A mat�ria enviada anteriormente cont�m incorre��es. Os dois parlamentares que renunciaram assinaram acordos de n�o persecu��o-penal, e n�o acordos de dela��o premiada. Al�m disto, Juliano Modesto (SD) est� preso desde 15 de outubro, e n�o 25 de outubro. Segue o texto corrigido:
Al�m dos 20 vereadores que foram presos nesta segunda-feira, 16, em duas opera��es do Minist�rio P�blico, a C�mara Municipal de Uberl�ndia teve dois parlamentares que renunciaram para n�o serem responsabilizados criminalmente e assinaram acordos de n�o persecu��o-penal. As investiga��es sobre pr�ticas da Casa come�aram em outubro e envolvem at� o pagamento de um mensalinho para alguns l�deres.
A primeira den�ncia atingiu Juliano Modesto (SD) e Alexandre Nogueira (PSD), acusados de obstru��o de Justi�a. Eles teriam pago uma pessoa para intimidar um motorista que havia denunciado fraudes no transporte escolar. Segundo a investiga��o, a associa��o de transporte contratada para prestar servi�o na cidade adulterava planilhas para receber valores superfaturados pelo contrato. Parte desse dinheiro voltava para os vereadores.
Modesto est� preso desde 15 de outubro. Nogueira, que foi detido dez dias depois, est� com tornozeleira eletr�nica desde sexta-feira, 13. Ambos foram alvo de pedido de pris�o preventiva. Al�m deles, est� em pris�o domiciliar o vereador Wilson Pinheiro (PP), acusado de participar da falsifica��o de documentos.
Com o avan�o das investiga��es, o Minist�rio P�blico descobriu que os vereadores usavam toda a verba indenizat�ria da C�mara com empresas de fachada. No fim de novembro, o vereador Ismar Prado (PMB) confessou ter desviado a verba a partir de notas falsas emitidas por empresa fantasma e, para n�o responder criminalmente, fechou acordo com o MP para renunciar e ressarcir os cofres.
O suplente de Ismar, Marcelo Cunha (sem partido), n�o ficou muito tempo na Casa. Ele foi afastado na semana passada por causa de uma investiga��o por eventual neglig�ncia na fiscaliza��o de contratos quando era diretor do Departamento de Administra��o da C�mara. Ele tamb�m foi alvo de pedido de pris�o nesta segunda-feira, 16.
Uma dela��o premiada levou os promotores a acusarem Modesto e Nogueira de receberem um "mensalinho", junto com o presidente da C�mara, H�lio Ferraz, o Baiano (PSDB). Segundo o Minist�rio P�blico, Ferraz recebeu o pagamento at� outubro, quando Juliano foi preso.
"O que surpreende � que n�s temos ali um verdadeiro novelo. N�s come�amos a investigar o depoimento do motorista que foi amea�ado e foram surgindo mais coisas e novas den�ncias. O vereador Juliano utilizava empresa de fachada para a emiss�o de notas e descobrimos v�rias situa��es em que vereadores emitiam notas em duas gr�ficas diferentes e uma delas era cancelada", disse o promotor de Justi�a e coordenador do Gaeco de Uberl�ndia, Daniel Marotta Martinez.
A coordena��o do Gaeco aprofundou as investiga��es e se chegou � suspeita de que grande parte dos vereadores da Casa estaria utilizando o mesmo esquema de desvio de verba com gr�ficas, o que levou �s opera��es desta segunda-feira. A vereadora Dra Flavia Carvalho (PDT) assinou um acordo com o MP nesta segunda-feira e renunciou ao cargo para n�o ser processada criminalmente.
Os acontecimentos mobilizaram alguns cidad�os a entrarem com pedidos de cassa��o contra cinco vereadores no �ltimo m�s. Destes, tr�s foram aprovados e as comiss�es ainda est�o em andamento.
"N�s temos ido � C�mara diariamente em virtude desses esc�ndalos que tem acontecido em Uberl�ndia, que tem sa�do at� na m�dia nacional. N�o queremos aceitar vereador indo trabalhar com tornozeleira eletr�nica", comentou um dos manifestantes, Lauro Belchior.
Situa��o incerta
Com os eventuais afastamentos dos vereadores e as graves den�ncias que derrubaram toda a mesa diretora da C�mara, a situa��o no Legislativo � inquietante para os seis vereadores - sendo tr�s deles suplentes rec�m-empossados - que restaram e n�o foram denunciados ou investigados pelo Gaeco at� ent�o.
O vereador Adriano Zago (MDB) � um deles. "Uberl�ndia infelizmente assiste at�nita � descoberta de supostos crimes da Prefeitura � C�mara, do Executivo ao Legislativo, sendo citados do vice-prefeito ao Presidente do Parlamento. Se caso forem confirmadas [as den�ncias], serei o primeiro a defender o afastamento, a ren�ncia ou a abertura de processos para eventual cassa��o de mandatos", disse.
A reportagem tamb�m tentou contato com o vereador Antonio Carrijo (PSDB) que, conforme o Regimento Interno, assumiria a Presid�ncia por ser o legislador mais velho do Legislativo. Mas as liga��es n�o foram atendidas at� o fechamento da mat�ria.
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