o perfil, sob risco de perder os dados. Assessores informaram que ele n�o desativou em definitivo a conta nem apagou o hist�rico de intera��es. A conta do Facebook tamb�m foi suspensa. J� a do Instagram, assim como seu YouTube, permanecem abertas.
O vereador foi procurado pelo Estado por telefone, em seu gabinete, no Rio. Sua assessoria informou que ele n�o queria falar e decidiu "dar um tempo". No s�bado, sua m�e, Rog�ria Bolsonaro, usou as redes sociais para lhe desejar feliz anivers�rio. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA