Regina Duarte criticou a indica��o de Roberto Alvim em 2019

Convidada pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial de Cultura, a atriz Regina Duarte criticou no ano passado a indica��o do dramaturgo Roberto Alvim para o posto. "Quem me conhece sabe que, se eu pudesse opinar, teria sugerido outro perfil. Algu�m com mais experi�ncia em gest�o p�blica e mais agregadora da classe art�stica", publicou a artista em seu perfil pessoal no Instagram, em novembro do ano passado.

Agora, Regina est� cotada para a vaga de Alvim, demitido do cargo ap�s protagonizar um v�deo com refer�ncias ao nazismo. Segundo apurou o Estado/Broadcast, plataforma de not�cias em tempo real do Grupo Estado, a ideia do Pal�cio do Planalto � levar um nome de peso, reconhecido no meio cultural, para assumir o posto, nos moldes da indica��o de Gilberto Gil para o Minist�rio da Cultura no governo Lula. Caso Regina n�o aceite o convite, uma das op��es cotadas � o ator Carlos Vereza.

Esta n�o � a primeira vez que uma atriz que estrelou novelas da Globo � sondada para assumir a Cultura. No governo Sarney, Fernanda Montenegro recusou um convite para comandar a pasta, que tinha status de minist�rio na �poca.

Lava Jato

Ao longo dos �ltimos meses, Regina utilizou o perfil no Instagram para manifestar apoio ao ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, S�rgio Moro, e ao coordenador da for�a-tarefa da Lava Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol. "Somos todos S�rgio Moro", publicou a atriz.

Se por um lado endossa as investiga��es de um esquema bilion�rio de corrup��o na Petrobras, Regina ataca o Supremo Tribunal Federal (STF) em suas redes sociais. "STF. Guardi�o da Constitui��o ou da impunidade?" e "Lava Jato est� correndo perigo nas m�os do STF" foram alguma das publica��es no perfil da artista.

Ela tamb�m criticou os votos proferidos pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, e pela ministra Rosa Weber contra a execu��o antecipada de pena, que permitiram que o tribunal derrubasse a possibilidade de pris�o ap�s condena��o em segunda inst�ncia - a medida foi considerada um dos pilares da Lava Jato no combate � impunidade. O resultado abriu caminho para que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva fosse colocado em liberdade.

"Votou contra o Brasil. L�stima" e "Rosa Weber vota contra o Brasil", escreveu Regina.

Em alinhamento com Bolsonaro, Regina j� se mostrou favor�vel � flexibiliza��o da posse de armas, uma das bandeiras eleitorais do presidente. "Se o registro de novas armas aumentou 50% em 2019, n�o deveria haver uma explos�o de homic�dios, como previam os 'especialistas' da extrema-imprensa? Ao inv�s disso, houve uma redu��o de 22% dos homic�dios", diz a publica��o compartilhada por Regina.

Em meio � pol�mica com a retirada da divulga��o de filmes brasileiros da sede e da p�gina oficial da Ancine, a atriz usou o perfil para publicar cartazes de produ��es nacionais, como "Deus e o diabo na terra do sol", Tropa de Elite" e "Carlota Joaquina", marco da retomada do cinematografia nacional.

A atriz ainda criticou o document�rio "Democracia em vertigem", de Petra Costa, indicado ao Oscar na �ltima segunda-feira (13), que retrata a queda de Dilma Rousseff. "A verdadeira hist�ria sobre o impeachment foi feita por milh�es de brasileiros nas ruas e Oscar nenhum vai reescrever nossa Hist�ria", postou Regina.

Em 17 de dezembro, Regina publicou no Instagram um artigo da colunista Patricia Kogut, do jornal O Globo, que lamentava o fim da TV Escola. "O triste fim da TV Escola", era o t�tulo do texto da colunista.

Financiamento

Em 2016, a pe�a "A visita da velha senhora", estrelada por Regina, tentou captar cerca de R$ 2 milh�es via Lei Rouanet, dispositivo que tem sido alvo de duras cr�ticas do presidente Jair Bolsonaro. Mas o sistema do Minist�rio da Cultura informa que nenhum valor foi efetivamente captado para financiar o projeto.